domingo, 28 de outubro de 2012

As 10 regras do Futebol de Rua

O Futebol de Rua é, sem sombra de dúvidas, o grande esteio onde está assentado o futebol do país.

Versão mais popular e abagualada do esporte bretão, é por definição edificadora de ccaráter, já que eclusiva de guascas de primeira grandeza.

Por isso mesmo, o Futebol de Rua possui algumas regras para manter sua assência. Veja.

1. A BOLA
A bola poderia ser qualquer coisa remotamente esférica. Até uma bola de futebol servia, mas as de borracha pura eram as preferidas, quem controlava uma daquelas até hoje é bom de bola, pulavam muito. No desespero, usava-se qualquer coisa que rolasse, como uma pedra, uma lata vazia ou a lancheira do irmão menor.


2. O GOL
O gol poderia ser feito com o que estivesse à mão: tijolos, paralelepípedos, camisas emboladas, chinelos. A grande área o circulo do meio campo e a marca de penalte, quando tinha asfalto, eram desenhadas com um pedaço pedaço de tijolo.


3. O CAMPO
O campo poderia ir até o meio-fio (guia) da calçada, calçada e rua, rua e a calçada do outro lado e, nos grandes clássicos, o quarteirão inteiro.


4. DURAÇÃO DO JOGO
O jogo normalmente virava em 5 e terminava em 10, podendo durar até a mãe do dono da bola chamar ou escurecer. Nos jogos noturnos, até alguém da vizinhança ameaçar chamar a polícia.


5. FORMAÇÃO DOS TIMES
Variava de 3 a 70 jogadores de cada lado (sempre escolhidos pelos dois “craques” da turma). Ruim (normalmente o dono da bola) ia para o gol. Perna de Pau jogava na ponta, a esquerda ou a direita, dependendo da perna que faltava. De óculos era meia-armador, para evitar os choques. Gordo era beque.


6. O JUIZ
Não tinha juiz.


7. AS INTERRUPÇÕES
No futebol de rua, a partida só poderia ser paralisada em 3 eventualidades:
a) Se a bola caísse no quintal da vizinha chata. Neste caso os jogadores deveriam esperar 03 minutos pela devolução voluntária da bola. Se isso não ocorresse, os jogadores deveriam designar voluntários para bater na porta da casa e solicitar a devolução, primeiro com bons modos e depois com ameaças de depredação.
b) Quando passava na rua qualquer idoso(a) ou garota gostosa.
c) Quando passavam veículos pesados. De ônibus para cima. Bicicletas e Fusquinhas podiam ser chutados junto com a bola e, se entrassem, era Gol.


8. AS SUBSTITUIÇÕES
Eram permitidas substituições nos casos de:
a) Um jogador ser carregado para casa pela orelha para fazer a lição.
b) Um jogador que arrancou o tampão do dedão do pé. Porém, nestes casos, o mesmo acabava voltando a partida após utilizar aquela água santa da torneira do quintal de alguém.
c) Em caso de atropelamento.


9. AS PENALIDADES
A única falta prevista nas regras do futebol de rua era atirar o adversário dentro do bueiro.


10. A JUSTIÇA ESPORTIVA
Os casos de litígio eram resolvidos na porrada, prevalecendo a opinião dos mais fortes ou quem pegasse uma pedra antes.


Fonte: Blog do Bola

Gostou? Compartilhe. Discordou? Comente.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

As fantasias do Real, por Guido Mantega

Passados quase 20 anos do lançamento do Plano Real, o sucesso da empreitada foi absoluto. As taxas de inflação controlaram-se após mais de 30 anos da doença hiperinflacionária.


Contrastado ainda com os múltiplos planos econômicos e monetários que sucederam-se num turbilhão entre o fim do Regime Militar e a adoção do Real, não restam dúvidas de que todos os objetivos tenham sido alcançados. Plano Cruzado, Plano Cruzado II, Plano Bresser, Plano Verão e Plano Collor, cada um com suas bases teóricas, suas metodologias, seus táticas e estratégias, entre todos restou em comum o retumbante fracasso. Parte da explicação encontra guarida na incapacidade do Governo em reduzir significantemente o déficit orçamentário e realizar um verdadeiro aperto montário. Faltou a percepção de que a Inflação é um fenômeno monetário, e não um aumento de preços.


O Plano Cruzado chegou próximo de algum sucesso, mas em 9 meses, caiu como um castelo de cartas. Os que o sucederam, desnorteados, adotaram estratégias cada vez mais exóticas, perdendo-se em meio à vazias discussões teóricas. Por sua vez, o Plano Verão também teve alguma possibilidade de sucesso, e de certa forma legou ao Plano Real algumas valências, entre elas um corte fiscal mais ousado, a abertura econômica, o Plano Nacional de Desestatização e um ousado plano de reforma do estado.

É possível afirmar que só houveram outros dois casos de hiperinflação na história. A Hiperinflação Alemão dos anos 20, e a Hiperinflação do Zimbawe, até hoje não debelada... Em três décadas, entre 1965 e 1994 nossa moeda acumulou inflação de 1.142.332.741.811.850%. Sim, 1,1 Trilhão porcento. Após sucessivos cortes de zeros nas moedas (alguns deles feitos com um varzeano carimbo do Banco Central em notas antigas), perdeu-se a noção dos malefícios da Inflação e passamos à, bovinamente, conviver com ela... Até 1994...

Uma das remarcações varzeanas, de Cruzado para Cruzeiro Novo.
De qualquer sorte, o tema central do post não é esse, mas a ferrenha oposição do PT e de Lula contra o Plano - e posteriormente, à muitas medidas modernizadoras da Era FHC. Abaixo, segue artigo do então futuro Ministro da Fazenda, Guido Mantega, sobre a adoção do Plano Real, publicado na Folha de São Paulo, em 12 de Junho de 1994.

"06/07/2012
‘As fantasias do real’, por Guido Mantega

PUBLICADO NA FOLHA DE S. PAULO EM 12 DE JULHO DE 1994.

GUIDO MANTEGA

Diga-se o que quiser do Plano Real, pelo menos num aspecto ele foi bem sucedido. Conseguiu excitar a imaginação popular e passar a impressão de algo novo e diferente dos planos anteriores.

Os arquitetos do real não pouparam sua imaginação para lançar velhas ideias com aparência de novas, como o Comitê da Moeda, Banco Central independente, ou a dolarização com conversibilidade, mesmo que nada disso tenha sido utilizado.

Chegaram ao ponto de reinventar os reis ou reais, uma nova moeda fantasiada do dólar e garantida por um lastro que não exerce nenhum papel prático, uma vez que o real não é conversível, a não ser o de dar a impressão de que o real vale tanto quanto a moeda norte-americana.

E todo esse barulho para quê? Para vestir com roupagens sofisticadas e muitos truques de ilusão, mais um ajuste tradicional, calcado no corte de gastos sociais, numa contração dos salários, num congelamento do câmbio e outros ativos e, sobretudo, num forte aperto monetário com taxas de juros estratosféricas.

A parte mais imaginativa do plano, que foi a superindexação da economia pela URV, revelou-se a mais perversa, porque passou a ideia de que os salários estavam sendo perfeitamente indexados e resguardados da inflação. Quando, na verdade, foram colocados em desvantagem na conversão para a URV em relação a preços, tarifas e vários outros custos e ainda perderam os reajustes automáticos que a lei salarial lhes garantia.

De primeiro de julho em diante os salários serão pagos em real, que tem a aparência de ser uma moeda indexada, como se tivesse herdado as virtudes da URV, porém é uma moeda desindexada e totalmente vulnerável a corrosão inflacionária do real.

A regra de conversão dos salários pela média e dos preços, tarifas e outros custos pelo pico, matou dois coelhos de uma só cajadada. Reduziu preventivamente a demanda dos assalariados, que poderia aumentar com a queda brusca da inflação e comprimiu os custos salariais, dando uma folga para os preços.

Com esses artifícios, os preços têm chance de apresentar alguma estabilidade por algum tempo, porque desfrutarão de um conjunto de custos estáveis, como salários, tarifas, matérias-primas importadas, aluguéis e tudo o mais que foi congelado por até 12 meses, sem a aparência de estar congelado.

E aqui também a ilusão funcionou, porque vendeu-se a idéia de que o plano não utilizou o congelamento, quando, na verdade, congelou o câmbio, tarifas, aluguéis e contratos. Só não congelou mesmo os preços e deixou os salários no limbo de um semicongelamento, com o ônus de correr atrás do prejuízo que será causado pela inflação do real.

Portanto, mais do que um plano eficiente e bem concebido, o real é um jogo de aparências, que pode durar enquanto não ficar evidente que as contas do governo não vão fechar por causa dos juros altos, que o mercado sozinho não é capaz de conter os preços dos oligopólios sem uma coordenação das expectativas por parte do governo, que os salários não manterão o poder aquisitivo por muito tempo, que o real não vale tanto quanto o dólar.

Mas não se deve subestimar a eficiência das aparências e dos jogos de prestigiação nas artimanhas eleitorais. As remarcações preventivas dos preços, junto com os congelamentos, permitirão uma inflação moderada em julho e, talvez, uma ainda menor em agosto, numa repetição da trajetória dos preços por ocasião da implantação da URV, que subiram muito em fevereiro, na véspera da fase dois, elevando os índices de inflação de março, e depois caíram em abril e só voltaram a subir em maio e junho.

A questão é saber em quanto tempo o grosso da população irá perceber que uma inflação moderada por si só, acompanhada por um aperto monetário e recessão, não melhora sua situação, não cria empregos e, na ausência de uma lei salarial e correções automáticas, pode ser tão deletéria quanto uma inflação de 30% a 40% com indexação."

Gostou? Compartilhe. Discordou? Comente.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Cover do Dia: Full of Habits, from Black Race

Esse cover entra na lista pelo exótico. É difícil de acreditar, mas eu gosto de Raça Negra. O que não deixa de ser um fato exótico.

Um dos maiores sucessos da banda é o hit "Cheia de Manias", com o famoso refrão escrito pelo Luiz Carlos, um grandioso poeta dos pandeiros e da língua presa e hipertrofiada...

"Di di di di di di ê" CARLOS, Luiz.

Através do Bruno Moita, fui apresentado à versão do Pagodeversions, uma inusitada tradução para o inglês e tocada só no violão.

"Beautiful girl
She know's she's tasty"

Veja agora as versões! Boa diversão.

Cheia de Manias - Raça Negra:


Full of Habits - Pagodeversions:


Gostou? Compartilhe. Discordou? Comente.

domingo, 30 de setembro de 2012

Pelo direito de dirigir alcoolizado

Abaixo, posto um texto do articulista Lew Rockwell, presidente do Ludwig von Mises Institute, nos EUA, traduzido por Leandro Roque, do Instituto Mises Brasil.

O artigo aborta justamente a questão da Lei Seca, um absurdo jurídico sustentado por um Judiciário conivente com um pretenso "interesse social" das leis. Para sempre será conhecida tal lei com a alegoria do Padre, que ao rezar a missa não pode dirigir, pois a liturgia compreende um gole de vinho, gole o suficiente para fazê-lo ASSASSINO aos olhos da lei. Bandido, sem ter cometido crime algum.

Acintosa a lei que permite o uso da lei de forma tirana e anti-democrática, permitindo às autoridades policiais declarar quem está ou não embriagado, ou ainda que perverte os direitos civis obrigando a pessoa à promover provas contra si mesmo.

Enfim, leia abaixo, um importante artigo.

"Em novembro de 2000, o ex-presidente Clinton ratificou um projeto de lei aprovado pelo Congresso que ordenava que os estados adotassem novos e mais onerosos padrões anti-embriaguez ao volante.

Caso não fizessem isso, os estados iriam deixar de receber fundos federais para suas estradas. É isso mesmo: o antigo truque da chantagem rodoviária. Obviamente, os estados criaram novas e mais rigorosas leis contra a embriaguez ao volante, reagindo como esperado à chantagem federal.

Os federais declararam que um nível de álcool no sangue de 0,08 por cento ou maior é algo criminoso e deve ser severamente punido. A Associação Nacional dos Restaurantes está totalmente correta ao dizer que esse nível é absurdamente baixo. A esmagadora maioria dos acidentes relacionados à direção embriagada envolve réus contumazes com um nível de álcool no sangue duas vezes maior do que aquela. Se o padrão de 0,1 não os detém, um padrão mais baixo também não logrará êxito.
Mas há um ponto mais importante. O que exatamente está sendo criminalizado? Não é a falta de perícia ao volante. Não é a destruição da propriedade. Não é o extermínio de uma vida humana por causa de um comportamento imprudente. O que está sendo criminalizado é você ter a substância errada no seu sangue. No entanto, é de fato possível ter essa substância no seu sangue, mesmo ao dirigir, e não cometer nada que seja sequer semelhante ao que tradicionalmente se considera um crime.

Qual é a conseqüência de permitir que o governo criminalize o conteúdo do nosso sangue ao invés das ações em si? Demos ao governo o poder de tornar a aplicação das leis arbitrária, imprevisível e dependente do julgamento de policiais e técnicos. De fato, sem o "bafômetro" governamental, não há como saber ao certo se estamos infringindo a lei.

É claro, podemos fazer cálculos informais na nossa cabeça, baseando-se no nosso peso e na quantidade de álcool que ingerimos durante um certo período de tempo. Mas, na melhor das hipóteses, essas serão apenas estimativas. Temos de esperar que o governo nos ministre um teste que nos diga se somos criminosos ou não. Não é dessa maneira que a lei deve funcionar. Na realidade, isso é uma forma de tirania.

Por outro lado, a reação imediata é mais ou menos assim: dirigir alcoolizado tem de ser algo ilegal porque a probabilidade de causar um acidente aumenta dramaticamente quando você bebe. A resposta é bem simples: em uma sociedade livre, o governo não deve lidar com probabilidades. A lei deveria lidar com ações e com ações apenas, e somente na medida em que estas causarem danos a pessoas ou à propriedade. Probabilidades são para as seguradoras, que devem avaliá-las em um ambiente competitivo e voluntário.

É por isso que a campanha contra a perseguição racial é intuitivamente plausível para muitos: certamente uma pessoa não deveria ser perseguida somente porque alguns grupos demográficos apresentam uma taxa de criminalidade maior do que outros. O governo deveria estar impedindo e punindo crimes em si, não probabilidades e propensões. Da mesma forma, não deveria haver essa perseguição a motoristas, cuja idéia assumida é a de que só porque uma pessoa tomou alguns goles ela automaticamente passa a ser um perigo.

De fato, essa perseguição a motoristas é pior do que a perseguição racial, porque esta última apenas sugere que a polícia está mais vigilante, e não que ela esteja necessariamente criminalizando toda uma raça. Apesar da propaganda, o que está sendo criminalizado no caso da direção embriagada não é a probabilidade de a pessoa dirigindo se envolver em um acidente, mas, sim, a questão do teor de álcool no sangue. Um motorista bêbado é humilhado e destruído mesmo quando ele não cometeu dano algum.

Obviamente, a execução da lei é um problema sério. Um número considerável de pessoas saindo de um bar ou de um restaurante provavelmente seria classificado como motoristas embriagados. Mas não há como a polícia saber, a menos que eles desconfiem de um carro que esteja em zigue-zague ou flagrem manobras imprudentes. Mas aí a questão muda: por que não multar o motorista apenas pela manobra temerária e deixar o álcool de fora? Por que não?

Para ressaltar o fato de que o que está sendo criminalizado é a quantidade de bebida ingerida, o governo organiza essas ultrajantes barreiras policiais, que violam completamente as liberdades civis, apenas para parar as pessoas e checar seu sangue — mesmo quando elas não fizeram absolutamente nada. Esse é um ataque repulsivo à liberdade, um ataque que insinua que o governo tem e deve ter controle total sobre nós, controle esse que se estende até questões biológicas internas. Mas de algum modo aceitamos esse ultraje porque já admitimos a hipótese primeira de que o governo deve nos punir pelo conteúdo do nosso sangue, e não apenas por nossas ações.

Existem muitos fatores que fazem com que uma pessoa esteja dirigindo deficientemente. Ela pode estar com os músculos doloridos após uma sessão de levantamento de peso e apresentar reações mais lentas. Ela pode estar sonolenta. Ela pode estar de mau humor, ou irritada por ter brigado com o cônjuge. Será que o governo deveria ministrar testes de irritação, testes de cansaço, ou testes de dor muscular? Esse é o próximo passo, e não se surpreenda quando o Congresso começar a estudar essa questão.

Já está em movimento uma lei que vai proibir o uso de celulares quando se está dirigindo. Tal absurdidade vem da idéia de que o governo deve fazer julgamentos sobre o que nós supostamente estamos propensos a fazer.

E tem mais: algumas pessoas dirigem mais seguramente após alguns drinques, precisamente pelo fato de elas saberem que seu tempo de reação foi diminuído e que, por isso, elas devem prestar mais atenção na segurança. Todos nós conhecemos pessoas que têm uma incrível capacidade de dirigir perfeitamente bem mesmo após estarem alcoolicamente irrigadas. Elas deveriam ser liberadas das forças da lei, e só serem punidas caso de fato fizessem algo errado.

Devemos colocar um fim imediato nesse modismo. Direção alcoolizada deveria ser legalizada. E, por favor, não me escreva dizendo: "Fiquei ofendido com sua insensibilidade porque minha mãe foi morta por um motorista bêbado". Qualquer pessoa responsável pela morte de uma outra deve responder por homicídio culposo ou assassinato, e deve ser punida de acordo. Mas é incorreto punir um assassino não por causa do seu crime mas por causa de alguma consideração biológica. É como dizer que o atropelador deve ser condenado pois tinha cabelo vermelho.

Assaltantes de banco costumam usar máscaras, mas o crime que eles cometeram nada tem a ver com a máscara. Da mesma maneira, motoristas ébrios provocam acidentes, mas motoristas sóbrios também; e muitos motoristas ébrios não causam acidente algum. A lei deveria se concentrar em violações contra a pessoa e contra a propriedade, não em excentricidades científicas como o conteúdo sangüíneo.
Há um último ponto contra o projeto de lei de Clinton. Trata-se de uma violação dos direitos dos estados. Não há uma autorização na Constituição que permita ao governo federal legislar o teor de álcool no sangue. Além disso, a décima emenda deveria ser suficiente para impedir que o governo o fizesse. A questão da embriaguez na direção deveria ser retornada aos estados, e então cada estado deveria liberar os motoristas ébrios das forças da lei."

Fonte: http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=115

Gostou? Compartilhe. Discordou? Comente.

Even Worst: A fina flor da Paródia

O dicionário define paródia como uma "reprodução burlesca de qualquer coisa" ou ainda "imitação humorística de música ou obra literária". É claro que fazer paródia de obras desconhecidas não é nada produtivo. A paródia funciona com material de grande popularidade.

É isso que fez o músico Weird Al. Na esteira do espetacular sucesso de Bad, álbum do Michael Jackson, sucesso de público e fracasso de crítica, que vendeu cerca de 45 milhões de cópias, Yankovic foi mais além: lançou o álbum Even Worst (tradução literal, "ainda pior").

Ele ainda caprichou na capa. Veja abaixo a lata da criança.


Um misturado de paródias e músicas originais. E não foi só do Michael Jackson que se alimentou o Yankovic. Billy Idol, George Harrison e Ritchie Valens, dentre outros, não foram poupados. A música "Fat" é a mais conhecida, pelo refrão "I'm Fat, I'm Fat"... Genial...

Veja a lista de faixas:

Lado A:

1. Fat (paródia de "Bad", de Jackson);
2. Stuck in a Closet with Vanna White (faixa inédita);
3. (This Song's Just) Six Words Long (paródia de "Got my mind set on you", de Harrison);
4. You Make Me (original, imitando o estilo de Oingo Boingo);
5. I Thing I'm a Clone Now (paródia de "I Think We're Alone Now", de Tiffany).

Lado B

1. Lasagna (paródia de "La Bamba", de Los Lobos);
2. Melanie (faixa inédita);
3. Alimony (paródia de "Mony Mony", de Idol);
4. Velvet Elvis (original, imitando o estilo de The Police);
5. Twister (original, imitando o estilo de Beastie Boys);
6. Good Old Days (original, imitando o estilo de James Taylor).

Não perca abaixo o álbum completo direto do Youtube.



Gostou? Compartilhe. Discordou? Comente.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

O Colapso da União Soviética

Reproduzo abaixo o excelente artigo de Yedor Gaigar, economista soviético, traduzido pelo Alexsander Rosa, blogueiro cujo trabalho pode ser acesssado clicando aqui.

O paper aborda as causas econômicas do colapso do então Bloco Soviético, demonstrando dentre outras coisas a ainda atual problemática do Cálculo Econômico, teoria através da qual Mises demonstrou a lógica do inevitávei colapso das economias comunistas.

Leia e deixe seu comentário.

Tradução do artigo The Soviet Collapse, de Yegor Gaidar, publicado em 19 de abril de 2007.

O título do meu último livro [N.T. o livro de Yegor Gaidar], que eu gostaria de discutir hoje, pode ser traduzido como "O Colapso de um Império: Lições para a Rússia Moderna" (The Collapse of an Empire: Lessons for Modern Russia) [1]. Ele relata a história dos últimos anos da União Soviética. Mas quando escrevi sobre a URSS, tinha em mente os dilemas da Rússia contemporânea.

Há vários fatores que me fizeram escrever este livro. O primeiro foi o aumento nos preços do petróleo, que em termos reais começaram a se aproximar dos níveis do final da era de Brezhnev. O segundo foi a tendência perturbadora em mitificar o período final da URSS na atual sociedade russa e em sua cultura popular. Estes mitos incluem a crença que, apesar dos problemas, a URSS era uma superpotência mundial dinâmica até que usurpadores iniciaram reformas desastrosas. Ao menos 80% dos russos estão convencidos desta interpretação incorreta da história.

Historicamente tais mitos têm um precedente perigoso: a Alemanha no período entre a Primeira Guerra Mundial e a Segunda Guerra. Na época a lenda dizia que a Alemanha não tinha sido derrotada na guerra, mas "esfaqueada pelas costas" pelos judeus e pelos socialistas. De certo modo, o governo alemão da época tem sua parcela de culpa ao não publicar material sobre o que realmente aconteceu antes e depois da I Guerra Mundial.

Similarmente, o acesso a documentos sobre o colapso soviético está se tornando cada vez mais restrito, mas ainda podemos tornar públicos vários deles que podem explicar corretamente o que aconteceu ao nosso país.

Para ser sincero, eu jamais pensei que o livro -- metade feito de tabelas, gráficos e cópias de documentos oficiais -- pudesse ser um best-seller em meu país. Mas ele é, o que nos dá uma ponta de esperança.

OS GRÃOS

De maneira simplificada, a história do colapso da União Soviética pode ser contada como uma história de grãos e petróleo. Sobre os grãos, o ponto crucial que selou o destino da URSS foi o debate econômico de 1928-29, quando a discussão centrou-se no que mais tarde se chamaria de "Caminho Chinês" de desenvolvimento.

Por uma série de importantes indicadores sociais e econômicos, a URSS daquela época e a China do final dos anos 70 seguiram caminhos semelhantes (Figura 1). Na época, o líder do governo soviético, Aleksei Rykov, e o líder ideológico do Partido Comunista da União Soviética (PCUS), Nikolai Bukharin, defendiam a idéia de um caminho que incluía preservar tanto a agricultura privada quanto o mercado, assegurando estabilidade financeira -- mas mantendo o controle político do partido.
A liderança soviética escolheu outro caminho. A solução preferida por Joseph Stalin foi a desapropriação de terras dos camponeses, a coletivização forçada e a coleta de grãos. Bukharin e Rykov essencialmente disseram: "Num país de camponeses é impossível coletar grãos à força. Haverá guerra civil". Stalin respondeu: "Farei assim mesmo".

O resultado da política agrícola desastrosa implementada entre o final dos anos 20 e o início dos anos 50 foi a maior queda de produtividade experimentada por um grande país no Século XX. O problema-chave enfrentado pela URSS foi bem expressado na carta enviada por Nikita Khrushchev a seus colegas de liderança do partido. A carta dizia: "Nos últimos 15 anos não tivemos aumento na produção de grãos. Enquanto isso, estamos vivendo um aumento radical na população urbana. Como podemos resolver esse problema?"

Mais uma vez, discussões sérias surgiram entre os líderes soviéticos no início dos anos 1950, resultando em duas posições. A primeira era tentar melhorar a situação nas regiões agrícolas fora do fértil "Cinturão de Solo Negro", ao sul da Rússia. A outra idéia era resolver o problema usando o sistema de planejamento socialista: grandes projetos com uma concentração de recursos. Naturalmente, havia dúvidas se esta estratégia causaria flutuações ainda maiores no longo prazo.

Mas estas considerações foram ignoradas e a estratégia de aumentar drasticamente a área cultivada rendeu um sucesso temporário. De meados dos anos 1950 até o início dos anos 1960, a quantidade de grãos produzida aumentou significativamente. O problema era a quantidade limitada de terra cultivável e o crescimento contínuo das populações das grandes cidades. Assim, ainda nos anos 1960, as limitações deste plano tornaram-se evidentes.

Em 1963, Nikita Khrushchev enviou uma carta aos líderes do bloco soviético informando-os que não seria mais capaz de fornecer grãos. Naquele ano, a URSS comprou 12 milhões de toneladas de grãos, gastando para isso 1/3 das reservas de ouro do país. Khrushchev comentou: "O poder soviético não pode tolerar mais a vergonha que tivemos que passar" [2].

A produção estatal de grãos se estabilizou em 65 milhões de toneladas/ano dos anos 60 até os anos 80 (Figura 2). Isso era insuficiente para alimentar uma população que continuava crescendo. A Rússia, que antes da I Guerra Mundial era o maior exportador de grãos do mundo, passou a ser o maior importador.
Mikhail Gorbachev disse num encontro do CPSU: "Estamos comprando grãos porque não podemos sobreviver sem eles" [3]. Havia nações, como o Japão, que também importavam grãos e outros produtos agrícolas. Ao contrário da URSS, no entanto, esses países podiam exportar produtos manufaturados.

Porque a URSS não seguia o mesmo caminho? Porque a "industrialização socialista" resultou numa indústria soviética incapaz de vender produtos manufaturados. Nikolai Ryzhkov, presidente do Conselho de Ministros da URSS, expressou esse sentimento claramente em outro encontro de lideranças: "Ninguém compra nossa produção de máquinas. É por isso que estamos exportando apenas matéria-prima" [4].

O PETRÓLEO

As lideranças soviéticas deram sorte: exatamente ao mesmo tempo em que os problemas de falta de grãos surgiram, grandes campos de petróleo foram descobertos na região de Tyumen, na Sibéria.

Já em 1970, a Sibéria era considerada uma grande produtora de petróleo. Durante os próximos 12 anos a URSS aumentou a produção em 12 vezes. Os especialistas em petróleo avisaram o governo que aumentar a produção tão rápido poderia trazer problemas, mas não havia escolha.

Em 1975 a URSS começou a ter problemas com a produção: seria preciso fazer enormes investimentos para manter o mesmo nível de produção (Figura 3). No entanto, a União Soviética teve a sorte de conseguir preços excepcionalmente altos por seu petróleo a partir em meados dos anos 1970 (Crise do Petróleo de 1974).
O mercado de petróleo é peculiar por causa dos níveis variáveis de elasticidade da oferta e da procura tanto no curto quanto no longo prazo. As flutuações de preço são enormes (Figura 4). Há um conceito econômico muito bem conhecido chamado "choque externo". Nos EUA, a maior economia do mundo, o maior choque externo dos últimos 50 anos ocorreu em 1974, quando os preços do petróleo quadruplicaram e as Relações de Troca pioraram em 15%. Para a URSS, os preços estratoféricos do petróleo tiveram um impacto muito mais substancial no PIB, que podia ser medido em centenas de pontos percentuais. Começava ali o colapso do Império Soviético.
Ambições imperialistas baseadas em recursos tão instáveis não foram exclusividade da URSS. A "maldição dos recursos" foi bem analisada pela Escola de Salamanca com a experiência da Espanha nos Séculos XVI e XVII. A influência nos fluxos de ouro e prata das Américas para a Espanha é comparável ao impacto do faturamento com petróleo e gás da URSS (Figura 5). O Império Espanhol, sem perder uma única batalha em 50 anos, perdeu todas suas conquistas fora dos Pirineus, incluindo Portugal, e quase perdeu Aragón e Catalunha. Em 1989, também sem perder nos campos de batalha por 50 anos, a União Soviética perdeu o controle sobre o leste da Europa.
No final dos anos 1970 e início dos anos 1980, no entanto, os líderes soviéticos não estavam preparados intelectualmente para tirar lições da Escola de Salamanca. Com mais dinheiro, a URSS resolveu invadir o Afeganistão. A guerra mudou radicalmente a situação geopolítica do Oriente Médio. Em 1974 a Arábia Saudita decidiu impor um embargo no suprimento de petróleo aos Estados Unidos, mas em 1979 pediu proteção aos EUA, porque entendeu que a invasão do Afeganistão seria o início de uma tentativa soviética de controlar o petróleo do Oriente Médio.

O INÍCIO DO FIM

A início do colapso da União Soviética pode ser considerado o dia 13/09/85. Nesta data o Ministro do Petróleo da Arábia Saudita decidiu alterar radicalmente a política de preços do petróleo. Os sauditas "liberaram" o preço do barril, que tinha passado dos US$ 70 em 1980. Em pouco tempo estava menos de US$ 30.

Como resultado, a URSS perdeu cerca de US$ 20 bilhões, dinheiro sem o qual o país simplesmente não podia sobreviver. A produção de petróleo de 1985 era menos da metade da produção de 1975. A liderança soviética foi confrontada com uma difícil decisão sobre como se ajustar. Havia três opções, ou uma combinação de três opções, disponíveis.

Primeiro, dissolver o "império soviético" e efetivamente parar de subsidiar os países do bloco socialista, cobrando em dinheiro por petróleo e gás. Esta opção, no entanto, envolvia convencer a liderança soviética em 1985 a negar completamente os resultados da II Guerra Mundial. Na verdade, o líder que propusesse a idéia no Comitê Central do CPSU, na época, correria o risco de perder o cargo.

Segundo, reduzir drasticamente as importações soviéticas de comida em US$ 20 bilhões anuais. Em termos práticos, esta opção significaria a introdução de racionamento de comida em níveis similares aos vigentes durante a II Guerra Mundial. A liderança soviética sabia as conseqüências: a URSS não duraria um mês. Esta idéia nunca foi seriamente discutida.

Terceiro, implementar cortes radicais no complexo industrial-militar. Com esta opção, no entanto, a liderança soviética correria o risco de sérios conflitos com elites regionais e industriais, pois muitas cidades da URSS dependiam exclusivamente do complexo. Esta opção nunca foi seriamente considerada.

Incapaz de perceber qualquer uma das soluções acima, o governo decidiu adotar uma política de efetivamente ignorar o problema na esperança que ele desaparecesse. Ao invés de implementar reformas, a URSS começou a tomar empréstimos do exterior enquanto tinha crédito. De 1985 a 1988 o país fez pesados empréstimos, mas em 1989 a economia soviética parou.

AS DÍVIDAS

O dinheiro simplesmente desapareceu. Em 1989 a URSS tentou formar um consórcio de 300 bancos para fornecer um grande empréstimo, mas apenas 5 toparam e com isso o valor seria 20 vezes menor que o necessário. O governo recebeu um aviso do Deutsche Bank de que os fundos jamais viriam de bancos privados. Se a URSS precisava do dinheiro, teria que começar a negociar com governos do ocidente sobre créditos "políticos".

Em 1985, a idéia de que a URSS começaria a aceitar dinheiro em troca de concessões políticas soaria absurda. Em 1989 ela se tornou realidade, e Gorbachev entendeu a necessidade de pelo menos US$ 100 bilhões do Ocidente para movimentar a economia soviética. De acordo com o Presidente do Comitê de Planejamento Central, Yury Maslyukov:

"Entendemos que a única fonte de dinheiro é o petróleo. Se não tomarmos todas as decisões necessárias agora, ano que vem pode ser pior que nossos piores pesadelos. Os países socialistas podem ficar em situação crítica. Tudo isso nos levará a um colapso, e não somente nós, mas todo o nosso sistema."[5]
Nesse meio tempo, a URSS começava a ter grande escassez de comida e entregas de grãos não estavam sendo feitas a grandes cidades. Um dos assessores mais próximos de Gorbachev, Anatoly Cherniayev, descreveu a situação em Moscou em Março de 1991:
"Se os grãos não puderem ser obtidos em algum lugar, uma fome em massa virá em Junho. Moscou nunca viu nada igual em sua história, nem nos piores anos" [6]
O COLAPSO

Quando a situação da URSS é examinada do ponto de vista financeiro e contábil, as políticas de Gorbachev na época são muito mais fáceis de entender (Figura 6). Os empréstimos de governo para governo são feitos com condições rígidas. Por exemplo, se os militares soviéticos tivessem esmagado as manifestações do Partido Solidariedade em Varsóvia, a URSS não teria recebido os US$ 100 bilhões do Ocidente. O bloco socialista era estável enquanto a URSS tinha a prerrogativa de usar tanta força quanto necessária para reestabelecer o controle, como demonstrado na Alemanha, Hungria e Tchecoslováquia. Mas em 1989, as elites polonesas entenderam que os tanques soviéticos não seriam usados para defender o governo comunista.
Gorbachev não precisou dizer ao presidente George H. W. Bush, no Encontro de Malta (1989), que não usaria a força. Isso já estava evidente na época. Seis meses depois do encontro não havia mais nenhum governo comunista no Leste Europeu.

Claro, o Ocidente estava cauteloso sobre apoiar movimentos de independência dentro da URSS. Quanto as autoridades da Lituânia foram à embaixada dos EUA em Moscou pedir ajuda, a resposta foi negativa. Quando os soviéticos tentaram usar a força para reestabelecer o controle nos Bálticos em 1991, no entanto, a reação do Ocidente -- incluindo os EUA -- foi bem direta: Faça como quiser, o país é de vocês. Mas se quiserem usar a força, esqueçam o empréstimo de US$ 100 bilhões".

Quais eram as opções de Gorbachev na época? Ele não podia dissolver o Império Soviético facilmente; os conservadores eram fortemente contra. Ele também não podia impedir a gradual dissolução do Império sem uso massivo de força. Mas ao usar a força ele perderia os recursos necessários do Ocidente, sem os quais Gorbachev não tinha chance de ficar no poder.

Essa charada era a origem do dilema de Gorbachev, forçando-o a fazer um acordo com os militares e com Boris Yeltsin. Os linha-dura da KGB e do Exército perceberam Gorbachev como fraco e deram um Golpe de Estado em agosto de 1991. Em 3 dias ficou claro que o plano havia falhado, pois mesmo se eles achassem uma divisão disposta a esmagar as passeatas contra os golpistas, isso faria os grãos aparecer? Iria o Ocidente dar rapidamente os US$ 100 bilhões?

Em 22 de agosto de 1991 a história da URSS chegou ao fim. Um Estado que não controla suas fronteiras ou forças militares nem tem fonte de receita simplesmente não consegue existir. O documento que efetivamente concluiu a história da URSS é uma carta do Vneshekonombank (Banco Estatal Soviético) informando que o Estado Soviético não tinha um centavo nos seus cofres [7].

--

[1] Yegor Gaidar, Gibel' Imperii: Uroki dlya sovremennoi Rossii [The Collapse of an Empire: Lessons for Modern Russia] (Moscow: Rossiyskaya Politicheskaya Entsiklopedia, 2006), disponível em www.iet.ru/publication.php?folder-id=44&publication-id=8912.

[2] "Presidência do Comitê Central do Partido Comunista da União Soviética (PCUS). 1954-1964: Registros dos Encontros. Notas taquigráficas. Diretrizes.". 2ª Ed., v.1. p. 778.

[3] "Notas taquigráficas do Plenário do Comitê Central do Partido Comunista da União Soviética (PCUS), Janeiro 27-28, 1987". The Russian State Archive of Contemporary History (RGANI), fond [record group] 2, opis' [series] 5, delo [file] 45, list [page] 3.

[4] Nikolai Ryzhkov, Desyat' let velikih potryaseniy [Ten Years That Shook the World] (Moscow: Kniga. Prosveshchenie. Miloserdie, 1995), 229.

[5] Notas taquigráficas do encontro no escritório do Chefe do Conselho de Ministros da URSS, Nikolai Ryzhkov. "O postavke dlya gosudarstva nefti, gazovogo kondensata i nefteproduktov v 1991 godu." [Regarding the Deliveries for the State of Oil, Gas Condensate, and Oil Products in 1991]. State Archive of the Russian Federation. fond [record group] 5446, opis' [series] 162, delo [file] 379, list [page] 131-137, 143-149.

[6] Ibid.

[7] Memorando de A. P. Nosko, Chefe do Vneshekonombank [Banco Estatal da URSS] para o Comitê Estatal de Gerência de Operações da Economia Nacional da URSS. "Ob ischepanii likvidnykh valyutnykh resursov" [Sobre o Esgotamento de Recursos Líquidos em Moeda]. 26 de novembro de 1991. Arquivo Estatal da Federação Russa. fond [record group] 5446, opis' [series] 163, delo [file] 1504, list [page] 11-12.

Fonte: http://alexrosa.blogspot.com.br/2007/08/o-colapso-da-urss.html

Gostou? Compartilhe. Discordou? Comente.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Os 10 Mandamentos do Futebol

Os 10 Mandamentos do Futebol

1- Nunca chame o craque, sob pena de blasfêmia, de "atleta diferenciado". Guarde o "diferenciado" para adjetivar maratonistas de patinação no gelo ou jovens cantores dos Canarinhos de Petrópolis.
2- O ruim de bola deve ser chamado preferencialmente de cabeça de bagre, pereba e quejandos. Corno e filho da puta se admitem nos momentos mais dramáticos - passe errado, gol perdido, frangaço... Guarde o "atleta limitado" para se referir a alguém que não consegue mais despertar o bilau na hora do vuco-vuco. Atleta, aliás, é quem faz atletismo. Quem joga bola é jogador e ponto.
3- Malditos os que transformam o templo do jogo em "arena multiuso", com ingressos caros, bistrô, loja de conveniência, espaço gourmet e outras babaquices. Futebol se joga em estádios com arquibancadas de madeira, cimento ou com o público confortavelmente instalado em barrancos. Árvores frondosas também são permitidas nos campos, desde que, nos dias de grande público, se transformem em camarotes reversíveis.
4- Jogador reserva não é "peça de reposição". A expressão - queridinha de técnicos e comentaristas - é mais adequada para se referir a escravos comprados no Brasil colonial, comumente conhecidos como peças. Admite-se também o uso em oficinas de automóveis. Um cabo de embreagem é um bom exemplo de peça de reposição.
5- Que a danação seja eterna para os que entregam taças em teatros, com jogadores e dirigentes de terno e gravata e a apresentação de atores globais que não sabem a diferença entre uma bola e uma ogiva nuclear. Taça se entrega no campo. Só será admitido fazer isso no dia em que a cerimônia de entrega do Oscar for no estádio Ítalo Del Cima, em Campo Grande.
6- É direito sagrado do torcedor invadir o campo para comemorar a conquista do clube.
7- Pai e mãe serão honrados. Abre-se uma exceção para a genitora de Sua senhoria, o juiz da partida. Recomendo aos que não querem ouvir palavrões no campo que procurem assistir aos funerais de um papa. Os cantos gregorianos são do maior respeito.
8- É direito do torcedor beber nos estádios a água benta que melhor lhe conduzir ao contato com o sagrado. Comércio informal nos arredores - com churrasquinho, cachorro quente, laranja lima e que tais - sempre é benvindo.
9- Não profanarás a camisa do clube com propagandas de cursos de inglês, bancos, funerárias, produtos de limpeza, organismos internacionais de combate à fome ou coisa que o valha.
10- Há que se respeitar o torcedor sobre todas as coisas - e para isso é suficiente não tratá-lo como cliente de empresa de telefonia celular ou platéia de recital de música de câmara. Amém.

Luiz Antonio Simas - Blog Histórias Brasileiras
Gostou? Compartilhe. Discordou? Comente.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Morgan Freeman no MS Paint Brush

Desenhar é difícil. Desenhar no Photoshop deve ser mais fácil.

Desenhar o Morgan Freeman deve ser difícil. No Photoshop deve ser mais fácil.

Quero ver é ser Taura e desenhar no MS Paint Brush. Veja. Genial.


Gostou? Compartilhe. Discordou? Comente.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Dia Mundial do Gaúcho: Gritos de Liberdade

Quero celebrar com todos o nosso glorioso 20 de Setembro, o Dia Mundial do Gaúcho!

Quase dois céculos atrás, gente de fibra e raça insurgiu contra a tirania e o centralismo. Com recursos muito aquém daqueles do império, sustentou uma luta por uma década inteira, com vitórias e reveses. Não como uma "Guerra Perdida", mas vencida, porque se aqueles ideais permanecem até hoje, se o gaúcho pode se orgulhar das suas tradições, aquelas lutas transformam-se em pedra angular de nossa história, e porque foi a única oportunidade em que o Império Brazileiro foi obrigado à sentar-se à mesa de negociações.

Uma das marcas da nossas tradições é a Semana Farroupilha, comemorada quase que durante um mês inteiro. Onde os gaúchos confraternizam nos piquetes, com o chimarrão, o churrasco, e também o trago, oras... Ali aflora o que o estado têm de melhor. Neste 15 de Setembro, no Acampamento Farroupilha de Sapucaia do Sul, tive a oportunidade de conhecer um desses pequeninos casos, uma daquelas histórias que fazem arrepiar o pêlo de qualquer queixo duro.

Me acupinchava com um piquete na frente de onde eu estava, e em determinada oportunidade, vi um senhor cabeludo, cabelos negros, bombacha, alpargata, lenço e camisa, e a boina, ajoelhado conversando e brincando com um gurizinho, bem careca e com síndrome de down. E o sorriso denunciava a faceirice do guri.

Curte a carne que os caras assavam.

Na seqüência, prosseguindo com meus planos de comer um churrasco de graça, rsrs, fui falar com este senhor, que nem tão senhor é, estava mais para um moço feito. Bom, desde que eu chegara até quando finalmente saí o cidadão estava se encharcando. Aí conversamos algumas banalidades, e vi que o cupincha segurava o choro. Não demorou à me contar. Naquele da fazia exatamente um ano que perdera sua filha, de seis meses, também portadora de síndrome de down, para a meningite. Contou-me que o piazito chegou, e pediu emprestada a boina. A boina que segundo ele fôra presente do avô. Ao que respondeu a criança (e a razão de tamanha felicidade): "Não vou te emprestar, vou te DAR".

Emocionado fiquei EU, naquele momento e agora. São situações assim que fazem valer à pena manter as tradições e celebrar o 20 de Setembro.

Fiquem com a lindíssima música "Gritos de Liberdade", do Grupo Tradição.



Gritos de Liberdade
Grupo Rodeio


Minuano tironeando a venta dos tauras
Relincho de baguais faíscas ao vento
O brado terrunho do punho farrapo
Num bate cascos medonho ao relento

REFRÃO:
Peleando em favor da pampa a pilcha sovada em tiras
Marcando fronteira provou lealdade
Livrando os trastes da campa na ventania rusguenta
Pranchando adaga a gritos de liberdade
Vento, cavalo, peão (marca de cascos no chão),
Fronteira sem marcação (nosso ideal meu rincão)

Em noites em que o minuano assusta os cavalos
Escuto o tropel dos centauros posteiros
Almas charruas cavalgam coxilhas
Guardando as fronteiras do sul brasileiro

REFRÃO
Peleando em favor da pampa a pilcha sovada em tiras
Marcando fronteira provou lealdade
Livrando os trastes da campa na ventania rusguenta
Pranchando adaga a gritos de liberdade
Vento, cavalo, peão (marca de cascos no chão)
Fronteira sem marcação, (nosso ideal meu rincão)
Gostou? Compartilhe. Discordou? Comente.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

O Derradeiro Aniversário!

"Todos os caminhos levam ao Olímpico Monumental"

É difícil pensar em algo para escrever. Saber por onde começar. A casa que nos abrigou, e que abrigou muitos dos nossos anseios, medos, nosso otimismo e pessimismo, está com seus dias contatos.

Quando as primeiras tratativas da Arena se aventaram, no longínquo 2006, o futuro ainda parecia distante, incerto, nebuloso... Mas o que estava lá, adiante, agora está ali, na nossa esquina, aguardando apenas alguns poucos passos para o inevitável. O Olímpico será demolido, e talvez uma parte do coração de cada gremista seja levada junto, entre a poeira e os escombros. "Do pó viestes, ao pó voltarás", nada pode ser tão verdadeiro. Construído em meio à uma mobilização fenomenal da torcida pelos quatro cantos do Rio Grande, será este o inevitável e inapelável fim do Olímpico.

Quando penso no Olímpico, são dezenas, centenas de memórias que vêm à mente, e o mesmo sentimento eu tenho por certo que habita o íntimo dos corações de todos que escolheram o Grêmio, ou que por ele foram escolhidos... E é exatamente disto que é feito o Estádio Olímpico Monumental. Esqueçam o concreto, os tijolos, a brita, o cimento. O Olímpico é construído de histórias, e histórias são sempre construídas de gente, de pessoas, de sentimento... Quantas foram as histórias vividas dentro, e por vezes fora, daquelas quatro linhas desenhadas com a cal? E não só bonitas, mas as feias também, porque nem só de sucessos é erigida uma grande história. O fracasso é por vezes a cola que unta um momento de glória ao próximo.

E as histórias que ouvimos e passamos às futuras gerações não se encerrarão embaixo daqueles escombros. O Olímpico deixa de ser um Estádio para passar à condição de História. E elas são feitas de gente. A primeira daquelas histórias épicas escutei antes mesmo de sentar a bunda a primeira vez no concreto do Olímpico. Meu pai, um gremista de quatro costados, assim como meus tios Milton e Guido, sempre contavam. O apito final de um fatídico Gre-Nal no lingínquo 1977, ano em que o Grêmio amargava oito anos na fila do Gauchão. Mas não desta vez. Pelos pés de Catimba, o André, estava dado o sinal. Os três invadiriam o gramado, inadvertidamente, junto com uma multidão que parecia saber que os anos vindouros reservavam grandes realizações. Um tufo de grama, à guisa de troféu, foi plantado no quintal de outro "velho casarão".

Nem só de Grêmio se alimentam as histórias deste estádio. Outra recordação forte foi um jogo da Seleção, válido pelas eliminatórias da Copa de 2002. Uma seleção cambaleante, comandada pelo recém contratado técnico Felipão, mais conhecido como DEUS, escolhera nada mais do que estrategicamente os pampas gaúchos para amealhar algum apoio vindo das arquibancadas. Convocados Tinga e Eduardo Costa, do Grêmio, com o mesmo propósito. O apoio veio e a vitória contra a Seleção Paraguaia pavimentou o caminho até a Copa do Mundo, na Ásia, onde por duas vezes Luiz Felipe esteve às portas da glória, com Grêmio e Palmeiras.

Outro jogo eu não me recordo com exatidão. Mas foi contra o Atlético/MG, no início da Era ISL. Fomos de Camarote, eu, Thiago e o Rugardo, não sem antes encher o pandulho na Churrascaria Mosqueteiro. Eu não lembro sequer do placar do jogo, mas à julgar pela história, não deve ter sido alvissareiro, época de Amatos e Astradas, muita grife e pouco resultado.

Em 2005, devo ter ido à quase todos os jogos. Num deles, Grêmio e Avaí, como gatos, como ninjas, nos esgueiramos para dentro da Sala de Entrevistas, e continuamos, rumo ao gramado. A oportunidade de ver tudo dali de dentro é única. As arquibancadas vazias, mas a energia estava ali. Com meu cunhado e outros, tiramos fotos na casamata, rolei no gramado. Arrepiante. Na volta, tivemos de passar por dentro do vestiário, sob o olhar ameaçador dos seguranças. Sim, srtas., tudo à mostra, hehe. Novamente nos esgueiramos para fora, onde ainda alguns jogadores davam entrevistas.

No ano seguinte, após uma campanha vacilante, o time toma corpo, recuperado junto com a torcida. Num dos jogos, já no returno, Grêmio e São Paulo, nada menos que o líder e futuro campeão. Jogamos como nunca, e empatamos. Mas um empate do qual pudemos degustar. Com menos de 1 minuto de jogo, Danilo estufava as redes, diante de milhares de gremistas incrédulos, e anestesiados. Por quase um minuto, o silêncio parecia inquebrantável. Mas como que por um chamado do inconsciente coletivo, toda a torcida começa à gritar... "Grêmio, Grêmio", em uníssono, empurrando o time à frente. A virada parecia questão de tempo, mas o empate com Hugo em lançamento de Tcheco parecia um resultado digno.

Mais adiante, em 2007, dois jogos absolutamente inesquecíveis. Com a mesma receita que o levara às grandes glórias, contando com nomes como Patrício e William, o Grêmio eliminava o São Paulo da Libertadores, em casa, com um sonoro 2x0, e nas Semi-Finais, na primeira partida, sem que sequer um chute do adversário ameaçasse a meta de Saja, dava um salto gigante para chegar às finais do certame. Dois jogos inesquecíveis pelo brilhantismo e valentia com que se portou a equipe.



Em 2008, ano memorável, foi também a primeira e única vez que fui na Geral. Grêmio 2x1 Coritiba, com a companhia da gremista de primeira hora, Luíza.


Rememoro também o fatídico 12 de Novembro de 1998. Ora classificado, ora desclassificado, o jogo contra a Portuguesa foi sem dúvida um dos mais tensos do torneio. Tendo que torcer por vários resultados paralelos, a vitória por 4x2 levaria ao confronto contra o Corinthians, que nos eliminaria, não sem muita luta. Eram os tempos do Juarez bigodudo. Saudosos tempos.

São tantos momentos que já nem me recordo. Mas como disse, é disso que são construídas as histórias. Daquelas trajetórias particulares que se travam no gramado, opondo duas equipes, e das que se prostam, impotente, do lado de fora. Mas a história não vai parar. E para o Olímpico, chegou o suspiro final. Quando o apito final pôr fim ao Gre-Nal de nº 394, estará findada a história que começara 58 anos e alguns meses antes. O primeiro gol foi de Vitor, pelo Grêmio, e último, de quem será? Muito mais importante do que o Jogo de Inauguração da Arena, será o último jogo do Olímpico, e nada poderá ser mais emblemático do que encerrar a história por meio de um Gre-Nal. Que os Deuses do Futebol permitam que a vitória sele o destino.

Mas porque mais importante? Porque quando o derradeiro momento do Olímpico tiver lugar, aí então estaremos escrevendo uma nova história, a história da Arena, da qual faremos parte como os que fizeram parte dos primeiros anos do clube no Largo dos Campeões, nº 1. E quem sabe quais as histórias que algum abnegado gremista poderá escrever quando o inevitável vier para a Arena, daqui outros 60 anos, ou mais?

"E na hora derradeira que eu mereça
Ver o sol alegretense entardecer
Como os potros vou virar minha cabeça
Para os pagos no momento de morrer."
Em 2 de Dezembro, quando terei festejado meus 26 anos, nenhum caminho mais levará ao Olímpico. Monumental mesmo só nossa saudade do Velho Casarão.

Gostou? Compartilhe. Discordou? Comente.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

A falácia da Consumação e Meia Entrada

O Duda Calvin, conhecido por ser vocalista da Tequila Baby, possui uma coluna no site Rock Gaúcho, e a desta semana têm um tema interessantíssimo: a famigerada Meia Entrada.

Parafraseando Bobby Fields, "concebida como um Anjo Gabriel, metamorfoseou-se em um Frankenstein". Mais uma da série "O Estado abanando com o chapéu alheio", a lei prevê que estudantes devidamente matriculados tenham desconto de 50% na compra de ingressos para eventos culturais, musicais e assemelhados.

O populismo dos inventores desta aberração desconhece as mais básicas e primárias leis da economia. Mas o Duda, talvez com as inferências que a experiência de um leigo que ao longo de sua trajetória organizou centenas ou milhares de shows, sabe. Segue trecho.
"O Organizador do show paga o cachê da banda, o aluguel da casa de espetáculo, o aluguel de equipamento de som, de palco e Luz, a divulgação, o Hotel, a alimentação, e o transporte do artista

Os custos são transferidos pro preço do Ingresso, a margem de lucro também, claro, digamos que o ingresso pro Show saiu R$50,00
calculando TUDO ISSO, aí vem uma lei e IMPÕE: MEIA ENTRADA PARA ESTUDANTES
OK, o Ingresso vai para R$25,00 Estudantes e R$50,00 para o Resto do Povo, Correto?
NÃO!!!! TISC...TISC... TISC... Você foi ENGANADO DE NOVO CARO ELEITOR.

Os custos dos shows NÃO FORAM REDUZIDOS PELA METADE, o que o contratante faz para poder continuar fazendo o show?
Aumenta o ingresso para R$100,00
Aí o estudante paga os mesmos R$50,00 que tinha que pagar antes, mas o POVO, paga R$100,00"
Ao abanar com o chapéu dos outros (neste caso, os consumidores não contemplados com as isenções), o governo, cheio de boas inteções (parecem boas, sim, como farto está o Inferno delas, mas ingênuas) acaba prejudicando uns em benefício de outros.

Uso isto para puxar outro assunto. A proibição da Consumação Mínima, que talvez seja mais acintosa. Para "defender" o consumidor, o Código de Defesa do Consumidor considera tal cobrança "abusiva" (art. 39), porque vincula a entrada do consumidor à consumo mínimo. mas vamos aos FATOS. O consumidor continua pagando ingresso para entrar nestes locais: boates, bares, etc. Porém, não têm mais o direito à consumo algum. Antes tu pagava R$ 10,00, supondo, e podia consumir duas cervejas de R$ 5,00. Se bebesse duas cervejas, só gastaria os R$ 10,00. Agora, para beber as mesmas duas cervejas, gastaria R$ 20,00. Mas espera um momento, que raio de Defesa do Consumidor é essa que LESA o consumidor...

Bom, o consumidor não pode mais beber a tal cerveja, vai ser parado na Blitz da Balada Segura... Maldito politicamente correto.

Leia a coluna do Duda Calvin clicando aqui.

Gostou? Compartilhe. Discordou? Comente.

domingo, 16 de setembro de 2012

Utilidade Pública: Vote em Mim

Utilidade Pública, como funcionam as Eleições Proporcionais.

(E porque partidos colocam figuraças para candidatos...)


Gostou? Compartilhe. Discordou? Comente.

De onde vieram alguns memes...

Veja aqui, um vídeo com uma miscelânea da origem de alguns memes...



Gostou? Compartilhe. Discordou? Comente.

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Anatomia de Uma Mão: como jogar contra um Pró!

Se alguma coisa o Poker me ensinou, foi que um raise com Ás high é justo, um continuation bet também. E para por aí quando não se acerta nada no Flop ou Turn.

Veja abaixo uma mão comentada que revela todas as nuances de como se jogar contra um Pró, nesse caso, Thiago Decano.



Gostou? Compartilhe. Discordou? Comente.

domingo, 9 de setembro de 2012

O Tempo é o Senhor da Razão.


Em 2010, houve grande comoção nacional, tanto da imprensa quanto dos torcedores, pela convocação de Ganso e Neymar para a Copa do Mundo.

O técnico brasileiro não os levou em razão da inexperiência dos dois jogadores, que estavam tendo destaque no futebol nacional há apenas seis meses. Outra justificativa do técnico foi que no ano anterior tanto Neymar no mundial Sub-17, como Ganso no mundial Sub-20 não desempenharam um grande futebol, de tal forma que provavelmente não conseguiriam ajudar muito em um campeonato de um nível imensamente superior como a Copa do Mundo.

Muito se falou que se tivesse algum deles o país poderia ser campeão e o técnico foi massacrado. Na entrevista após a convocação pra Copa, metade das perguntas foi sobre a dupla.
Para o lugar que Neymar poderia ocupar o técnico optou por levar Nilmar que vinha constantemente sendo convocado. Muitos se enganam ao citar Grafite, mas o jogador na época do Wolfsburg foi convocado para ser reserva de Luís Fabiano como centroavante.

Na posição de Ganso, o reserva imediato de Kaká era Júlio Batista, que desde 2007 sempre correspondeu com bom futebol quando precisou ser utilizado. Seria uma grande injustiça do comandante da seleção tirá-lo depois de tanto ajudá-lo no caminho até chegar à África do Sul.

Após a Copa do Mundo a dupla santista passou a ser titular da seleção, algo que seria natural, visto que seriam mais quatro anos para amadurecimento e melhora técnica de ambos até a chegada da Copa de 2014.
Nos primeiros amistosos, a dupla foi bem e todos esperavam que fossem os principais jogadores da seleção de Mano Menezes. No entanto, veio a primeira decepção na Copa América, em que a dupla foi bem apenas em um dos quatro jogos da seleção (contra o Equador, o mais fraco do grupo).

Um ano se passou e chegou a Olimpíada de Londres. Neymar continuava em destaque no futebol nacional, embora nem sempre correspondendo à altura na seleção. Ganso, por sua vez, em meio a problemas de contusão e incertezas sobre seu futuro no Santos, chegou em baixa, tendo perdido a titularidade para Oscar após a sequência de amistosos realizados em junho.

Ganso pouco fez quando entrou em campo em Londres, além de demonstrar uma certa falta de vontade. Neymar, por sua vez, era a principal estrela da equipe, mas após se destacar nos primeiros jogos sumiu nos momentos mais importantes da equipe e nada fez para mudar a derrota contra o México.

Ontem a torcida paulista perdeu a paciência com Neymar. As quedas acrobáticas do jogador deixaram de irritar apenas os adversários e passaram a irritar sua própria torcida. Ganso novamente está machucado e continua com o futuro indefinido na equipe da Vila Belmiro.

O que se vê é que, dois anos após a Copa do Mundo, a dupla que foi tão aclamada como solução para os problemas de Dunga não consegue ajudar a seleção a evoluir, mesmo enfrentando adversários de baixa qualidade como a África do Sul. Por isso, não há como se negar que o treinador de 2010 tinha razão em não levar a dupla para a Copa, pois embora sejam bons jogadores, mesmo dois anos depois demonstram não serem capazes de fazer com que o Brasil se torne uma equipe temida pelos adversários.

Por: Lívio Manzano
, da fanpage Doentes por Futebol.


Gostou? Compartilhe. Discordou? Comente.

sábado, 8 de setembro de 2012

Modus Operandi: Mentira sobre Tarifa da Luz

Certa vez li que nenhum homem pode ser considerado bom se não tiver o poder para fazer o mal. Tampouco pode um governo ser aplaudido por uma medida popular que tenha sido obrigado à tomar.

Na véspera do 7 de Setembro, Dilma utilizou sua prerrogativa presidencial, convocou rede nacional de rádio e televisão para um pronunciamento. Anunciava uma redução na Tarifa da Energia Elétrica, da ordem de 16% para residências e 28% para consumidores industriais. Um verdadeiro alívio nos orçamentos das famílias e principalmente na indústria, geradora de empregos e motor econômico dos países desenvolvidos.

No entanto, esquecem-se que tal desconto deve-se, majoritáriamente, à cobrança irregular de tarifas que ocorreu entre 2002 à 2010, e cuja decisão na justiça obrigou as empresas à devolução mediante desconto nas tarifas cobradas futuramente. Leia mais aqui.

Utilizando-se, eleitoralmente ou não, de uma decisão judicial para tornar-se sua, como se benevolente fosse com o eleitor brasileiro. Mais uma vez o modus operandi tradicional deste partido.




Gostou? Compartilhe. Discordou? Comente.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Taça Ipiranga: O 1º Gre-Nal fora de Porto Alegre

Em 7 de Setembro de 1962, Grêmio e Inter disputaram o primeiro Gre-Nal fora de Porto Alegre. Valando a Taça Ipiranga, referência aos 140 anos da independência, o Grêmio venceu com gols de Élton e Marino, por 2x1.



A partida teve local no Estádio Aldo Dapuzzo - à época ainda chamado "Estádio Waldemar Fetter" -, do Sport Club São Paulo, de Rio Grande. Grandes figuras dos dois times participaram, como Gainete e Sapiranga, pelo Inter, e Airton Pavilhão e Gessy, pelo Grêmio.

O Inter abriu o placar com Flávio Minuano, logo aos 5 minutos. O Grêmio empataria com o cauteloso volante Élton, aos 13 minutos, e viraria com Marino, aos 49 minutos do primeiro tempo.

Eram tempos de um grande esquadrão gremista. Veja a ficha técnica.

Grêmio: Henrique; Valério, Airton Pavilhão, Altemir e Ortunho; Elton e Milton (Fernando); Adroaldo, Gessy, Marino e Volnei II.
Internacional
: Gainete; Zangão, Ari Ercílio, Cláudio Danni e Ezequiel; Osvaldinho e Gilberto (Sérgio Lopes); Sapiranga (Bedeuzinho), Alfeu, Flávio Minuano e Gilberto Andrade.

Marino da Silva, autor do Gol da vitória.


Gostou? Compartilhe. Discordou? Comente.

Um Estranho Perfeito e a Vítima da Noite

Essa música têm embalado meus dias, com uma guitarra poderosa, e uma letra que realmente diz alguma coisa...



Uma história de amor. Platônico, talvez. Uma história mágica de um cara que encontra seu auge entre as músicas e os copos - meio cheios meio vazios - de um bar qualquer, e que conhece uma garota como ele.

"Getting crazy on the waltzers but it's the life that i choose
(...)
In a screaming ring of faces i seen her standing in the light
She had a ticket for the races just like me she was a victim of the night
I put a hand upon the lever said let it rock and let it roll"
Eles se divertem, e passam a noite juntos. Mas ela só quer o anonimato e a diversão.

"It's just the danger when you're riding at your own risk
She said you are the perfect stranger she said baby let's keep it like this"
Quando vai embora, algo o impede de impedí-la.
"She took off a silver locket she said remember me by this
She put her hand in my pocket i got a keepsake and a kiss
And in the roar of the dust and diesel i stood and watched her walk away
I could have caught up with her easy enough but something must have made me
Stay"
Mas, ainda que tardiamente, seu coração se rebela, e ele a irá procurar.
"And now i'm searching through these carousels and the carnivalarcades
Searching everywhere from steeplechase to palisades
In any shooting gallery where promises are made
To rock away rock away from cullercoats and whitley bay out to rock away"

Alguns especulam que a música é apenas uma história passageira entre duas pessoas, mas alguns trechos parecem evidenciar o contrário.

"And the big wheel keep on turning neon burning up above
And i'm just high on the world
Come on and take a low ride with me girl
On the tunnel of love
(...)
And girl it looks so pretty to me like it always did
Like the spanish city to me when we were kids"
A roda que continua girando, com a vida que passa, independente de qualquer coisa, de qualquer decisão, erro ou acaso, ela irá girar! E ele, ainda pedindo que ela "dê um rasante (comigo) no Túnel do Amor". Ainda, o início da música faz um sample de "Carousel Waltz", ou Valsa do Carrossel... E ele ainda diz, que tudo ainda parece lindo, como sempre foi...

A guitarra no fim parece dar fim. Na verdade, otimismo!

Gostou? Compartilhe. Discordou? Comente.