sábado, 30 de junho de 2012

Há 10 Anos, o Penta Campeonato Mundial

Sob vários aspectos, a Copa de 2002 foi um marco para muitos torcedores.

Primeiro, porque finalmente recebia a justa oportunidade o maior treinador brasileiro de sua época. Felipão assumiu a vaga de Leão antes do jogo contra o Uruguai, pelas Eliminatórias, pressionado pelos maus resultados e pela possibilidade da Seleção sequer classificar à Copa. Perdeu,pênalti convertido por Magallanes.


Segundo, porque a Seleção vivia momentos complicados, após as passagens de treinadores com alta grife, caso de Luxemburgo e Leão, adeptos à epoca do futebol "bailarino", mas que pouco resultado estava dando. Com trabalho, esforço e características que lhe são peculiares, Felipão fechou o grupo, classificou à Copa e foi mantido, conforme promessa de Ricardo Teixeira, no comando técnico da Seleção.


Terceiro, porque a Copa foi emblemática no tocante ao estilo de jogo, à formação da "Família Scolari", e na convicção mantida de não convocar Romário para a Copa,após extensa campanha da mídia para pressionar o treinador à convocá-lo (qualquer semelhança com a campanha pró Ganso e Neymar na Copa 2010 não é mera coincidência).

Quarto porque o Brasil jogava num esquema mais defensivo, firme na marcação, objetivo na frente. A última vez que havia jogado uma Copa do Mundo neste esquema, o fracasso foi motivo de chacota pelos anos vindouros.

Toda a desconfiança, todo o bombardeio contra os comandados de Felipão, o renegado, contra quem os detratores há muito se batiam (nos anos 90, chamavam-no de brigão, turrão, diziam que seus times só batiam, que não jogavam), para nós, gremistas, era apenas mais um motivo para torcer pelo melhor, para calar os críticos, os mau intencionados. Para torcer que Felipão recebesse, finalmente, o reconhecimento e respaldo que tanto lhe faltavam, mesmo com os resultados escancarados, para quem quisesse ver.

Para a Copa, Felipão convocou 13 atletas que jogavam no Brasil, talvez fato inédito após a gigantesca internacionalização do futebol. Os 23 campeões foram estes:

Goleiros: Marcos (Palmeiras), Dida (Corinthians) e Rogério Ceni (São Paulo);
Laterais: Cafu (Roma-ITA), Belletti (São Paulo), Roberto Carlos (Real Madrid-ESP) e Júnior (Parma-ITA);
Zagueiros: Lúcio (Bayer Leverkusen-ALE), Edmílson (Lyon-FRA), Ânderson Polga (Grêmio) e Roque Júnior (Milan-ITA);
Meio campistas: Gilberto Silva (Atlético-MG), Vampeta (Corinthians),
Kléberson (Atlético-PR), Ricardinho (Corinthians), Rivaldo (Barcelona-ESP),
Kaká (São Paulo), Juninho Paulista (Flamengo) e Ronaldinho Gaúcho (Paris St Germain-FRA);
Atacantes: Denílson (Bétis-ESP), Edílson (Cruzeiro), Luizão (Grêmio) e Ronaldo (Internazionale-ITA);
Técnico: Luiz Felipe Scolari.

E sob a desconfiança dos torcedores é que o Brasil foi para o Japão. Mas à cada jogo que passava, cada vitória conquistava, todos os descrentes eram instados à reverem suas idéias: sim, a Seleção Canarinho podia vencer. E venceria. Pelo caminho, interpuseram-se estes adversários.

Apesar dos resultados da primeira fase, o desempenho não era ainda o melhor possível. A entrada de Kleberson na meia cancha estabilizou defensivamente a equipe, e pavimentou o caminho até o título. Na final, encontrando uma Alemanha tradicionalmente pragmática, porém sem o brilho técnico do Brasil, e sem seu principal jogador, Michael Ballack, teve o jogo sob seu controle durante toda a partida, praticamente, e fechou com chave de ouro vencendo por 2x0, ambos marcados no segundo tempo. Vale lembrar que até aquela oportunidade, entre 1950 e 2002, somente em 1978 uma Final não tinha ou Brasil ou Alemanha em jogo. Naquela decisão, Argentina enfrentava a Holanda.

Fase Classificatória - Grupo C
Brasil 2x1 Turquia - Vídeo
Brasil 4x0 China - Vídeo
Costa Rica 2x5 Brasil - Vídeo

Oitavas-de-Final
Brasil 2x0 Bélgica - Vídeo

Quartas-de-Final
Inglaterra 1x2 Brasil - Vídeo

Semi Final
Brasil 1x0 Turquia - Vídeo

Final
Alemanha 0x2 Brasil - Vídeo

Assista abaixo a partida completa da final.


Convidamoso leitor à acessar a série sobre o Penta do blog Van do Halen, que com muito mais qualidade e propriedade falou sobre esse momento histórico. Porém nosso blog não poderia deixarde fazer menção.

Memórias do Futebol: Os dez anos do Penta - Parte 1
Memórias do Futebol: Os dez anos do Penta - Parte 2
Memórias do Futebol: Os dez anos do Penta - Parte 3
Memórias do Futebol: Os dez anos do Penta - Parte 4
Memórias do Futebol: Os dez anos do Penta - Parte 5
Memórias do Futebol: Os dez anos do Penta - Parte 6
Memórias do Futebol: Os dez anos do Penta - Parte Final

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quinta-feira, 28 de junho de 2012

A História do Rock em 100 Riffs

A proposta do vídeo é passar um breve histórico do Rock em 100 de seus maiores riffs. Um vídeo bem interessante. Veja!


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segunda-feira, 25 de junho de 2012

Estrela Dourada, Olho Roxo

A história todos vocês conhecem.

Everaldo Marques da Silva, lateral-esquerdo campeão do Mundo com a Seleção Brasileira em 1970, foi homenageado com uma estrela dourada no Pavilhão Tricolor.

Era um atleta simples, de bom porte físico e boa aplicação tática. Sempre firme, porém disciplinado. Em virtude disto, em 1972, foi agraciado com o Prêmio Belfort Duarte, láurea destinada à atletas dos mais disciplinados.

Em Outubro daquele ano, porém, aos 18 dias, Grêmio e Cruzeiro enfrentariam-se pelo Brasileirão. Após marcar pênalti inexistente de Beto em Palhinha. Corriam 32 minutos de pertida. Ao apontar a marca de cal, correndo em direção à área, encontrou o punho cerrado de Everaldo. Foi nocauteado.

Everaldo nem quis conversa, sequer esperou o juiz apitar a expulsão, e foi saindo de campo, como quem com a alma lavada.  Contra o que julgava um "roubo", esperou metódicamente ser laureado para desferir violento golpe contra a abritragem do sr. José Favilli Neto.

“Sei que cometi falta grave. Mas não agüentava tantos jogos, tantas viagens sempre longe da família, tanta injustiça dos juízes” Everaldo Marques da Silva

O vídeo abaixo foi achado de João Renato Alves, do blog "Van do Halen". Um precioso VT que mostra o fatídico lance.


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domingo, 24 de junho de 2012

O Último dos Grandes Beques

Houve tempo em que a Grande Área era um lugar sacralizado pelos grandes nomes que ali mandavam, que dentro daquele espaço demarcado pela cal, eram Delegado, Promotor, Juiz, Carcereiro e XXX.

Naqueles tempos, quem nascia com o sobrenome Pontes tinha um nome à zelar. Eram três os irmãos, João Pontes, Daison Pontes e Bibiano Pontes, este último jogando no Internacional. João e Daison, mais Pedro e Bebeto, o Canhão da Serra, formaram um formidável escrete, e temível, do Gaúcho de Passo Fundo, ora em pleno renascimento.


João já era falecido há algum tempo, Bibiano ainda reside em Porto Alegre. Daison faleceu neste Sábado, dia 23, vítima de AVC, o último dos grandes becões formados pela escola gaúcha. Mas não sem deixar, assim como seu irmão, João, uma extensa ficha corrida de dar inveja à qualquer zagueiro e frio na espinha de qualquer adversário. É a ficha mais suja do futebol brasileiro. Foi o jogador mais vezes expulso na carreira, no futebol brasileiro. Uma verdadeira legenda do nosso futebol gaúcho.


Entre as lendas futebolísticas, confirmada por vários veículos e profissionais da imprensa, se encontra o episódio de Daison Pontes com o juiz José Luis Barreto, atualmente aposentado e que cuida da direção de arbitragem no RS.
Daison Pontes jogava pelo Gaúcho de Passo Fundo, e em 1974 Barreto apitava uma partida por lá.
Pênalti contra o Gaúcho. Daison Pontes xinga José Barreto.
Barreto o sentencia: - Se eu te pegar fora de Passo Fundo, te expulso.
Daison Pontes responde: - Se tu me expulsar eu te quebro.

Barreto o "pegou" num jogo em Santa Maria (RS), Daison Pontes foi expulso.
Daison Pontes cumpriu a promessa também.

Ficha de Daison Pontes:

1959 - agressão a adversário
1962 - invasão de campo
1963 - ofensa ao juiz
1963 - agressão ao adversário
1964 - ofensa ao juiz
1964 - ofensa ao juiz
1964 - ofensa ao juiz
1966 - agressão ao adversário
1968 - ofensa ao juiz
1969 - agressão ao adversário
1969 - atitude inconveniente
1970 - agressão ao adversário
1971 - atitude inconveniente
1972 - agressão ao adversário
1973 - agressão ao adversário
1974 - ofensa ao juiz
1974 - agressão ao juiz*

* Foi suspenso por 18 meses e voltou em 1976 apenas para encerrar a carreira.

Daison formava dupla de zaga com seu irmão, João, que também exibia uma ficha digna de orgulho e inveja.

1964 - agressão a adversário
1965 - agressão a adversário
1966 - ofensa ao juiz
1966 - agressão a adversário
1967 - ofensa ao juiz
1969 - atitude inconveniente
1970 - agressão a adversário
1970 - agressão a adversário
1972 - ofensa ao juiz
1973 - agressão a adversário
1974 - ofensa ao juiz
1978 - ofensa ao juiz

Que avante encara essa zaga?

Em homenagem ao último dos grandes beques, este post ficará incluído também na categoria "Homens que devemos conhecer".

Fonte: Puro Futebol

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segunda-feira, 18 de junho de 2012

Vida aos 70: A Lição de Paul

O Beatle Paul, principal parceiro de John nas composições do grupo de Liverpool, completa hoje nada mais nada menos do que 70 primaveras. E na plena atividade. Em fevereiro deste ano, lançou um álbum de inéditas chamado "Kisses on the Bottom".



Ao adentrar uma sala onde reunam-se os maiores artistas da música ainda vivos, Paul é um dos poucos que será unânimemente reverenciado. Isso porque ele é um Beatle, a maior banda (julguem-me, se não concordam...) de todos os tempos em todos os estilos musicais possíveis, e ainda os que estão por serem criados.


Com maestria, o articulista Lucas Von, hoje no Blog do Torcedor do Blogo Esporte, escreveu no Blog do Tricolor, do Clic RBS, conseguiu mostrar porque o ex-Beatle é um dos maiores artistas de todos os tempos.

"Olha a magnitude desse show: o cara é UM BEATLE! Eu disse UM BEATLE. Paul McCartney é simplesmente o compositor mais vendido do mundo. Suas composições são as mais executadas. Yesterday é a música mais tocada no Planeta Terra. (...) Paul recebeu da Rainha da Inglaterra o título de “Sir”: privilégio para poucos.


Portanto, nós, fãs de Beatles e do Paul, não precisávamos de muito para termos uma noite inesquecível. A gente só queria vê-lo e ouvi-lo. (...) Todo mundo já iria pra casa contente. Tudo que o Paul é e representa faz com que ele não precise se esforçar muito pra agradar a todos. Só o fato de ele estar ali e cantar meia dúzia de músicas já seria o máximo. Se ele não falasse uma vez sequer com a plateia o show já seria ótimo. Se ele resolvesse falar em russo com o público, ninguém ia entender, e mesmo assim o show seria maravilhoso.


Mas Sir. James Paul McCartney entrou no palco saudando a todos e disse, com um nítido sotaque britânico: “oi, tudo bem? Boa noite, Porto Alegre. Boa noite, Brasil. Vou tentar falar português”. A massa foi ao delírio. Quase todo artista estrangeiro ensaia um “tudo bem”, um “obrigado”, enfim, palavrinhas-chave. Mas Paul falou português o show inteiro. Do início ao fim. Um humilde esforço de um dos maiores músicos do mundo, de um sujeito de 68 anos que desde a década de 60 é venerado por todos. Um cara que não precisa mais provar nada a ninguém, não precisa ficar agradando ninguém.



Não satisfeito em falar português e a tremular uma bandeira do Brasil no palco, McCartney repetiu inúmeras vezes expressões como: “obrigado, gaúchos”, “mas bah, tchê!” e “tri legal”. E até cantou o famoso “ah, eu sou gaúcho!”.



Com 68 anos de idade fez um show movimentado de 3h de duração, sem tomar um copo d’água sequer e se esforçando pra falar português e até mesmo gauchês. E ele é o Paul McCartney. Aí vêm umas bandinhas menores aqui, fazem showzinhos de 1h e meia, falam inglês o tempo todo e saem cansadinhos do palco."

Fonte: Blog Tricolor

Deste humilde blogueiro, uma homenagem à este hoje senhor, do alto de seus 70 anos, que permaneça vivo e profissionalmente ativo por muitos e muitos anos.


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domingo, 17 de junho de 2012

Identidade, História e Tradição JOGADOS NO LIXO!!!

O Grêmio não vence nada há exatos 11 anos. Há exatos 11 anos, vencia o Corinthians em São Paulo, após um resultado de 2x2 que todos sacramentaram como insustentável em terras paulistanas...

O problema do Grêmio é Odone, segundo alguns. Como era Duda Kroeff, e Odone de novo, e Obino, e Guerreiro, e Cacalo. Salva-se a única unanimidade: Fábio André Koff, que cunhou a famosa frase, "o Grêmio não é um time de futebol, o Grêmio é uma idéia".

Para outros, o problema é a falta de alento, é Marco Antônio, é André Lima, é Pará, é Werley, é Victor, é Luxemburgo, é Pelaipe... Já foi Caio Jr., Roth, Vagner Mancini, Edinho, Helio dos Anjos, Lazaroni, Plein... Já foram André Krieger, Meira, Saul Berdichevski, Antônio Vicente Martins, Renato Moreira...

O problema é maior, claro que é muito maior... Contratar jogadores desse naipe é conseqüência de um cube que se desligou de sua história, que, perdoe o termo, caga e mija em cima de sua história. Um clube que contrata um técnico que não têm qualquer identificação com o clube e sua história, que sempre que pôde tentou desmerecer e denegrir o Grêmio (e gabava-se de criticar o "estilo Grêmio" de jogar futebol, objetivo, aguerrido, mecânico, por vezes violento), é um clube que divorciou-se de sua história, VENDEU-SE à sua antítese.

Luxemburgo é a antítese do Grêmio, Grêmio enquanto idéia, filosofia. Ao divorciar-se de sua história, independente dos resultados de campo, fomos derrotados, IDEOLOGICAMENTE derrotados pelos que nos opunham. Sim, houve quem nos opusesse, filosófica e ideológicamente, pois se éramos os representantes do "futebol feio", nossa antítese eram os representantes do "futebol arte". Estes últimos nos derrotaram fragorosamente, sem que um único "tiro" fosse disparado...

Perdemos a pior das batalhas, a batalha de idéias, e essa é, para mim, a batalha mais dura e triste de ser perdida...

Ao se desligar de sua história, torna-se incapaz de aprender com ela. E incapaz de aprender com sua história, encontraremos novamente a nossa sina.

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quinta-feira, 14 de junho de 2012

Faith in Humanity: Restored

Vídeo da Coca-Cola, com imagens de Câmaras de Segurança.


Fonte: 9GAG.

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terça-feira, 12 de junho de 2012

Cover da Semana: Hurt, de Johnny Cash

Não é preciso conhecer muito de música para saber que Johnny Cash foi um dos maiores artistas de seu tempo. Conhecido pela alcunha de "Man in Black", ou o "Homem de Preto", Cash tornou-se a personificação do Country, embora tenha oscilado do Blues e Gospel ao Folk e Rock.

Com sua poderosa e sepulcral voz, construiu uma sólida carreira, mas de altos e baixos, principalmente no campo da vida pessoal. Foi por vezes dominado pela droga e álcool, mas próximo do fim de sua carreira, recuperou-se amplamente para escrever novas e bonitas páginas de sua história.

Ao fim dos anos 70, sua carreira começou à declinar, em parte por conta da relação cada vez pior com a sectária indústria musical de Nashville. Tudo viria à mudar nos anos 90, quando assinou contrato com a gravadora American Records, mais conhecida por lançamentos de Rap e Hard Rock, e aproximação com Rick Rubin, um excêntrico porém competente produtor, de albuns como Toxicity.

Com o lançamento do álbum "American Records", de covers, ele iniciaria uma brilhante série de seis álbuns, gravando versões de Bob Marley, U2 e talvez a mais famosa delas, uma versão de Hurt, da banda Nine Inch Nails.

A letra foi levemente alterada, uma parte considerada profana foi substituída de "crown of shit" para "crown of thorns", mas a música em si foi quase que radicalmente alterada. O clipe recebeu o Grammy de melhor clipe, e posteriormente foi indicado pela revista NME como o melhor clipe de música já feito, batendo concorrentes de peso.

Fique com o genial clipe.


Hurt
Johnny Cash

I hurt myself today
To see if I still feel
I focus on the pain
The only thing that's real

The needle tears a hole
The old familiar sting
Try to kill it all away
But I remember everything

(Chorus)
What have I become?
My sweetest friend
Everyone I know goes away
In the end

And you could have it all
My empire of dirt

I will let you down
I will make you hurt..

I wear this crown of thorns
Upon my liar's chair
Full of broken thoughts
I cannot repair

Beneath the stains of time
The feelings disappear
You are someone else
I am still right here

Refrão
What have I become?
My sweetest friend
Everyone I know goes away
In the end

And you could have it all
My empire of dirt

I will let you down
I will make you hurt

If I could start again
A million miles away
I would keep myself
I would find a way

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domingo, 10 de junho de 2012

Cerveja vs. Vinho e a DB Export Dry

O Vinho é reconhecido desde priscas eras como a Bebida para Harmonização por Excelência. Por meio de uma habilidosa campanha de marketing, lenta e constante, a indústria vitivinículo consolidou esta imagem, que não está assim tão longe da realidade, claro. Conceitos modernosos como Enogastronomia e Enoharmonização tornaram-se mais do que regras, tornaram-se Dogmas.

Porém, nos últimos anos, cervejeiros, caseiros, artesanais e até industriais, ao redor do Globo, têm se esforçado por demonstrar as vantagens da Cerveja sobre o Vinho, especialmente no que diz respeito à imensa gama de aromas e sabores queo fermentado de uva não consegue dispôr aos profissionais da gastronomia e culinária.

Uma das últimas e mais bêm sucedidas tentativas neste sentido havia sido a cerveja Estrela Damm Inedit, classificada, sem nenhum compromisso técnico, científico ou metodológico como uma "Cerveja Gourmet", criada pela Damm em parceria com o renomado chef espanho Ferran Adrian, como uma cerveja especialmente feita para uso gastronômico.



Mas nenhuma campanha foi mais ácida, divertida e bem feita quanto a da Export Dry, da DB Brewery, da Nova Zelândia. O mote da campanha foi "Say no to the wine". A campanha mostra a escolha pelo Vinho como uma espécia de imposição social, um "dogma" como falado acima, que teria levado amantes da cerveja à trocarem-na pela bebida de Baco.

A campanha incluía, além de prints, um filme genial, na opinião do blogueiro que ora lhes escreve.


O vídeo mostra os enoconsumidores em situações gozadas. Veja abaixo.


Além disso, a agência responsável, a Colenso BBDO, criou uma ação promocional tão genial que é a cereja do bolo. Um estande na ala de vinhos, eum uma loja de vinhos, expunha um vinho em belíssima garrafa e cujo rótulo mostrava o seguinte nome: "You don't have to do this".


Na parte de trás da garrafa, o contra-rórulo explicava a situação. Vale à pena ler à seguir.




No fim, a mensagem convidava o consumidor à dirigir-se ao caixa, e assim ele ganharia desconto de $ 5,00 num pack da DB Export Dry.

O que eu compreendi disto tudo? Nada, mas me deu uma vontade de experimentar essa Export Dry, e ver se ela é tudo o que promete ser...

Fonte: Brainstorm 9


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domingo, 3 de junho de 2012

Primeiro Gre-Nal Internacional

Aos amigos leitores, em especial os colorados, perdoem o segundo post seguido da sessão "Histórias do Grêmio". Ocorre que a data de 02 de Junho é especial. Claro que a Imprensa deu muito destaque ao Gre-Nal de Rivera, como o primeiro Clássico disputado fora do Rio Grande do Sul (e do Brasil). Posteriormente, a FGF aventou a possibilidade de a Dupla disputar um clássico em Boston. Mas muito antes disso, houve um Gre-Nal igualmente histórico, em terras gaúchas, mas valendo o primeiro confonto por um Torneio Internacional.

Grêmio vence por 2x1 o Gre-Nal de Rivera.

Em 1968, as maiores confederações do futebol sul-americano, a então CBD, a AFA e a AUF, associadas à FGF gaúcha, planejaram um torneio amistoso, aos moldes da Copa Aldao, que reunia equipes do Uruguay e Argentina, e que seria o embrião da Copa Libertadores da América. Denominada Copa Rio de La Plata, ela reuniria equipes do Rio Grande do Sul, Uruguay e Argentina., à saber: Grêmio, Internacional, Nacional, Peñarol, Independiente e Estudiantes, equipes que emparelhavam em suas Salas de Troféus já na época grandes conquistas. O Estudiantes havia sido Campeão da Libertadores daquele ano, e já havia sido campeão nacional, assim como o Independiente, que já era àquela altura Bi-Campeão Continental. Nacional e Peñarol já há muito duelavam pela hegemonia nacional, mas naquela oportunidade só o time aurinegro já havia erguido a famigerada taça continental. Todos os quatro times de fora do Brasil já haviam vencido a Copa Aldao.

Era, portanto, um torneio interessante para Grêmio e Inter, numa época em que o futebol gaúcho ainda não possuía envergadura para disputar com o Eixo Rio-SP, e como experiência nos solos da América do Sul... Infelizmente, os clubes argentinos acabaram desistindo da competição por problemas de data (vejam só vocês, qualquer semelhança com a atualidade não é mera coincidência). Mas a Competição estava marcada e sairia, de qualquer modo.

A estréia da Dupla seria no Olímpico. Com gols de Joãozinho, Volmir e Alcindo, duas vezes, o Grêmio venceria pelo placar de 4x0, iniciando a trajetória para o título, e comprovando mais uma vez sua trajetória de vanguarda.

Time Heptacampeão Gaúcho foi a Base que disputou o Torneio

O time base seria aquele campeão pela sétima vez seguida do Estadual, contando, dentre outros, com os selecionáveis Everaldo e Alberto (este excluido obscuramente da Seleção às portas da Copa de 70), além de Joãozinho, sobre o qual os antigos contam maravilhas, como jogador habilidoso e cerebral. O técnico era Sérgio Moacir, grande figura do clube.

O Grêmio ainda venceria o Peñarol, pelo placar mínimo, dentro do Centenário, em Montevideo, e voltaria à jogar em casa, contra o Nacional, no dia 16 de Junho daquele ano, vencendo por 2x1, gols de Altemir e Beto, descontando para o Nacional o meia Techera. Desta forma, estaca conquistada a Copa Rio de La Plata.

Taça da Copa Rio de La Plata.

Espero que tenham gostado do post, apesar do tamanho.

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1000 Cervejas: Brewdog Punk IPA

Leia em meu blog 1000 Cervejas: Brewdog Punk IPA, Potência e Controle.

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sexta-feira, 1 de junho de 2012

Ahh, Eu Sou Gaúcho.

Não era o Felipão, sentado ali, na casa-mata. Mas sim um franzino velhinho, quase careca e grisalho, mas de vistoso passado. E claro, algumas figuras do passado já não habitavam o tapete verde entre as quatro linhas, como Aílton, Adílson Baptista e Jardel. Mas era definitivamente o Grêmio, com seu inconfundível uniforme tricolor, em negro, azul e branco.
"Para ganhar do Grêmio, um time precisa ser mais técnico e mais competitivo. Se não for as duas coisas, no máximo empata. Ganhar, não ganha."
Fernando Calazans, do jornal O Globo
O Flamengo havia empatado, em Porto Alegre, e para muitos a brilhante fase que se iniciara ainda em 1993, com a contratação de Luiz Felipe Scolari - e a montagem de um time competitivo como poucas vezes se viu - estava encerrada. Como o confronto decisivo seria no Maracanã, a crença geral era de que o Grêmio precisava fazer resultado na primeira partida para ambicionar o título. Ainda jogaria desfalcado de um de seus maiores expoentes, Dinho, expulso no jogo de ida. Convém lembrar que o Flamengo jamais havia perdido um título dentro do Maracanã para uma equipe de fora do Rio. O otimismo pulsava nas veias flamenguistas.


Eram os tempos do "Ahh, eu tô maluco", grito que tomou conta das torcidas do Nordeste e Sudeste do país. Aqui, na ponta do mapa, ainda era época de bairrismo. E assim gritava a torcida rubro-negra, "ahh, eu tô maluco". A festa estava montada, com quase cem mil torcedores de vermelho e preto no Estádio Jornalista Mário Filho. Na pequena torcida tricolor que se fez presente, o atual "dale" ainda era o "dá-lhe" ou o "não te mixa", muito mais Gaúcho do que Castelhano, vale dizer...

O jogo, claro, iniciou tenso, mas logo aos 6 minutos o Grêmio mostras suas armas. João Antônio recebe passe de Carlos Miguel, dentro da área, dribla o zagueiro e bate no canto. Grêmio 0x1. O Flamengo precisava sair para o jogo, pois o empate não mais servia, era preciso virar a partida, e os contra-ataques levavam o pavor para as hostes urubus. Em três lances, com Paulo Nunes, Arce e Carlos Miguel, a bola rondou a goleira rubro-negra. O primeiro chute flamenguista somente ocorreu aos 25 minutos, com um então menino Athirson. Sávio, a grande contratação do Flamengo para o ano, sai lesionado, para a entrada de Lúcio, que empataria aos 30 minutos, recebendo livre, e batendo depois de dominar. O Flamengo se inflamava, e aquele jogo morno que parecia levar, inexorávelmente, à derrota no torneio, ficava para trás. A virada parecia questão de tempo, e chegou com o baixinho, de cabeça. Antecipou-se à Luciano, que substituíra Rivarola, e na segunda tentativa, empurrou para o gol livre.

Mais do que nunca, o canto de "Ahh, eu tô maluco" tomava conta do estádio. Precisando do resultado, mas enfrentando um adversário qualificado, empurrado por uma centena de milhar de seus torcedores, o Grêmio retornaria do intervalo disposto à ser ainda mais valente, e de fato precisaria sê-lo para sonhar com o Tri-Campeonato da Copa do Brasil. Logo aos 3 minutos, a bola enflexada pela cabeça de Luciano encontraria a trave em seu caminho.Apenas alguns instantes depois, Romário quase faz o terceiro, após cruzamento de Athirson.

O jogo fica truncado, e cada minuto parecia jogar contra os tricolores. Até que aos 34 minutos da segunda etapa Roger busca uma bola esticada na esquerda. O cruzamento ainda desvia na defesa, encontrando os pés de Carlos Miguel, e depois... a rede. Os gritos de "Ahh, eu tô maluco", e até mesmo de "Dá-lhe Grêmio" e de "Não Te Mixa, Grêmio", foram largamente abafados por uma gloriosa paródia... "Ahh, Eu Sou Gaúcho" toma conta do estádio...


Os minutos finais da partida agora pareciam ser todos gremistas, e estavam determinados à dar razão às palavras de Calazans. Pouca coisa de valor aconteceu naqueles derradeiros momentos, e o time tricolor mostrou valor naquilo que sabia fazer com maestria. Jogar com o Regulamento debaixo dos braços.


O velhinho na Casa-Mata não era mais Felipão, e isso representaria sem dúvida o Canto do Cisne daquele Grêmio. Mas mais uma vez heróico, o Grêmio quebrava outro tabu. Pela primeira vez em quase cinqüenta anos o Flamengo perdia um título dentro do Maracanã para um time de fora do Rio.

Reportagem do Jornal Nacional


Jogo Completo.

Taí o velhinho da Casa-Mata...


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