segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Quando Silenciam os Canhões

Há não muitos meses a Grande Guerra estourava entre as grandes potências europeias. As tropas inimigas, entrincheiradas frente à frente por centenas de quilômetros, eram separadas por pedaço de chão chamado irônicamente de "Terra de Ninguém".


Acostumados e preparados para a guerra de manobras, à moda napoleônica, nenhum dos lados conseguia obter vantagem decisiva sobre o adversário, de capacidade militar semelhante. Os morteiros, obuses e canhões lançavam ao vento uma obscura e sombria sinfonia. As metralhadoras avisavam aos inimigos: não ousem levantar suas cabeças para enxergar o outro lado.

Para além do nacionalismo que nutriu ódios mútuos entre as grandes potências, provavelmente os soldados não entendiam bem porque estavam se batendo. Nenhum deles conhecia Gavrilo Princip e tampouco o Arquiduque Francisco Fernando. Poucos deles conheciam as colônias das grandes potências na África e outras partes do mundo.

Mas naquela manhã o céu apareceu azul. Limpo. Não havia vento naquela porção de terra francesa. As sinfonias da guerra não tocaram naquele instante. Tudo estava calmo. Alguns soldados, com que coragem não se sabe, ergueram suas cabeças acima da linha das trincheiras. "Será que a guerra terminou?" Poderia ele retornar à Berlim, Paris, Londres?

Soldados Alemães e Britânicos confraternizam.

Era a manhã de Natal de 1914. Enquanto olhava, viu que apenas 15 ou 20 metros adiante alguém também erguia sua cabeça. Alguns começaram à sair da trincheira em direção à terra de ninguém. Não carregavam armas. Alguns de seus companheiros fizeram o mesmo e se encontraram com os inimigos à meio caminho. De um lado soldados alemães e de outro lado soldados britânicos. Há meia dúzia de horas esse gesto seria fatal. Mas hoje eles apertavam mãos, conversavam dentro dos limites das línguas mãe. Seus inimigos de véspera eram agora amigos.

Eles ainda jogaram partidas de futebol, um esporte amado em ambos os países. Mostraram fotos de suas famílias, improvisaram árvores de natal e trocaram presentes. Os oficiais estavam zangados pela trégua. Queriam prosseguir com a guerra. No dia seguinte, voltaram as velhas sinfonias. É bem provável que muitos daqueles homens seriam alvejados pelos seus amigos do outro lado da trincheira. O conflito ceifaria muitas vidas. Milhões. Mas aqueles que presenciaram o silêncio dos canhões jamais esqueceriam aquela data memorável.

Soldado Alemão na trincheira aliada.

Soldados jogam uma partida de futebol.


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quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

0008: Baden Baden Christmas Beer

Depois de algum tempo afastado do blogue e das cervejas especiais, voltei.

Dia desses estava na casa da mãe e haviam, sei lá, sete ou oito cervejas que ainda faltavam ser abertas. Alguns dias antes, no Angeloni, na área das cervejas onde eu costumeiramente passo pra apanhar meia dúzia de Heinekens ou Golds, como que iluminadas por um divino feixe de luz, daqueles que se esgueira entre as nuvens de um céu encoberto, estava um trio nada desprezível: uma Baden Baden Christmas Beer, uma Eisenbahn Oktoberfest e uma Voll-Damm Double Malta, também do estilo Märzen porém com o dobro de malte.


A primeira seria a primeira vítima. E a primeira vez que escrevo essa coluna direto no meu blog.

Ficha Técnica

Nome: Baden Baden Christmas Beer
Fabricante: Baden Baden
Estilo: Christmas Beer - 21B (BJCP)
Gradação Alcoólica: 5,5% ABV

Por tratar-se de uma cerveja sazonal, eu esperava bastante desta cerveja. Colocada no copo, a aparência foi positiva. Levemente turva, cor palha, a espuma média. Embora se parecesse mais com uma Lager, parecia ser saborosa. Nota 3/5.

O aroma foi pouco. Leve adocicado e frutado. Nada muito mais que isso para falar. Nota 3/10.

O sabor destacou-se principalmente por um leve adocicado e sabor muito leve. Nota 8/20.

A sensação é razoável, apenas. A cerveja desce cristalina, com pouco corpo e textura. O retrogosto foi levemente adocicado. Nota 2/5.

O conjunto foi mediano, com muita boa vontade. Nota 2/10.

Nota final foi 18/50. A cerveja não empolga mas está longe de ser ruim. Apenas não tem muita fraça.

A harmonização é recomendada para aves e carnes leves, as tradicionais do Natal. A minha foi um pouco diferente. Assei um vazio no forno e servi com um arroz incrementado. Ficou uma delícia.


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sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Top 10: como coisas do seu dia-a-dia são feitas no espaço.

Desde o ápice da Corrida Espacial um astronauta não recebia tanta atenção ou era saudado como uma legítima celebridade como personalidade internacional.

Além de seus inúmeros feitos e prêmios com os quais foi galardoado, Chris é mais conhecido pelo intenso trabalho de aproximar a exploração espacial das pessoas. Ele fez isso de diversas formas, mas principalmente com seus vídeos e sua atividade no twitter.

A reportagem abaixo foi retirada do site da Superinteressante e mostra como 10 atividades do dia-a-dia aparentemente simples são feitas no espaço, com as limitações da falta de gravidade, entre outras coisas.

1. Como lavar as mãos



Os astronautas utilizam um produto sem enxague, que é feito basicamente de água com um pouco de sabão. Uma bolha do produto já é suficiente para esfregar as mãos e limpá-las. Depois disso, o astronauta enxuga as mãos em uma toalha. A água da toalha evapora e volta para a central de abastecimento da ISS para ser reutilizada.

2. Como cortar as unhas



O cortador de unhas é normal, a única diferença é um velcro que serve para grudá-lo no bolso do astronauta, por exemplo. Mas se você tentar cortar suas unhas sem gravidade, elas não vão cair no chão. E ninguém quer ser “atacado” por um pedaço de unha que está flutuando por aí, né? Por isso, a técnica é cortar as unhas perto de um duto em que o ar é sugado. Elas ficam presas nas grades e são recolhidas depois na limpeza semanal das saídas de ar, que é feita por aspiradores.

3. Como cozinhar comida “seca”



Neste vídeo, Chris mostra como preparar um pacote de espinafre desidratado. Para preparar a comida, é preciso encaixar o pacote no distribuidor de água, escolher a quantidade necessária e aguardar. A água entra e “cozinha” o espinafre, que está pronto para consumo.

4. Como preparar um sanduíche



Outro vídeo com curiosidades sobre comida. No começo da exploração espacial, os astronautas se alimentavam basicamente de comidas desidratadas (como a do vídeo anterior) e alimentos transformados em pastas. Mas a tecnologia espacial evoluiu também na área dedicada à cozinha: agora eles comem alimentos iguais aos nossos também. Chris mostra como preparar um sanduíche feito com tortilha (para evitar as migalhas que um pão produziria), mel e manteiga de amendoim.

5. Como se exercitar


Para evitar as mudanças indesejadas do corpo no espaço, como o enfraquecimento dos músculos e ossos, os astronautas tem que se exercitar constantemente. O vídeo mostra a rotina do astronauta em dois aparelhos de exercícios (tem até ~trilha sonora~ de academia).

6. Como escovar os dentes



A escova e a pasta  de dentes são normais, mas não há água corrente no espaço. Uma bolha de água potável é usada para molhar a escova e a escovação acontece normalmente. Mas aí vem a dúvida: como enxaguar a boca depois da escovação? Dá pra cuspir normalmente? A resposta é não. Eles engolem tudo que usaram na hora de escovar os dentes. Tenso.

7. Como chorar



Chorar, na verdade, é tão fácil quanto aqui na Terra. Mas fazer isso pode ter um resultado diferente num ambiente sem gravidade. Isso porque as lágrimas simplesmente não caem. O que acontece é que uma bola de água é formada em seus olhos e cresce conforme você chora. Estranho, né?

8. Como fazer a barba



O ato de se barbear tem um problema parecido com o de cortar as unhas: os pelos podem sair flutuando livremente. Pra resolver isso, os astronautas usam um tipo especial de creme para barbear e uma lâmina comum. O passo final é utilizar uma toalha para remover os pelos da lâmina e do rosto. E um detalhe: o bigode tem que ser limpo com um aspirador.

9. Como dormir



A rotina na ISS é puxada: os astronautas passam o dia ocupados com as atividades cotidianas, se exercitando e realizando estudos científicos. E como eles fazem para descansar? Existem módulos de descanso em que eles dormem. São como sacos de dormir atados nas paredes, que seguram os astronautas no lugar enquanto eles estão adormecidos. Pode parecer desconfortável, sem um colchão ou um travesseiro. Mas Chris explica que, sem a gravidade, você não precisa de nada para fazer seus músculos relaxarem totalmente.

10. Como vomitar



Bem, nenhuma pessoa saudável vomita todos os dias. Mas todo mundo já ficou doente e enjoado. E quando um astronauta chega na ISS é muito comum ficar assim. Afinal, mesmo com toda a preparação, nada se compara com a sensação real de estar ali. Por isso, existe um saco criado especialmente para cuidar desse tipo de “conteúdo”, já que ele vai ficar na Estação durante meses. O saco plástico é bem simples, mas vem com uma toalha acoplada para que o astronauta possa limpar o rosto rapidamente e colocar essa parte dentro do saco junto com o que “colocou pra fora”.

Bônus Vídeo:



Neste vídeo, Chris mostra o que acontece ao torcer uma toalha molhada no espaço. É o vídeo de maior sucesso dele. A tensão superficial da água a mantém junto da toalha, formando uma espécia de camada exterior.

Para a reportagem original, clique aqui.

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quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Filmes Recomendados: Destino em dose dupla.

Alguma vez tu esteve tão insatisfeito com a tua vida que se pôs a pensar em como tudo poderia ter sido diferente? A indagar como alguns pequenos fatos podem ter mudado completamente o rumo da tua vida e em quão impotente parecemos ser diante das "forças do destino"?

Foi assim que Larry Burrows se sentiu quando parecia estar vivendo o que seria o pior dia da sua vida. Em suas próprias palavras "o dia mais estranho da minha vida".


Poster do Filme

O que me fez escrever sobre esse filme foi uma música que escutei, outro dia, na rua. "Only you", dos Platters. A música encerra o filme com um garoto, caminhando derrotado para fora de um campo de baseball após ter errado o home run que daria a vitória para seu time. Na saída um velho lhe diz:


"Não se preocupe tanto com isso. Lembre-se: tu tens a vida toda pela frente. As coisas vão dar certo. Confie em mim."



Larry tinha uma vida pacata: um emprego razoável, uma casa própria, uma esposa que amava, um cachorro companheiro e um grande amigo de infância. Ele só achava a vida dele... pacata demais. De uma forma divertida, o destino dá um jeito num erro de infância que persegue Larry desde e então e ao que ele responsabiliza por sua vida suburbana.

De uma hora para a outra sua vida muda e ele alcança tudo o que desejava. Só que de um jeito indesejado, numa realidade paralela. É a partir daí que a trama se desenrola.

Nos embalos do sempre engraçado James Belushi (K-9, um policial bom pra cachorro, Inferno Vermelho), como Larry, em ótima atuação, com seus diálogos recheados de humor fino e tendo como coadjuvante ninguém menos que Michael Caine (Escape to Victory e a Trilogia Batman Begins), como Mike, em espetacular forma, ainda ao lado de Linda Hamilton (O Exterminador do Futuro), Jon Lovitz (Máquina quase Mortífera, Quero ser grande e 3.000 milhas para o inferno), Rene Russo (Tin Cup, Máquina Mortífera 3 e 4 e The Thomas Crown Affair) e Courtney Cox (Friends), o filme de quase duas horas prende o espectador alternando cenas cômicas misturadas com drama que nos faz refletir.

O que é que queremos da nossa vida? O que é realmente importante? Qualquer que seja a resposta, lembre-se: as coisas vão dar certo.

Assista ao filme abaixo ou clicando no link direto para o Youtube aqui.



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domingo, 10 de novembro de 2013

Carta Aberta - Ref. Renovação Téc. Renato Portaluppi

Com os últimos resultados do Grêmio, no Brasileirão e na Copa do Brasil, com as notícias que dão conta do encaminhamento de renovação entre clube e treinador, enviei a seguinte Carta Aberta à direção do clube e ao Conselho Deliberativo com a exposição de motivos pelo qual não devemos manter Portaluppi para 2014.

Escrevi em alguns minutos, gostaria de ter incrementado, porém devido ao tamanho já grande, deixei por aí.

"Novo Hamburgo, 10 de novembro de 2013.
A/C
Sr. Pres. do Conselho Deliberativo do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense Milton José Munhoz Camargo
Sr. Pres. do Conselho de Administração do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense Fábio André Koff. 
Na condição de sócio do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, encaminhamos a presente missiva para fazer as necessárias e pertinentes ponderações quanto à renovação com o técnico Renato Portaluppi.
Ao que consta na imprensa, tal renovação está próxima e deve ser acertada nas próximas semanas. Dentre os gremistas sei que os que são contra tal renovação são a minoria, quiçá até a absoluta minoria.
Porém vou expor alguns motivos que sustentam esta ideia.
Por primeiro, gostaria de fazer uma avaliação sobre as escolhas táticas e técnicas do Renato. Quando assumiu o time, teve um começo irregular, errático. Até achar o esquema ideal diante das deficiências de montagem do elenco. Só temos um zagueiro confiável (Rhodolfo) e portanto a necessidade de fortalecer a defesa recaiu sobre nossos volantes. Daí o uso sistemático dos três volantes. E como achou esse sistema? Com as lesões do Zé Roberto, que nunca foi meia de ligação, que abusa dos passes laterais, que é lento e efetivamente produz muito pouco, e do Elano, que da mesma forma nunca foi esse meia de ligação, e que PARECE estar com condição física abaixo da ideal, essa última observação decorrente do fato de que em questão de 30min de jogo ele já não consegue ter o mesmo rendimento física. Renato ACHOU essa formação, que era acima de tudo uma solução de compromisso, pois com 4 estrangeiros acabava ficando alijado nosso único meia de ofício, Maxi Rodriguez.
Renato não ENTENDEU porque o time se tornou mais competitivo, e justamente por este motivo não conseguiu manter o desempenho diante de adversidades. Apostou cegamente no "bumba meu boi", sem um meia e com dois atacantes pesados, Barcos e Kleber.
Na semi-final da Copa do Brasil, não tendo a barreira dos adversários em virtude da suspensão do ataque titular, tendo a oportunidade de jogar com um meia, Maxi, substituiu o Vargas, que na prática vinha fazendo as vezes de meia-atacante, por Werley, mais um zagueiro, deixando os novatos, Mamute e Lucas, absolutamente desamparados. A impressão que tive é que, não confiando nos atacantes, ele optou resguardar-se para segurar um 0x0. No jogo da volta, impelido por um nocivo ativismo panfletário da imprensa e da torcida, que pediu a escalação do Zé Roberto, escalou o atleta contra as suas "convicções" para afagar o ego da imprensa e da torcida e como forma de auto-preservação, colocando seu cargo e sua imagem acima dos interesses do clube.

Mais atrás, em 2011, na final do Camp. Gaúcho, tendo vencido fora de casa o Internacional por 2x3, no jogo de volta, vitimado pela própria miopia, sofremos nada menos do que TRÊS gols de contra-ataque, inclusive um deles marcado por um jogador manco, TENDO a vantagem do "regulamento". Na Libertadores de 2011, empatando um jogo em casa, 1x1, no jogo de ida das Oitavas-de-Final, com um jogador à menos, novamente tomamos um gol de contra-ataque que praticamente sepultou as chances no jogo fora de casa, jogo da volta. De um modo geral, a atuação do Renato em 2011 foi bastante fraca, frágil.
Vale lembrar também o imobilismo, em vários jogos, do treinador quanto à substituições que possam mudar a cara do jogo. Hoje, promoveu alterações somente após os 35min do 2º tempo. Antes que os jogadores pudessem entrar em campo o Grêmio sofreu o segundo gol e limitou drásticamente as possibilidades de reação.

Restam evidenciadas as limitações do Renato enquanto técnico/estrategista.

Por segundo, quero tecer comentários quanto ao caráter megalômano da personalidade do Renato. Ele tem se destacado por declarações polêmicas, quase sempre após situações em que, por erro dele mesmo, o clube teve algum insucesso.
- O famoso episódio da "calça de 400 reais";
- "Comigo ele rende", justificando a contratação do ex-jogador Carlos Alberto;
- "Tem que dar carinho", para os jogadores preguiçosos e desmotivados, caso do Gabriel, lateral que felizmente enviamos para o rival;
- "Não vou perdoar", cobrança pública sobre o imbróglio da contratação do Vinícius Pacheco, jogador de passagem apagada no clube;
- Torneio de Futevôlei em meio à Libertadores;
- Recusa de ir treinar o time no interior;
- "Diziam que o time brigava contra o rebaixamento quando assumi", coisa que nunca foi falado pela imprensa/torcida, e serve para supervalorizar os resultados;
- "Agora tem algum valor", sobre a camisa do Grêmio que recebeu seu autógrafo;
- O episódio do trote;
- "Tenho mais títulos que ele tem de idade";
- "Fui melhor que Cristiano Ronaldo";
- "O Fluminense vai brincar no Brasileirão", quase foi rebaixado;
- "Só não assinei o contrato ainda porque não quis", declaração sobre a renovação dada na coletiva de imprensa hoje, dia 10 de novembro.

Mais uma vez resta evidenciado o pensamento megalômano do Renato, que se acha maior que o clube.
Quero ainda fazer uma ponderação quanto à aposta em treinadores sem tanta vitrine. O Grêmio tem uma experiência própria com o Espinosa, o Felipão, o Tite e o Mano. Mas chamo a atenção para o caso do Cruzeiro, virtual campeão Brasileiro de 2013. Contratou um treinador sem vitrine, sem grife, e montou um time com muitos jogadores sem expressão e alguns jogadores mais caros e experimentados, de forma cirúrgica e pontual. O Grêmio não ganha nenhum título de expressão há 12 anos. Porém parece que, entra ano sai ano, temos medo de arriscar com um treinador sem expressão, com jogadores sem expressão. Não há mais o que temer.
Gostaria de colocar mais ideias, porém esta carta já ficou bastante extensa. Espero ter contribuído com um contra-ponto à ideia dominante de renovação e manifesto publicamente aos srs. meu pedido de que não seja renovado o contrato de técnico com o Renato Portaluppi.
Atenciosamente,
André Roberto Finken Heinle
Sócio Matrícula 141.645"


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sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Tire as costas da parede: aprendendo o que é Funk

Sabe aquela música que te faz querer dançar? Só no groove? Aquela sensação oitentista?

Quem ouvir isso e não tiver uma louca vontade de sair dançando bom sujeito não é. Até eu, com minha ginga só equiparada à de um poste, escrevi esse post me remexendo.

Gênero tipicamente negro, o Funk evoluiu do Soul e do Rhythm and Blues, com influências também do Jazz, incluindo os metais que se ouvem nessa faixa também. Apostando também na psicodelia da guitarra, na batida hipnotizante e no baixo sincopado, receita certa de sucesso, "Get Down on It" levou Kool and the Gang para o Top 10 da Billboard em 1981.

A letra é curta, grossa e repetitiva: tira a bunda da cadeira, tira as costas da parede e te atira. Afinal de contas, é preciso pedir ou mandar? A vontade é maior, com certeza...

Funk, é DISSO que eu tô falando.


Você tem que ficar no groove,
se você quiser que o seu corpo se mexa - me diga babe...



Get Down on It


Oh, what you gonna do ? Do you wanna get down? X4

Get down on it, get down on it, get down on it, get down on it
Come on and
Get down on it, get down on it, get down on it, get down on it

How are you gonna do it if you really don't wanna dance
by standing on the wall - Get your back up off the wall! Tell me
How are you gonna do it if you really don't wanna dance
by standing on the wall - Get your back up off the wall!
'Cause I heard all the people sayin'

Get down on it, get down on it, get down on it, get down on it
Come on and - if you really want it - you gotta feel it - get down on it
Get down on it, get down on it, get down on it, get down on it
Come on and - baby baby - get on it

I said people, What? What you gonna do?
You gotta get on the groove
If you want your body to move - tell me baby

How are you gonna do it if you really don't wanna dance
by standing on the wall - Get your back up off the wall! Tell me
How are you gonna do it if you really won't take a chance
by standing on the wall - Get your back up off the wall!
'Cause I heard all the people sayin'

Get down on it, get down on it, get down on it, get down on it
When you're dancin'
Get down on it, get down on it, get down on it, get down on it
Shadabadabadabadu

Oh, what you gonna do ? Do you wanna get down? What you gonna do?
Get your back up off the wall! Dance! Come on!
Get your back up off the wall! Dance! Come on!

Get down on it, get down on it, get down on it, get down on it
Come on and - if you really want it - you gotta feel it - get down on it
Get down on it, (get down on it), get down on it,
Come on and - baby baby .
Get down on it (get down on it) get down on it
Get on it

How are you gonna do if you really don't wanna dance
by standing on the wall - Get your back up off the wall! Tell me, baby
How are you gonna do if you really don't wanna take a chance
by standing on the wall - Get your back up off the wall!
Listen baby

You know it, when you're dancin' yeah!
You show it, oh when you move move move
You know it, oh when you're dancin' yeah!
You show it, as you move across the floor

Get down on it, get down on it, get down on it, get down on it
Come on and - if you really want it - you gotta feel it - get down on it
Get down on it, get down on it, get down on it, get down on it
Come on and - baby baby - get on it - Shadabadabadabadu

Oh, what you gonna do ? Do you wanna get down? What you gonna do?
Get your back up off the wall! Dance! Come on!
Get your back up off the wall! Dance! Come on!

Get down on it, get down on it, get down on it, get down on it
Come on and - if you really want it - you gotta feel it - get down on it
Get down on it, get down on it, get down on it, get down on it
Come on and - get down on it - while you're dancin'- get down on it

Get down on it, (Get down on it) get down on it
Oh wow hoh yeah
Get down on it,(Get down on it) get down on it
You move me baby when you move x2
Get your back up off the wall!


Veja aqui a tradução. Agradecimentos especiais à "tradutora" Marina Machado.


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segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Horário Eleitoral do Guri de Uruguaiana.

Nas eleições municipais de 2012, o Guri de Uruguaiana entrou na brincadeira com seu programa eleitoral.

Lançado pelo PeuPvouPgaPnharPesPtasPeleições, o Partido da Língua do P. Vejam as propostas.







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domingo, 3 de novembro de 2013

Requiem: o final dos finais.

Da série "Lendas Urbanas", uma das mais conhecidas reporta o último episódio do desenho "Caverna do Dragão".

Esse desenho, inspirado no RPG Dungeons and Dragons, era estrelado por seis adolescentes, Hank, Eric, Sheila, Diana, Presto e Bobby. Caindo de uma Montanha Russa, num parque de diversões, eles são lançados à um portal que os leva para o "Reino", um lugar misterioso, sombrio e mágico. Lá eles são recebidos pelo Mestre dos Magos, que os guiará de volta para o mundo real. Acompanhados por um unicórnio, Uni, eles enfrentam os perigos e inimigos como Vingador, uma espécie de demônio sem uma guampa, Tiamat, um dragão de cinco cabeças, e o Demônio das Sombras, uma espécie de anjo mau feito de sombras.

Veja o primeiro episódio.:



Como esse episódio nunca foi produzido, e portanto nunca foi ao ar, isso acaba reforçando o ar de mistério que envolve a série. A "final" mais aceita essa:

"Na última aventura deles, aquele dragão de 7 cabeças conta a verdade e depois eles a comprovam. O dragão conta que nunca mais eles voltarão para a Terra.

Nunca porque quando eles estavam descendo naquele carrinho da montanha russa, eles não entraram em outra dimensão. O carrinho caiu... e eles morreram. Eles não vão voltar porque eles estão mortos. E lá é o inferno!

Como nenhum deles era bonzinho na vida real, eles foram parar no inferno, depois que morreram na queda do carrinho e o demônio resolveu brincar com eles.

Cruel e sádico, o demônio às vezes aparecia de Vingador e às vezes de Mestre dos Magos! Os dois na verdade eram a mesma pessoa: o Demônio, sádico, jogando e brincando com os novos moradores de seu império!

O Dragão na verdade é um anjo que vai até o inferno com a missão de tentar fazer com que eles descubram a verdade e que, depois de tantas tentativas, acaba por revelá-la.

O demônio tinha um capeta que o auxiliava neste trabalho. Alguém que sempre os impedia de voltar (ou seja de descobrir que não havia como voltar): a pequena unicórnio Uniii. Ela na verdade, era um enviado do demônio que os acompanhava todo tempo para atrapalhá-los e brincar com seus sentimentos.

Nunca mais eles voltarão e viverão para SEMPRE naquele INFERNO. Essa é a verdade revelada oficialmente pelo Mestre desse jogo de Dungeons e Dragons." ¹

Gary Gyrax, produtor da série, nega: "Não há verdade alguma nisso. Nenhum episódio assim foi produzido. Tiamat não é um anjo e nem ajuda de maneira nenhuma". Mark Evanier, um dos 12 roteiristas, segue na mesma linha: "Isto é completamente falso! Apesar de vários finais possíveis terem sido discutidos, nenhum último episódio foi realmente produzido". Mark Reaves, roteirista de oito episódios, tidos como os mais obscuros e sombrios, diz que a "Caverna do Dragão foi um desenho muito sombrio para sua época - tanto quanto é Gárgulas hoje. Nós o levamos o mais longe possível para um programa infantil".

Embora as declarações acima, consta que Reaves escreveu mesmo um roteiro para o último episódio, mas que nunca foi produzido. O cartunista brasileiro Reinaldo Rocha tratou de desenhá-lo em quadrinhos, e o resultado final foi esse abaixo. Clique nas miniaturas para ampliar.



Fontes:
¹ http://www.rio.matrix.com.br/wagnerrj/caverna-do-dragao.htm
Fail Wars

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domingo, 13 de outubro de 2013

As eternas propagandas do Universitário

De tempos em tempos aparece na TV (ou até na Internet) um comercial que pela genialidade marca época. Acho que o último grande caso foram as propagandas do Head & Shoulders com o Tio Janjão, que encarou sem vergonha a tarefa.

Mas para nós que vivemos os anos 90 uma série em particular marcou época. Ao misturar questões de múltipla escolha com situações improváveis ou inusitadas da vida o Universitário criou comerciais muito engraçados.

Ainda na época pré-Orkut eu tinha todos salvos num PC antigo do qual perdi todos os arquivos. Graças à Internet, tudo se acha no mundo virtual. Quem me lembrou, postando, foi o amigo Rodrigo Dias. Confira o blog dele clicando aqui. Enfim, seguem abaixo os esquetes.

1 - O Gato:



2 - A namorada do amigo:



3 - Pego no flagra:



4 - Notícia inesperada:



5 - Ato Falho:



6 - Relax no carro do pai:



7 - Muito cedo, porra:



E aí, qual seria a grade de resposta de vocês?!

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domingo, 6 de outubro de 2013

Sobre a Rede e a Democracia.

Tenho mantido discrição quanto aos assuntos da esfera política e o motivo é que já escasseava o estoque de sal de frutas e plasil para fazer frente à tal assunto.

No entanto um assunto vai merecer uma atenção. O partido Rede Sustentabilidade, formado por Marina Silva, teve seu registro negado pelo TSE. Dentre outros motivos burocráticos, não conseguiu, qualitativa e quantitativamente, as assinaturas de apoio necessárias para que o partido pudesse enfim existir de fato e de direito. Uma miríade de quase quinhentas mil assinaturas distribuídas em um terço dos estados.

Notei, e esse foi a maior motivação deste artigo, que pipocaram, nas redes sociais como também nos noticiários, comentários em geral positivos sobre a correta decisão do TSE. Sim, correta porque a lei deve valer para todos. Porém a maioria destes comentários e em especial aqueles emitidos por apoiadores do PT e da sua rede - a outra, a rede virtual de batedores pagos para difamação e babação de ovo - representavam e demonstravam profundo caráter anti-democrático. Selecionei dentre eles um do deputado Alfredo Sirkis, do PSB:

"Quanto à Rede, precisa ser vista de forma lúcida. Sua extrema diversidade ideológica faz dela um difícil partido para um dia governar o país. Funcionaria melhor como rede propriamente dita - o Brasil precisa de uma rede para a sustentabilidade, de fato - mas, nesse particular, querer ser partido atrapalha".

E quem é o sr. Sirkis para achar ou deixar de achar que partido A, B ou C deve ou não existir?! O sr. Sirkis e tantos outros que fizeram chacota e caçoaram do indeferimento de registro da Rede. Não consta que tenham lamentado a criação de outros partidos.

Após o ingresso de Marina Silva no PSB do sr. Sirkis, houve o entendimento unânime da base governista que esse movimento prejudica a candidatura de Aécio Neves, do PSDB, e isso motivou a mudança de discurso sobre Marina Silva.

O problema da democracia brasileira não é a existência de muitos partidos, mas sim que estes mesmos partidos só tem um único propósito: tungar o polpudo Fundo Partidário que em 2013 irá distribuir quase R$ 300 milhões. Este fundo garante a sobrevivência financeira dos partidos com registro definitivo no TSE. Afora os grandes partidos, acaba valendo à pena a criação de um novo partido que terá garantido um naco do Fundo Partidário e ainda um ativo eleitoral valioso em termos de tempo de TV para as campanhas eleitorais e negociação do apoio das bancadas ao governo do momento.

Ainda com a frágil fidelidade partidária estes partidos novos podem assediar sem maiores constrangimentos parlamentares de outros partidos, e isso é mais um motivador da criação de novos partidos. Ocorreu com o Solidariedade e com o PROS, e antes ainda com o PRB e com o PSD. Partidos que já nasceram relevantes em termos de bancadas às custas da sangria alheia. Ainda, uma olhada mais detida sobre os discursos eleitorais e programáticos dos quatro partidos vai encontrar um ponto comum: o "centrismo" que é a fina flor da cretinice política. Um discurso vazio o suficiente para torná-lo maleável e flexível conforme a conveniência política e profundo como um pires convexo.

Tudo isto posto, ficou faltando a imprensa e os políticos abordarem o que de mais fundamental e essencial existe sobre a situação: a necessidade premente que existe de que a criação de partidos seja a mais livre possível. Nossa democracia nunca poderá ser plena se não pudermos permitir que a prática da livre associação chegue definitivamente à disputa nas urnas.

A realidade bate à porta mostrando que dentre tantos partidos políticos que tentam o registro aqueles que conseguiram formaram mais federações e feudos partidários em benefício dos caciques do que verdadeiras expressões políticas da sociedade. Esquecidas questões morais, os resultados práticos da atual legislação devem ser pesados. Algumas questões mais espinhosas podem sim ser deixadas para um futuro, quando nossa democracia disfuncional esteja madura o suficiente: candidaturas independentes, partidos regionais, etc...

Nesse sentido é preciso reformar completamente nossas legislação eleitoral. À começar pelo périplo que representa a criação e registro de um novo partido. E em seqüência senão o fim do Fundo Partidário ao menos uma reforma que o adeque à livre criação de partidos políticos.

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domingo, 22 de setembro de 2013

Grêmio, por eternos 100 anos, Campeão Farroupilha

Toda boa história ou estória tem um pouco de lenda, algum herói, uma façanha... Com esta não é diferente.

Nos idos dos anos 30 haviam dois torneios de importância no futebol gaúcho: o Campeonato Gaúcho e o Citadino de Porto Alegre, conhecido como Metropolitano. Em 1935, preparava-se o Rio Grande do Sul para comemorar o centenário da Revolução Farroupilha, e em homenagem, ambos os torneios ostentaram o título de Campeonato Farroupilha.

Para ambos, o franco favorito era o Internacional, incumbente dos dois títulos. Ainda mais que o Grêmio havia perdido seu maior craque, Luiz Carvalho, para o Vasco da Gama, do Rio de Janeiro. Ainda, o Grêmio perdia o bastião de sua defesa, o goleiro Lara, recomendado de jogar pelos médicos que diagnosticaram problemas cardíacos. Isso após um choque num jogo contra o Santos.

Lara não quis nem saber, e jogou o primeiro Gre-Nal do torneio, à 28 de Julho. Consta que tenha sido um dos destaques, mas o grande nome do jogo foi Castilho, ponteiro-esquerdo que empatou a partida no que ficou chamado de Gol do Avião. Reza a lenda que, quando o jogo estava 1x0 para o Inter, e Castilho dominava a bola na frente da Grande Área adversária, um avião deu as caras fazendo manobras e piruetas sobre o campo dos Eucaliptos. O goleiro Penha e os zagueiros Natal e Risada teriam se distraído assistindo ao movimentos do avião e permitido o gol do Grêmio. Outra lenda ainda diz que, após a partida, Castilho teria sido raptado e mantido em cativeiro no Belém Novo. Fato ou Lenda, Castilho reapareceu somente em 1936, jogando pelo Internacional.

O Internacional, além de todo o favoritismo, ficou um ponto à frente do Grêmio antes do derradeiro jogo, um Gre-Nal, chamado de "Farroupilha", que seria disputado em 22 de Setembro. Isso porque o Grêmio perdeu para o Força e Luz por 2x0. Isso daria ao Inter a vantagem do empate para sagrar-se campeão.

Ainda, a doença de Lara se agravara e este fora terminantemente proibido de jogar. A confiança era tanta que um torcedor colorado caçou 11 cachorros pelas ruas de Porto Alegre, pintou-os de vermelho, e guardou-os em sua camionete, momentos antes do jogo na Baixada, para lançá-los à campo após a vitória como um chiste, uma provocação.

Lara comunicou, antes do jogo, que iria à campo. Consta que a maior parte da torcida era vermelha, mas quando Lara entrou em campo, junto com os colegas, a torcida tricolor foi ao delírio. O ídolo não decepcionou. Com o Inter dominando as ações durante todo o primeiro tempo, Lara fez boas defesas e juntamente com Dario e Luiz Luz trabalhou bastante para manter a meta gremista invicta.

Os times foram para o intervalo em 0x0, e a comemoração era, até ali, colorada, que explodiu a saber que Lara não voltaria para o segundo tempo, em virtude do agravamento das dores no peito, e seria substituído por Chico. Segundo a lenda urbana, Lara teria morrido dentro de campo, ao defender um pênalti cobrado pelo próprio irmão. Não houve pênalti, seu irmão não jogava no Internacional e Lara morreria cerca de um mês e meio depois, em 6 de Novembro.

Novamente, inflamado pela ausência do grande ídolo gremista dos últimos anos, o Inter dominava as ações e dava muito trabalho à defesa do Grêmio. Mas o empate não interessava ao Grêmio e os atacantes não achavam caminhos ou brechas até o gol colorado. Esse cenário permanecia até os 37 minutos do 2º Tempo. À época o jogo tinha dois tempos de 40 minutos. Nesse momento o tal torcedor colorado, já comemorando, foi pegar os cachorros que levara ao campo.

O Grêmio tinha falta na intermediária. O meia Mascarenhas estava posicionado para cobrar. Consta que Osvaldo Rolla, o também lendário Foguinho, teria dito ao colega: "Levanta a bola no meio da área que o Risada vai tirar e eu vou pegar o rebote". Dito e feito: Mascarenhas alçou, Risada afastou e Foguinho, de sem-pulo, abriria o placar. Gol do Grêmio.

Osvaldo Rolla, o Foguinho.

Festa da torcida gremista, e os jogadores colorados pareciam atordoados. Levavam a bola para o círculo central, para fazer o gol que lhes valeria o título. Logo na saída de bola, o insistente Foguinho roubou a posse de bola e lançou-se ao ataque. Com objetividade, correu rumo ao gol, e na saída do goleiro Penha, escorou para o colega Laci fechar o placar. 2x0 e o título. Lara, reunindo suas forças, conseguiu comemorar junto dos colegas e da torcida.

Lacy.

Uma das histórias conta que o colorado dos cachorros soltara os mesmos, que o atacaram após dois foguetórios gremistas, levando o mesmo à ser internado no hospital por conta dos ferimentos.

A Baixada foi pequena para tanta festa. O técnico e capitão Sardinha I, emocionado, sugeriu que o título fosse comemorado, por cem anos, com um jantar do clube no dia 22 de Setembro de cada ano. Nomeado Jantar Farroupilha, desde então o Grêmio cumpre rigorosamente o desejo daqueles grandes guerreiros.

Time campeão: Lara (Chico); Dário e Luiz Luz; Jorge, Mascaranhas e Sardinha II; Laci,Artigas, Russinho, Foguinho e Divino.

Quando da morte de Lara, a comoção tomou conta não só de gremistas como também dos colorados e dos torcedores de outros grandes clubes de Porto Alegre. A cidade parou para ver seu enterro. Sem sua presença, o Grêmio perdeu as finais do Campeonato Gaúcho de 1935, contra o Grêmio Atlético do 9º Regimento de Infantaria, de Pelotas. Após vitória por 3x1 e derrota por 3x0, o Grêmio perdeu jogo extra por 2x1.

Eurico Lara.

Em 1941, Getúlio Vargas decretou que unidades militares não poderiam ceder seus nomes à entidades esportivas. Por conta disso, o Grêmio Atlético do 9º Regimento de Infantaria ganhava, em homenagem ao seu único título gaúcho, o nome de Grêmio Atlético Farroupilha.

Grêmio Atlético Farroupilha, antigo 9º Regimento de Infantaria.
Fontes: Grêmio Hoje e Grêmio 1903.

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Homens que devemos conhecer: Hiroshi Yamauchi

Quem quer que leia este artigo não poderá passar incólume às lembranças de personagens como os Mário e seu irmão Luigi, Donkey Kong, Link e a princesa Zelda, Mega Man, e tantos outros.

O homenageado de hoje faleceu no último dia 19. Tendo comandado durante 53 anos a empresa criada por seu avô, transformou uma então pequena empresa fabricante de cartas de jogo em uma poderosa corporação dos jogos eletrônicos.

Desde 1949 quando assumiu a companhia até os anos 60 estava à procura de novos negócios para investir. Chegara à conclusão que o mercado para suas cartas era limitado. Criou então negócios de táxis, hotéis, alimentos pré-prontos, etc... Em 1966, após as Olimpíadas de Tokyo, a venda de baralhos teve uma súbita queda afetando o valor de mercado da Nintendo. Assim, ele se aventurou no ramo de brinquedos, como a Ultra Hand - desenvolvida no tempo livre do engenheiro Gunpei Yokoi -, entre outras, com sucesso moderado, mas sem conseguir crescer com velocidade necessária.



Em 1974 ele fechou sua primeira parceria no ramo de consoles, para a fabricação e distribuição do Magnavox Odissey no Japão. Em 77 lança seu primeiro console próprio, o Color TV Game, que teve seis versões diferentes. No mesmo ano contratou o desenvolvedor Shigeru Miyamoto, que formaria junto com o próprio Yammauchi e o engenheiro Yokoi a tríade que mudaria a história da indústria de jogos.




Ainda em 77 a Atari lançava seu 2600, entre os mais bem sucedidos consoles da história. Mas sua versão japonesa só estrearia em 1983, mesmo ano em que a Nintendo lançava seu Famicom, abreviação de Family Computer, na época já muito mais avançado do que o concorrente americano. No ano anterior a Atari lançava o sucessor do 2600 nos EUA, tratava-se do Atari 5200, que ainda não era um console de terceira geração. Estava decretada a derrocada da Atari no mundo dos consoles.


Famicom



O Famicom parecia estranhíssimo do ponto de vista do desing e das cores utilizadas. Mas dois anos depois ele seria lançado nos EUA, com um padrão de cores e desing diferente, e outro nome: Nintendo Entertainment System. Ou NES. Ou Nintendinho para os brasileiros.


O Nintendo Entertainment System

O Nintendo era lançado com o jogo Super Mario Bros., e contou ainda com grandes nomes dos jogos e que o tornaram um sucesso: a franquia Donkey Kong, Final Fantasy, Metal Gear, entre outros. O NES/Famicom vendeu mais de 61 milhões de unidades ao redor do mundo, excluindo-se daí as mais de 300 versões clone que surgiram por toda a parte.

Já um pouco cansado, e sentindo a concorrência lhe apertar, a Nintendo deu outra grande tacada: lançou um novo console, o Super Nintendo Entertainment System, ou Super NES. Mais conhecido entre nós brazucas como "Super Nintendo". Um console de quarta geração 16 bits que novamente tinha em seus jogos a maior força para bater a concorrência. Continuava a saga dos irmãos Mário, de Donkey Kong, do guerreiro Link, e com a adição de fortalezas como Top Gear, Street Fighter, F-Zero, Sunset Riders, entre outros. Com 49 milhões de unidades vendidas, o Super Nintendo lograva êxito em seu intento de manter a hegemonia dos consoles, dominando o mercado por mais de 20 anos, até o surgimento do PlayStation em 1994.


O Super Nintendo Entertainment System

Yamauchi ainda dirigiu a empresa nos lançamentos do Nntendo 64 e do Nintendo GameCube, que consolidaram a empresa na segunda posição da indústria de consoles. Porém seu grande trunfo ainda é o legado do Nintendo/Super Nintendo, transformando uma pequena indústria de baralhos em uma fabricante de sonhos. No dia 20 a página da Nintendo apareceu de luto.




Obs.: Por conta disso, este post será inscrito também na seção "Games do Passado". Confira outros posts dessa seção clicando aqui.

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sábado, 21 de setembro de 2013

Os Cowboys do Oceano!

Não é segredo que Bruce Springsteen tem uma carreira tão profícua quanto longeva. Representante do Heartland Rock e reconhecido por seu patriotismo que sempre deixa à mostra.

Começou sua trajetória no início dos anos 70, com o álbum Greetings from Asbury Park, N.J. e é desse disco que sacamos a música de hoje. Trata-se de um outtake.

Com um som que o acompanhou durante toda a sua carreira, mas com uma pitada de tristeza e amargura que parecem emprestadas de Neil Young.

Um bom som, desconhecido e revelado à mim pelo site da Rolling Stones, junto de outras 14 músicas do Springsteen selecionadas pela revista entre as mais desconhecidas do artista. Clique aqui para ver.



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quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Onde estão Bento, Neto, Canabarro, Teixeira?

À cada 20 de Setembro brotarão por toda a parte os mais belos discursos e as mais belas homenagens aos farrapos que há mais de um século se bateram contra o Império Brazileiro. Brotarão porque foram semeadas. Por um sem-número de bravos.

Entre os que semearam as ideias de liberdade, igualdade e humanidade, um deles recebeu o justo título de "Herói de Dois Mundos". Combatendo desde a Pampa Gaúcha até as Planícies Mediterrâneas, passando pelos Apeninos italianos, Garibaldi foi testemunha ocular da história que se passou naquela ponta do mapa brasileiro ao sul do Mapituba.

Nada ilustra melhor a bravura farroupilha que a carta de Garibaldi à Domingos José de Almeida, escrita em 10 de setembro de 1859 em Modena, Itália:

"Modena, 10 de setembro de 1859.

Meu prezado amigo sr. Almeida,

Quando eu penso no Rio Grande, nessa bela e cara província, quando no acolhimento com que fui recebido no grêmio de suas famílias, onde fui considerado filho: quando me lembro das minhas primeiras campanhas entre vossos valorosos concidadãos e os sublimes exemplos de amor pátrio e abnegação que deles recebi, eu fico verdadeiramente comovido. E esse passado de minha vida se imprime em minha memória como alguma cousa de sobrenatural, de mágico, de verdadeiramente romântico.
Eu vi corpos de tropas mais numerosos, batalhas mais disputadas; mas nunca vi, em nenhuma parte, homens mais valentes, nem cavaleiros mais brilhantes que os da bela cavalaria rio-grandense, em cujas fileiras aprendi a desprezar o perigo e combater dignamente pela causa sagrada das nações. Quantas vezes fui tentado a patentear ao mundo os feitos assombrosos que vi realizar por essa viril e destemida gente, que sustentou por mais de nove anos contra um poderoso império a mais encarniçada e gloriosa luta!
Não tenho escrito semelhante prodígio por falta de habilitações, porém a meus companheiros de armas por mais de uma vez tenho comemorado tanta bravura, nos combates, quanta generosidade na vitória, tanta hospitalidade, quanto afago aos estrangeiros, e a emoção que minha alma, então ainda jovem, sentia na presença e na majestade de vossas florestas, da formosura de vossas campinas, dos viris e cavalheirescos exercícios de vossa juventude corajosa; e, repassando pela memória as vicissitudes de minha vida entre vós, em seis anos de ativíssima guerra e da prática constante de ações magnânimas, como em delírio brando:
- Onde estão agora esses buliçosos filhos do Continente, tão magestosamente terríveis nos combates? Onde Bento Gonçalves, Neto, Canabarro, Teixeira e tantos valorosos que não lembro?
- Oh! Quantas vezes tenho desejado nestes campos italianos um só esquadrão de vossos centauros avezados a carregar uma massa de infantaria com o mesmo desembaraço como se fosse uma ponta de gado?
- Que o Rio Grande ateste com uma modesta lápide o sítio em que descansam seus ossos. E que vossas belíssimas patrícias cubram de flores esses santuários de vossas glórias, é o que ardentemente desejo.
- Eu muito me lembro, meu digno e caro amigo, da bondade generosa com que fui honrado por vós, no tempo em que tão dignamente ocupastes uma das pastas do ministério da república, e tenho verdadeira saudade, como gratidão dos benefícios recebidos de vós e de vossos companheiros e concidadãos na minha estada no Rio Grande. Por mim abraçai a todos esses amigos e mandai em toda a ocasião ao vosso verdadeiro amigo

"José Garibaldi"
(Giussepe Garibaldi)"

Texto retirado da página "Coisas que Gaúcho fala", do Facebook.

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