quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Dia Mundial do Gaúcho: Gritos de Liberdade

Quero celebrar com todos o nosso glorioso 20 de Setembro, o Dia Mundial do Gaúcho!

Quase dois céculos atrás, gente de fibra e raça insurgiu contra a tirania e o centralismo. Com recursos muito aquém daqueles do império, sustentou uma luta por uma década inteira, com vitórias e reveses. Não como uma "Guerra Perdida", mas vencida, porque se aqueles ideais permanecem até hoje, se o gaúcho pode se orgulhar das suas tradições, aquelas lutas transformam-se em pedra angular de nossa história, e porque foi a única oportunidade em que o Império Brazileiro foi obrigado à sentar-se à mesa de negociações.

Uma das marcas da nossas tradições é a Semana Farroupilha, comemorada quase que durante um mês inteiro. Onde os gaúchos confraternizam nos piquetes, com o chimarrão, o churrasco, e também o trago, oras... Ali aflora o que o estado têm de melhor. Neste 15 de Setembro, no Acampamento Farroupilha de Sapucaia do Sul, tive a oportunidade de conhecer um desses pequeninos casos, uma daquelas histórias que fazem arrepiar o pêlo de qualquer queixo duro.

Me acupinchava com um piquete na frente de onde eu estava, e em determinada oportunidade, vi um senhor cabeludo, cabelos negros, bombacha, alpargata, lenço e camisa, e a boina, ajoelhado conversando e brincando com um gurizinho, bem careca e com síndrome de down. E o sorriso denunciava a faceirice do guri.

Curte a carne que os caras assavam.

Na seqüência, prosseguindo com meus planos de comer um churrasco de graça, rsrs, fui falar com este senhor, que nem tão senhor é, estava mais para um moço feito. Bom, desde que eu chegara até quando finalmente saí o cidadão estava se encharcando. Aí conversamos algumas banalidades, e vi que o cupincha segurava o choro. Não demorou à me contar. Naquele da fazia exatamente um ano que perdera sua filha, de seis meses, também portadora de síndrome de down, para a meningite. Contou-me que o piazito chegou, e pediu emprestada a boina. A boina que segundo ele fôra presente do avô. Ao que respondeu a criança (e a razão de tamanha felicidade): "Não vou te emprestar, vou te DAR".

Emocionado fiquei EU, naquele momento e agora. São situações assim que fazem valer à pena manter as tradições e celebrar o 20 de Setembro.

Fiquem com a lindíssima música "Gritos de Liberdade", do Grupo Tradição.



Gritos de Liberdade
Grupo Rodeio


Minuano tironeando a venta dos tauras
Relincho de baguais faíscas ao vento
O brado terrunho do punho farrapo
Num bate cascos medonho ao relento

REFRÃO:
Peleando em favor da pampa a pilcha sovada em tiras
Marcando fronteira provou lealdade
Livrando os trastes da campa na ventania rusguenta
Pranchando adaga a gritos de liberdade
Vento, cavalo, peão (marca de cascos no chão),
Fronteira sem marcação (nosso ideal meu rincão)

Em noites em que o minuano assusta os cavalos
Escuto o tropel dos centauros posteiros
Almas charruas cavalgam coxilhas
Guardando as fronteiras do sul brasileiro

REFRÃO
Peleando em favor da pampa a pilcha sovada em tiras
Marcando fronteira provou lealdade
Livrando os trastes da campa na ventania rusguenta
Pranchando adaga a gritos de liberdade
Vento, cavalo, peão (marca de cascos no chão)
Fronteira sem marcação, (nosso ideal meu rincão)
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Um comentário:

  1. Mas que linda história, meus parabéns em compartilhar conosco esse momento é essa música é muito linda, pra mim a mais linda!!!!!

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