Esse cover entra na lista pelo exótico. É difícil de acreditar, mas eu gosto de Raça Negra. O que não deixa de ser um fato exótico. Um dos maiores sucessos da banda é o hit "Cheia de Manias", com o famoso refrão escrito pelo Luiz Carlos, um grandioso poeta dos pandeiros e da língua presa e hipertrofiada...
"Di di di di di di ê" CARLOS, Luiz.
Através do Bruno Moita, fui apresentado à versão do Pagodeversions, uma inusitada tradução para o inglês e tocada só no violão.
"Beautiful girl She know's she's tasty"
Veja agora as versões! Boa diversão. Cheia de Manias - Raça Negra: Full of Habits - Pagodeversions: Gostou? Compartilhe. Discordou? Comente.
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Vamos deixar de lado a charlaiada à respeito de Jimi Hendrix: ele é reconhecidamente um dos maiores e mais influentes guitarristas da história da música. Seu estilo experimentalista, cru e psicodélico garantiu à ele tal reconhecimento e principalmente uma música absolutamente única. Identificar que uma música é de The Jimi Hendrix Experience é como tirar doce de criança.
Uma de suas mais famosas músicas é Voodoo Child, um Acid Rock de primeira qualidade. Produto do último álbum da banda - Electric Ladyland -, já então consagrada pela apresentação no Festival Pop de Monterey, de 1967. Em 1970, foi lançado como single, tendo como B Side as não menos famosas Hey Joe e All Along The Watchtower.
Em 1984, Stevie Ray Vaughan e The Double Trouble, donos de uma blueseira de respeito, regravaram para seu segundo álbum, Couldn't Stand The Weather. Apesar de estilos diferentes, Hendrix era a maior infliência de Stevie. "Eu amoHendrixpor muitos motivos. Eleera muito maisdo que apenasum guitarristade blues - ele tocou muito bemqualquertipo de guitarraque ele quis.Na verdade, eunão tenho certeza seele realmente tocava violão, ele tocava música", diria ele.
Com um som mais limpo, porém com a habitual habilidade no comando de sua Stratocaster 1959, ele tocou exatamente a mesma música que Hendrix havia escrito desesseis anos antes, durante uma jam session com Steve Winwood. Infelizmente, ambos foram pro outro lado ainda jovens, e já na condição de gênios da música. Hendrix permanecerá para sempre como um dos maiores expoentes da época de "Sexo, Drogas, Paz e Amor", enquanto Stevie foi responsável por revitalizar e trazer o Blues de volta para as paradas dos anos 80 e 90...
The Jimi Hendrix Experience - Voodoo Child (1968):
Stevie Ray Vaughan and The Double Trouble - Voodoo Child (1984):
Entre o fim dos anos 70 e início dos anos 80, a banda João Penca e Seus Miquinhos Amestrados ficou famosa quando acompanhava o cantor Eduardo Dusek, por seu estilo irreverente e bem humorado, facilmente reconhecível pelos Topetes e Roupas que remetiam aos anos 50...
Um dos seus maiores sucessos foi a música Popstar, um misto de Rockabilly e Surf Rock, regravada por uns 3 ou 9 artistas, e que veio num álbum com o estranhíssimo nome de "OK, My Gay", de 1985. Um dos artistas que regravaram a música foi o consagrado Lulu Santos, em 2005, no álbum "Letra e Música", com um estilo mais pop, ballad. Pouco depois, a banda carioca Seu Cuca regravou o hit resgatando o estilo original porém com mais peso nas guitarras, com o álbum Daqui Pra Frente, de 2006.
João Penca e Seus Miquinhos Amestrados - Popstar (1985):
Não é preciso conhecer muito de música para saber que Johnny Cash foi um dos maiores artistas de seu tempo. Conhecido pela alcunha de "Man in Black", ou o "Homem de Preto", Cash tornou-se a personificação do Country, embora tenha oscilado do Blues e Gospel ao Folk e Rock.
Com sua poderosa e sepulcral voz, construiu uma sólida carreira, mas de altos e baixos, principalmente no campo da vida pessoal. Foi por vezes dominado pela droga e álcool, mas próximo do fim de sua carreira, recuperou-se amplamente para escrever novas e bonitas páginas de sua história.
Ao fim dos anos 70, sua carreira começou à declinar, em parte por conta da relação cada vez pior com a sectária indústria musical de Nashville. Tudo viria à mudar nos anos 90, quando assinou contrato com a gravadora American Records, mais conhecida por lançamentos de Rap e Hard Rock, e aproximação com Rick Rubin, um excêntrico porém competente produtor, de albuns como Toxicity.
Com o lançamento do álbum "American Records", de covers, ele iniciaria uma brilhante série de seis álbuns, gravando versões de Bob Marley, U2 e talvez a mais famosa delas, uma versão de Hurt, da banda Nine Inch Nails.
A letra foi levemente alterada, uma parte considerada profana foi substituída de "crown of shit" para "crown of thorns", mas a música em si foi quase que radicalmente alterada. O clipe recebeu o Grammy de melhor clipe, e posteriormente foi indicado pela revista NME como o melhor clipe de música já feito, batendo concorrentes de peso.
Em janeiro deste anos, demos destaque aos Covers do sucesso "De musica ligera", da dos correntinos do Soda Stereo. Veja o post clicando aqui.
Pois à título de curiosidade, os suecos da Roxette excursionam pela Argentina, e tocaram esta música em seu show, no dia 25 de abril. Veja o vídeo abaixo.
A banda americana MGMT ganhou notoriedade com seu som único, uma mistura ímpar de rock psicodélico com música eletrônica, conquistando fãs no mundo mais underground. Seu maior sucesso é "Kids", ao lado de "Electric Feel".
Num outro extremo, a banda de indie rock britânica, The Kooks, com um som que têm influências dos Stones, Beatles e Bob Dylan.
O que ambas têm em comum? Nada. Mas The Kooks gravou uma versão acústica do sucesso Kids, que ficou bastante bacana, mesmo sendo dois estilos totalmente diferentes de música. Veja abaixo as duas versões.
Na segunda metade dos anos 60, o Rock Psicodélico já tinha entrado em cena, e numa mistura disso com o "Blue Eyes Soul", ou um "Soul de Brancos", a hoje quase desconhecida banda americana The Top Box, chegou ao topo das paradas americanas e ficou lá por quatro semanas, numa época em que ficar uma semana já era um grande feito. Desbancar Stones, Beatles, Beach Boys e outras bandas inglesas era tarefa para poucos.
Apenas alguns anos depois, em 1970, Joe Cocker, hoje muito mais conhecido que The Top Box, fez uma releitura interessante da música, um Blues Rock poderoso com o uso de piano e sopros, e num compasso mais veloz. Essa é de longe a versão mais conhecida de uma música que teve dezenas de regravações, em variados estilos, como o Disco, Pop e Eletrônico...
A música foi escolhida por causa, justamente, das diferenças significativas entre a versão original e a releitura. Veja por si mesmo.
Estava escutando na Itapema FM, a música "Punky Reggae Party", curti a música e a história. Segundo eles, e confirmado pela Wikipedia, Marley escreveu esta música em resposta ao cover que o The Clash fez da música "Police and Thieves", originalmente lançada por Junior Murvin, o qual eu desconheço totalmente.
Na música eles citam "The Wailers will be there, The Damned, The Jam, The Clash – Maytals will be there, Dr. Feelgood too."
Não sou MUITO do Punk, mas The Clash eu curto alguma coisa, e a versão, na minha opinião, ficou DEMAIS. E a música-resposta do Bob também. Sem mais delongas, seguem aí as três músicas para vocês...
Como já destacamos, nos anos 80 e 90 o Rock Argentino produziu artistas de alto calibre, especialmente por mesclarem o tradicional rock à um pensamento, modo e estilo puramente argentino, platino, e até pampeano, e por conta disso tornaram-se influências para o rock de garagem dos pampas gaúchos.
Uma destas bandas foram Los Enanitos Verdes, que fizeram muito sucesso na época, inclusive tendo um de seus álbuns indicados ao Grammy. Um dos maiores sucessos foi "Lamento Boliviano", lançado em 1994 no álbum Big Bang. No entanto, a original é de uma banda chamada "Alcohol Etilico", da qual participaram Sérgio Embrioni, guitarrista da Enanitos Verdes, e Horácio Gomez, tecladista da Enanitos. Não achei áudio ou vídeo dessa música, lançada em 1986. Essa música foi regravada por uma banda gaúcha também tradicional, apesar de fora do circuito mainstream. Trata-se da Vera Loca. Em 2008, lançaram a música no álbum Vera Loca III.
A letra acabou significativamente modificada, mas a musicalidade não. Pra mim, é um dos clássicos do Rock Gaúcho. À seguir, vídeo e letra das duas.
Lamento Boliviano
Enanitos Verdes
Me quieren agitar,
Me insitan a gritar,
Soy como una roca ,
Palabras no me tocan,
Adentro hay un volcan ,
Que pronto va estallar,
Yo quiero estar tranquilo,
Es mi situacion,
Una desolacion,
Soy como un lamento,
Lamento boliviano,
Que un dia empezo,
Y no va a terminar,
Y a nada me hace daño...
Uoo, ioio uo uoooo eeee iee
Y yo estoy aqui,
Borracho y loco,
Y mi corazon idiota,
Siempre brillara,
Y yo te amare,
Te amare por siempre,
Nena no te peines en la cama,
Que los viajantes se van atrazar... Uooo oiooouoo ieeee eeieeee
Borracho Y Loco
Vera Loca
Querem me incomodar
Tentam me ver gritar
Sou como uma pedra
Palavras não me tocam
E dentro há um vulcão
Pronto a estourar
Queria estar tranqüilo
Não agüento mais
Minha situação
Ando desolado
Sem você do meu lado
Parece não ter fim
Essa desilusão
Quero tomar um vinho
Uoo, ioio uo uoooo eeee iee
E agora estou aqui
Borracho y loco
E meu coração idiota
Ainda chora
E eu te esperarei
Borracho y loco
Baby até hoje eu não sei
Por que você foi embora E eu te esperarei
Te esperarei pra sempre
Baby até hoje eu não sei
Por que você foi embora
Soda Stereo é uma das maiores bandas da América do Sul, da Argentina, e porque não permitir-se, do Mundo. Sem essa de Eurocentrismo, se a onda do momento é um orgulho latino-americano, porque não?!
A banda lançaria em 1990 aquela que seria sua Magnum Opus, a canção "De musica ligera", e cuja versão pouco conhecemos no Brasil. Mas outra banda, essa reconhecida por estas paragens, e que na época foi muito próxima do cenário musical argentino, lançaria naquela década uma versão que se tornaria um hit no Brasil. Com efeito, Os Paralamas do Sucesso lançariam sete álbuns no Exterior, quase todos para Portugal e países de língua espanhola, incluindo uma versão argentina para o álbum "Severino", de 1994, que seria chamado lá de "Dos Margaritas".
Essa proximidade com os profícuos e efervescentes cenários roqueiros nas bordas do Rio da Prata não tardariam à gerar frutos, e esse fruto seria exatamente uma versão, bastante fiel mas poderosa, do hit de Soda Estereo. Veio como parte do álbum "Nove Luas", de 1996, que também ganharia uma versão em espanhol.
Muito tempo depois, a banda Capital Inicial lançaria uma versão, essa uma releitura, com mais peso e uma letra modificada. Esta é hoje mais lembrada no Brasil por conta, talvez, de ser mais recente, mas a versão dos Paralamas do Sucesso é, na opinião deste blogueiro, melhor.
Abaixo, veja a versão original, e em seguida a versão tocada no "El ultimo concierto", o derradeiro show de uma mega turnê que levaria Soda Stereo para nove países e venderia mais de um milhão de ingressos. Depois disso, se separaria em definitivo, daí o nome do show.
Versão Original, álbum "Canción Animal", de 1990:
Versão Ao Vivo, DVD "El ultimo concierto", de 1997:
Agora, os covers, em destaque o que dá título ao post.
Versão do Paralamas do Sucesso, do álbum "Nove Luas", de 1996:
Versão do Capital Inicial, do álbum "Rosas e Vinho Tinto", de 2002:
E abaixo, ainda, uma homenagem à Soda Estereo, com várias bandas tocando versões distintas da música. Vale à pena ver:
Em tempo, uma curiosidade. No seu blog, Pedro Valente falou sobre a semelhança da versão do Capital e de outra música, "Save Tonight", do sueco Eagle-Eye Cherry. Ele ainda juntou as músicas em uma só. Vale a pena conferir, pelo inusitado. Para ouvir, clique aqui e baixe a mp3.
E aí, curtiram? Espero que tenham gostado. Compartilhem e comentem.