domingo, 20 de novembro de 2011

Fora Roth: a birra sem fim

A campanha do Grêmio em 2011 é pior do que decepcionante. É brochante. A convergência de tudo o que é lamentável no futebol, de tudo o que é errado, resultou num ano perdido, e num 2012 potencialmente perdido por antecipação.

As explicações são muitas, mas num aspecto geral, o problema é Institucional. O Grêmio simplesmente está à deriva, não sabe para onde quer chegar, e nem como quer chegar. Resume-se à montar plantéis que satisfaçam aos anseios de uma torcida que só quer saber de Grife, de Nome, de Currículo, e pior ainda, de jogadores que destoem completamente da Filosofia de Futebol que históricamente foi parte indelével do clube. Relfexo disso é a contratação de atletas como Souza (conhecido por declarar que "raça é coisa de cachorro"), por € 3 Mi, Carlos Alberto, Kleber Cotovelo, e Vagner Love.

A criteriosidade foi substituída pela grife, pela "faceirice", pelo "miguxismo". Daí conclue-se que o problema não é Celso Roth, mas o descompasso que existe entre a Filosofia de Trabalho de Celso Roth, pautada sempre pela montagem de elencos fortes na defesa, equipe combativa, jogadores de força física e disciplinados táticamente, e a Filosofia de Futebol sob a qual foi montada a equipe do clube e na qual está impregnado o clube enquanto instituição, que é exatamente a filosofia da grife, do medalhão consagrado, do futebol ofensivo e técnico. Não é coincidência, portanto, que à cada temporada as especulações girem em torno de jogadores para o setor ofensivo, apesar da fragilidade absurda por que passa o sistema defensivo do Grêmio. Tampouco que que estejam no elenco do clube pelo menos meia dúzia de medalhões, e que destes, a maioria mais atrapalhe que ajude. Lúcio, Rodolfo, Edcarlos, Gabriel, Rochemback, Douglas. Destes, o único que se salva, às vezes, é Douglas. Lúcio, Rodolfo, Edcarlos e Gabriel perderam a condição de titularidade, e Rochemback sempre que entra mostra que deveria jogar na reserva.

É claro que com Roth nem tudo são flores, e o trabalho dele neste ano é realmente decepcionante. Mas quem dentre os treinadores pode trazer de volta ao clube esta filosofia de futebol que é, ou deveria ser, indelével ao clube? Entendo que, além de Roth, apenas Felipão e Dunga. Sim, Dunga, o colorado, assim como Ênio Andrade, com quem levantamos nosso primeiro caneco de importância. Nos últimos seis anos, pouquíssimos treinadores conseguiram fazer um trabalho consistente, mesmo que deficiente, como o Roth. Dentre eles, cito Mano Menezes, que não volta para o Grêmio, por óbvio, o próprio Renato, que é "verde" e não corresponde à filosofia que o clube precisa, e acho que pára por aí.

Isto posto, desafio qualquer um à sugerir um treinador que possa substituir Roth, de verdade. Sem ser os mesmos fracassados de sempre: Adílson Batista, Caio Jr., Autuori.

Cabe agora, á direção do clube, uma definição de caráter institucional, que ao que tudo indica não ocorrerá. Respaldar Celso Roth, e substituir esta política de futebol acintosa e fracassada que adotamos desde 2009. Substituir o descompasso entre Treinador e Instituição, pela convergência entre o Clube e a sua história.

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