domingo, 3 de novembro de 2013

Requiem: o final dos finais.

Da série "Lendas Urbanas", uma das mais conhecidas reporta o último episódio do desenho "Caverna do Dragão".

Esse desenho, inspirado no RPG Dungeons and Dragons, era estrelado por seis adolescentes, Hank, Eric, Sheila, Diana, Presto e Bobby. Caindo de uma Montanha Russa, num parque de diversões, eles são lançados à um portal que os leva para o "Reino", um lugar misterioso, sombrio e mágico. Lá eles são recebidos pelo Mestre dos Magos, que os guiará de volta para o mundo real. Acompanhados por um unicórnio, Uni, eles enfrentam os perigos e inimigos como Vingador, uma espécie de demônio sem uma guampa, Tiamat, um dragão de cinco cabeças, e o Demônio das Sombras, uma espécie de anjo mau feito de sombras.

Veja o primeiro episódio.:



Como esse episódio nunca foi produzido, e portanto nunca foi ao ar, isso acaba reforçando o ar de mistério que envolve a série. A "final" mais aceita essa:

"Na última aventura deles, aquele dragão de 7 cabeças conta a verdade e depois eles a comprovam. O dragão conta que nunca mais eles voltarão para a Terra.

Nunca porque quando eles estavam descendo naquele carrinho da montanha russa, eles não entraram em outra dimensão. O carrinho caiu... e eles morreram. Eles não vão voltar porque eles estão mortos. E lá é o inferno!

Como nenhum deles era bonzinho na vida real, eles foram parar no inferno, depois que morreram na queda do carrinho e o demônio resolveu brincar com eles.

Cruel e sádico, o demônio às vezes aparecia de Vingador e às vezes de Mestre dos Magos! Os dois na verdade eram a mesma pessoa: o Demônio, sádico, jogando e brincando com os novos moradores de seu império!

O Dragão na verdade é um anjo que vai até o inferno com a missão de tentar fazer com que eles descubram a verdade e que, depois de tantas tentativas, acaba por revelá-la.

O demônio tinha um capeta que o auxiliava neste trabalho. Alguém que sempre os impedia de voltar (ou seja de descobrir que não havia como voltar): a pequena unicórnio Uniii. Ela na verdade, era um enviado do demônio que os acompanhava todo tempo para atrapalhá-los e brincar com seus sentimentos.

Nunca mais eles voltarão e viverão para SEMPRE naquele INFERNO. Essa é a verdade revelada oficialmente pelo Mestre desse jogo de Dungeons e Dragons." ¹

Gary Gyrax, produtor da série, nega: "Não há verdade alguma nisso. Nenhum episódio assim foi produzido. Tiamat não é um anjo e nem ajuda de maneira nenhuma". Mark Evanier, um dos 12 roteiristas, segue na mesma linha: "Isto é completamente falso! Apesar de vários finais possíveis terem sido discutidos, nenhum último episódio foi realmente produzido". Mark Reaves, roteirista de oito episódios, tidos como os mais obscuros e sombrios, diz que a "Caverna do Dragão foi um desenho muito sombrio para sua época - tanto quanto é Gárgulas hoje. Nós o levamos o mais longe possível para um programa infantil".

Embora as declarações acima, consta que Reaves escreveu mesmo um roteiro para o último episódio, mas que nunca foi produzido. O cartunista brasileiro Reinaldo Rocha tratou de desenhá-lo em quadrinhos, e o resultado final foi esse abaixo. Clique nas miniaturas para ampliar.



Fontes:
¹ http://www.rio.matrix.com.br/wagnerrj/caverna-do-dragao.htm
Fail Wars

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domingo, 13 de outubro de 2013

As eternas propagandas do Universitário

De tempos em tempos aparece na TV (ou até na Internet) um comercial que pela genialidade marca época. Acho que o último grande caso foram as propagandas do Head & Shoulders com o Tio Janjão, que encarou sem vergonha a tarefa.

Mas para nós que vivemos os anos 90 uma série em particular marcou época. Ao misturar questões de múltipla escolha com situações improváveis ou inusitadas da vida o Universitário criou comerciais muito engraçados.

Ainda na época pré-Orkut eu tinha todos salvos num PC antigo do qual perdi todos os arquivos. Graças à Internet, tudo se acha no mundo virtual. Quem me lembrou, postando, foi o amigo Rodrigo Dias. Confira o blog dele clicando aqui. Enfim, seguem abaixo os esquetes.

1 - O Gato:



2 - A namorada do amigo:



3 - Pego no flagra:



4 - Notícia inesperada:



5 - Ato Falho:



6 - Relax no carro do pai:



7 - Muito cedo, porra:



E aí, qual seria a grade de resposta de vocês?!

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domingo, 6 de outubro de 2013

Sobre a Rede e a Democracia.

Tenho mantido discrição quanto aos assuntos da esfera política e o motivo é que já escasseava o estoque de sal de frutas e plasil para fazer frente à tal assunto.

No entanto um assunto vai merecer uma atenção. O partido Rede Sustentabilidade, formado por Marina Silva, teve seu registro negado pelo TSE. Dentre outros motivos burocráticos, não conseguiu, qualitativa e quantitativamente, as assinaturas de apoio necessárias para que o partido pudesse enfim existir de fato e de direito. Uma miríade de quase quinhentas mil assinaturas distribuídas em um terço dos estados.

Notei, e esse foi a maior motivação deste artigo, que pipocaram, nas redes sociais como também nos noticiários, comentários em geral positivos sobre a correta decisão do TSE. Sim, correta porque a lei deve valer para todos. Porém a maioria destes comentários e em especial aqueles emitidos por apoiadores do PT e da sua rede - a outra, a rede virtual de batedores pagos para difamação e babação de ovo - representavam e demonstravam profundo caráter anti-democrático. Selecionei dentre eles um do deputado Alfredo Sirkis, do PSB:

"Quanto à Rede, precisa ser vista de forma lúcida. Sua extrema diversidade ideológica faz dela um difícil partido para um dia governar o país. Funcionaria melhor como rede propriamente dita - o Brasil precisa de uma rede para a sustentabilidade, de fato - mas, nesse particular, querer ser partido atrapalha".

E quem é o sr. Sirkis para achar ou deixar de achar que partido A, B ou C deve ou não existir?! O sr. Sirkis e tantos outros que fizeram chacota e caçoaram do indeferimento de registro da Rede. Não consta que tenham lamentado a criação de outros partidos.

Após o ingresso de Marina Silva no PSB do sr. Sirkis, houve o entendimento unânime da base governista que esse movimento prejudica a candidatura de Aécio Neves, do PSDB, e isso motivou a mudança de discurso sobre Marina Silva.

O problema da democracia brasileira não é a existência de muitos partidos, mas sim que estes mesmos partidos só tem um único propósito: tungar o polpudo Fundo Partidário que em 2013 irá distribuir quase R$ 300 milhões. Este fundo garante a sobrevivência financeira dos partidos com registro definitivo no TSE. Afora os grandes partidos, acaba valendo à pena a criação de um novo partido que terá garantido um naco do Fundo Partidário e ainda um ativo eleitoral valioso em termos de tempo de TV para as campanhas eleitorais e negociação do apoio das bancadas ao governo do momento.

Ainda com a frágil fidelidade partidária estes partidos novos podem assediar sem maiores constrangimentos parlamentares de outros partidos, e isso é mais um motivador da criação de novos partidos. Ocorreu com o Solidariedade e com o PROS, e antes ainda com o PRB e com o PSD. Partidos que já nasceram relevantes em termos de bancadas às custas da sangria alheia. Ainda, uma olhada mais detida sobre os discursos eleitorais e programáticos dos quatro partidos vai encontrar um ponto comum: o "centrismo" que é a fina flor da cretinice política. Um discurso vazio o suficiente para torná-lo maleável e flexível conforme a conveniência política e profundo como um pires convexo.

Tudo isto posto, ficou faltando a imprensa e os políticos abordarem o que de mais fundamental e essencial existe sobre a situação: a necessidade premente que existe de que a criação de partidos seja a mais livre possível. Nossa democracia nunca poderá ser plena se não pudermos permitir que a prática da livre associação chegue definitivamente à disputa nas urnas.

A realidade bate à porta mostrando que dentre tantos partidos políticos que tentam o registro aqueles que conseguiram formaram mais federações e feudos partidários em benefício dos caciques do que verdadeiras expressões políticas da sociedade. Esquecidas questões morais, os resultados práticos da atual legislação devem ser pesados. Algumas questões mais espinhosas podem sim ser deixadas para um futuro, quando nossa democracia disfuncional esteja madura o suficiente: candidaturas independentes, partidos regionais, etc...

Nesse sentido é preciso reformar completamente nossas legislação eleitoral. À começar pelo périplo que representa a criação e registro de um novo partido. E em seqüência senão o fim do Fundo Partidário ao menos uma reforma que o adeque à livre criação de partidos políticos.

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domingo, 22 de setembro de 2013

Grêmio, por eternos 100 anos, Campeão Farroupilha

Toda boa história ou estória tem um pouco de lenda, algum herói, uma façanha... Com esta não é diferente.

Nos idos dos anos 30 haviam dois torneios de importância no futebol gaúcho: o Campeonato Gaúcho e o Citadino de Porto Alegre, conhecido como Metropolitano. Em 1935, preparava-se o Rio Grande do Sul para comemorar o centenário da Revolução Farroupilha, e em homenagem, ambos os torneios ostentaram o título de Campeonato Farroupilha.

Para ambos, o franco favorito era o Internacional, incumbente dos dois títulos. Ainda mais que o Grêmio havia perdido seu maior craque, Luiz Carvalho, para o Vasco da Gama, do Rio de Janeiro. Ainda, o Grêmio perdia o bastião de sua defesa, o goleiro Lara, recomendado de jogar pelos médicos que diagnosticaram problemas cardíacos. Isso após um choque num jogo contra o Santos.

Lara não quis nem saber, e jogou o primeiro Gre-Nal do torneio, à 28 de Julho. Consta que tenha sido um dos destaques, mas o grande nome do jogo foi Castilho, ponteiro-esquerdo que empatou a partida no que ficou chamado de Gol do Avião. Reza a lenda que, quando o jogo estava 1x0 para o Inter, e Castilho dominava a bola na frente da Grande Área adversária, um avião deu as caras fazendo manobras e piruetas sobre o campo dos Eucaliptos. O goleiro Penha e os zagueiros Natal e Risada teriam se distraído assistindo ao movimentos do avião e permitido o gol do Grêmio. Outra lenda ainda diz que, após a partida, Castilho teria sido raptado e mantido em cativeiro no Belém Novo. Fato ou Lenda, Castilho reapareceu somente em 1936, jogando pelo Internacional.

O Internacional, além de todo o favoritismo, ficou um ponto à frente do Grêmio antes do derradeiro jogo, um Gre-Nal, chamado de "Farroupilha", que seria disputado em 22 de Setembro. Isso porque o Grêmio perdeu para o Força e Luz por 2x0. Isso daria ao Inter a vantagem do empate para sagrar-se campeão.

Ainda, a doença de Lara se agravara e este fora terminantemente proibido de jogar. A confiança era tanta que um torcedor colorado caçou 11 cachorros pelas ruas de Porto Alegre, pintou-os de vermelho, e guardou-os em sua camionete, momentos antes do jogo na Baixada, para lançá-los à campo após a vitória como um chiste, uma provocação.

Lara comunicou, antes do jogo, que iria à campo. Consta que a maior parte da torcida era vermelha, mas quando Lara entrou em campo, junto com os colegas, a torcida tricolor foi ao delírio. O ídolo não decepcionou. Com o Inter dominando as ações durante todo o primeiro tempo, Lara fez boas defesas e juntamente com Dario e Luiz Luz trabalhou bastante para manter a meta gremista invicta.

Os times foram para o intervalo em 0x0, e a comemoração era, até ali, colorada, que explodiu a saber que Lara não voltaria para o segundo tempo, em virtude do agravamento das dores no peito, e seria substituído por Chico. Segundo a lenda urbana, Lara teria morrido dentro de campo, ao defender um pênalti cobrado pelo próprio irmão. Não houve pênalti, seu irmão não jogava no Internacional e Lara morreria cerca de um mês e meio depois, em 6 de Novembro.

Novamente, inflamado pela ausência do grande ídolo gremista dos últimos anos, o Inter dominava as ações e dava muito trabalho à defesa do Grêmio. Mas o empate não interessava ao Grêmio e os atacantes não achavam caminhos ou brechas até o gol colorado. Esse cenário permanecia até os 37 minutos do 2º Tempo. À época o jogo tinha dois tempos de 40 minutos. Nesse momento o tal torcedor colorado, já comemorando, foi pegar os cachorros que levara ao campo.

O Grêmio tinha falta na intermediária. O meia Mascarenhas estava posicionado para cobrar. Consta que Osvaldo Rolla, o também lendário Foguinho, teria dito ao colega: "Levanta a bola no meio da área que o Risada vai tirar e eu vou pegar o rebote". Dito e feito: Mascarenhas alçou, Risada afastou e Foguinho, de sem-pulo, abriria o placar. Gol do Grêmio.

Osvaldo Rolla, o Foguinho.

Festa da torcida gremista, e os jogadores colorados pareciam atordoados. Levavam a bola para o círculo central, para fazer o gol que lhes valeria o título. Logo na saída de bola, o insistente Foguinho roubou a posse de bola e lançou-se ao ataque. Com objetividade, correu rumo ao gol, e na saída do goleiro Penha, escorou para o colega Laci fechar o placar. 2x0 e o título. Lara, reunindo suas forças, conseguiu comemorar junto dos colegas e da torcida.

Lacy.

Uma das histórias conta que o colorado dos cachorros soltara os mesmos, que o atacaram após dois foguetórios gremistas, levando o mesmo à ser internado no hospital por conta dos ferimentos.

A Baixada foi pequena para tanta festa. O técnico e capitão Sardinha I, emocionado, sugeriu que o título fosse comemorado, por cem anos, com um jantar do clube no dia 22 de Setembro de cada ano. Nomeado Jantar Farroupilha, desde então o Grêmio cumpre rigorosamente o desejo daqueles grandes guerreiros.

Time campeão: Lara (Chico); Dário e Luiz Luz; Jorge, Mascaranhas e Sardinha II; Laci,Artigas, Russinho, Foguinho e Divino.

Quando da morte de Lara, a comoção tomou conta não só de gremistas como também dos colorados e dos torcedores de outros grandes clubes de Porto Alegre. A cidade parou para ver seu enterro. Sem sua presença, o Grêmio perdeu as finais do Campeonato Gaúcho de 1935, contra o Grêmio Atlético do 9º Regimento de Infantaria, de Pelotas. Após vitória por 3x1 e derrota por 3x0, o Grêmio perdeu jogo extra por 2x1.

Eurico Lara.

Em 1941, Getúlio Vargas decretou que unidades militares não poderiam ceder seus nomes à entidades esportivas. Por conta disso, o Grêmio Atlético do 9º Regimento de Infantaria ganhava, em homenagem ao seu único título gaúcho, o nome de Grêmio Atlético Farroupilha.

Grêmio Atlético Farroupilha, antigo 9º Regimento de Infantaria.
Fontes: Grêmio Hoje e Grêmio 1903.

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Homens que devemos conhecer: Hiroshi Yamauchi

Quem quer que leia este artigo não poderá passar incólume às lembranças de personagens como os Mário e seu irmão Luigi, Donkey Kong, Link e a princesa Zelda, Mega Man, e tantos outros.

O homenageado de hoje faleceu no último dia 19. Tendo comandado durante 53 anos a empresa criada por seu avô, transformou uma então pequena empresa fabricante de cartas de jogo em uma poderosa corporação dos jogos eletrônicos.

Desde 1949 quando assumiu a companhia até os anos 60 estava à procura de novos negócios para investir. Chegara à conclusão que o mercado para suas cartas era limitado. Criou então negócios de táxis, hotéis, alimentos pré-prontos, etc... Em 1966, após as Olimpíadas de Tokyo, a venda de baralhos teve uma súbita queda afetando o valor de mercado da Nintendo. Assim, ele se aventurou no ramo de brinquedos, como a Ultra Hand - desenvolvida no tempo livre do engenheiro Gunpei Yokoi -, entre outras, com sucesso moderado, mas sem conseguir crescer com velocidade necessária.



Em 1974 ele fechou sua primeira parceria no ramo de consoles, para a fabricação e distribuição do Magnavox Odissey no Japão. Em 77 lança seu primeiro console próprio, o Color TV Game, que teve seis versões diferentes. No mesmo ano contratou o desenvolvedor Shigeru Miyamoto, que formaria junto com o próprio Yammauchi e o engenheiro Yokoi a tríade que mudaria a história da indústria de jogos.




Ainda em 77 a Atari lançava seu 2600, entre os mais bem sucedidos consoles da história. Mas sua versão japonesa só estrearia em 1983, mesmo ano em que a Nintendo lançava seu Famicom, abreviação de Family Computer, na época já muito mais avançado do que o concorrente americano. No ano anterior a Atari lançava o sucessor do 2600 nos EUA, tratava-se do Atari 5200, que ainda não era um console de terceira geração. Estava decretada a derrocada da Atari no mundo dos consoles.


Famicom



O Famicom parecia estranhíssimo do ponto de vista do desing e das cores utilizadas. Mas dois anos depois ele seria lançado nos EUA, com um padrão de cores e desing diferente, e outro nome: Nintendo Entertainment System. Ou NES. Ou Nintendinho para os brasileiros.


O Nintendo Entertainment System

O Nintendo era lançado com o jogo Super Mario Bros., e contou ainda com grandes nomes dos jogos e que o tornaram um sucesso: a franquia Donkey Kong, Final Fantasy, Metal Gear, entre outros. O NES/Famicom vendeu mais de 61 milhões de unidades ao redor do mundo, excluindo-se daí as mais de 300 versões clone que surgiram por toda a parte.

Já um pouco cansado, e sentindo a concorrência lhe apertar, a Nintendo deu outra grande tacada: lançou um novo console, o Super Nintendo Entertainment System, ou Super NES. Mais conhecido entre nós brazucas como "Super Nintendo". Um console de quarta geração 16 bits que novamente tinha em seus jogos a maior força para bater a concorrência. Continuava a saga dos irmãos Mário, de Donkey Kong, do guerreiro Link, e com a adição de fortalezas como Top Gear, Street Fighter, F-Zero, Sunset Riders, entre outros. Com 49 milhões de unidades vendidas, o Super Nintendo lograva êxito em seu intento de manter a hegemonia dos consoles, dominando o mercado por mais de 20 anos, até o surgimento do PlayStation em 1994.


O Super Nintendo Entertainment System

Yamauchi ainda dirigiu a empresa nos lançamentos do Nntendo 64 e do Nintendo GameCube, que consolidaram a empresa na segunda posição da indústria de consoles. Porém seu grande trunfo ainda é o legado do Nintendo/Super Nintendo, transformando uma pequena indústria de baralhos em uma fabricante de sonhos. No dia 20 a página da Nintendo apareceu de luto.




Obs.: Por conta disso, este post será inscrito também na seção "Games do Passado". Confira outros posts dessa seção clicando aqui.

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sábado, 21 de setembro de 2013

Os Cowboys do Oceano!

Não é segredo que Bruce Springsteen tem uma carreira tão profícua quanto longeva. Representante do Heartland Rock e reconhecido por seu patriotismo que sempre deixa à mostra.

Começou sua trajetória no início dos anos 70, com o álbum Greetings from Asbury Park, N.J. e é desse disco que sacamos a música de hoje. Trata-se de um outtake.

Com um som que o acompanhou durante toda a sua carreira, mas com uma pitada de tristeza e amargura que parecem emprestadas de Neil Young.

Um bom som, desconhecido e revelado à mim pelo site da Rolling Stones, junto de outras 14 músicas do Springsteen selecionadas pela revista entre as mais desconhecidas do artista. Clique aqui para ver.



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quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Onde estão Bento, Neto, Canabarro, Teixeira?

À cada 20 de Setembro brotarão por toda a parte os mais belos discursos e as mais belas homenagens aos farrapos que há mais de um século se bateram contra o Império Brazileiro. Brotarão porque foram semeadas. Por um sem-número de bravos.

Entre os que semearam as ideias de liberdade, igualdade e humanidade, um deles recebeu o justo título de "Herói de Dois Mundos". Combatendo desde a Pampa Gaúcha até as Planícies Mediterrâneas, passando pelos Apeninos italianos, Garibaldi foi testemunha ocular da história que se passou naquela ponta do mapa brasileiro ao sul do Mapituba.

Nada ilustra melhor a bravura farroupilha que a carta de Garibaldi à Domingos José de Almeida, escrita em 10 de setembro de 1859 em Modena, Itália:

"Modena, 10 de setembro de 1859.

Meu prezado amigo sr. Almeida,

Quando eu penso no Rio Grande, nessa bela e cara província, quando no acolhimento com que fui recebido no grêmio de suas famílias, onde fui considerado filho: quando me lembro das minhas primeiras campanhas entre vossos valorosos concidadãos e os sublimes exemplos de amor pátrio e abnegação que deles recebi, eu fico verdadeiramente comovido. E esse passado de minha vida se imprime em minha memória como alguma cousa de sobrenatural, de mágico, de verdadeiramente romântico.
Eu vi corpos de tropas mais numerosos, batalhas mais disputadas; mas nunca vi, em nenhuma parte, homens mais valentes, nem cavaleiros mais brilhantes que os da bela cavalaria rio-grandense, em cujas fileiras aprendi a desprezar o perigo e combater dignamente pela causa sagrada das nações. Quantas vezes fui tentado a patentear ao mundo os feitos assombrosos que vi realizar por essa viril e destemida gente, que sustentou por mais de nove anos contra um poderoso império a mais encarniçada e gloriosa luta!
Não tenho escrito semelhante prodígio por falta de habilitações, porém a meus companheiros de armas por mais de uma vez tenho comemorado tanta bravura, nos combates, quanta generosidade na vitória, tanta hospitalidade, quanto afago aos estrangeiros, e a emoção que minha alma, então ainda jovem, sentia na presença e na majestade de vossas florestas, da formosura de vossas campinas, dos viris e cavalheirescos exercícios de vossa juventude corajosa; e, repassando pela memória as vicissitudes de minha vida entre vós, em seis anos de ativíssima guerra e da prática constante de ações magnânimas, como em delírio brando:
- Onde estão agora esses buliçosos filhos do Continente, tão magestosamente terríveis nos combates? Onde Bento Gonçalves, Neto, Canabarro, Teixeira e tantos valorosos que não lembro?
- Oh! Quantas vezes tenho desejado nestes campos italianos um só esquadrão de vossos centauros avezados a carregar uma massa de infantaria com o mesmo desembaraço como se fosse uma ponta de gado?
- Que o Rio Grande ateste com uma modesta lápide o sítio em que descansam seus ossos. E que vossas belíssimas patrícias cubram de flores esses santuários de vossas glórias, é o que ardentemente desejo.
- Eu muito me lembro, meu digno e caro amigo, da bondade generosa com que fui honrado por vós, no tempo em que tão dignamente ocupastes uma das pastas do ministério da república, e tenho verdadeira saudade, como gratidão dos benefícios recebidos de vós e de vossos companheiros e concidadãos na minha estada no Rio Grande. Por mim abraçai a todos esses amigos e mandai em toda a ocasião ao vosso verdadeiro amigo

"José Garibaldi"
(Giussepe Garibaldi)"

Texto retirado da página "Coisas que Gaúcho fala", do Facebook.

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