terça-feira, 13 de dezembro de 2011

A Revolta dos Dândis: um passageiro existencialista

Percebi que só andava postando músicas em inglês, e acabei me deparando com esta daqui...

Trata-se de uma das melhores obras de uma das melhores bandas (não, não fiquei louco) do Mundo. Engenheiros do Hawaii têm uma longa trajetória de grandes sucessos, e músicas recheadas de significados, referências histórias e literárias, e até filosóficas.

Em "A Revolta dos Dândis", do disco homônimo de 1987, não foi diferente. A música faz referência ao livro de Alberto Camus, "O Passageiro", escritóri e filósofo existencialista franco-argelino. A letra sempre deixa transparecer a indecisão, sempre a idéia de estar entre dois pontos. "Entre um rosto e um retrato, o real e o abstrato, entre a loucura e a lucidez, entre o uniforme e a nudez". Também o existencialismo em "Eu me sinto um estrangeiro, passageiro de algum trem, que não passa por aqui, que não passa de ilusão".

Consolidou a carreira da banda em nível nacional, com um álbum tão bom quanto o primeiro (no qual constavam sucessos como "Toda forma de poder" e "Longe demais das capitais"), com a formação original, tendo na line-up Humberto Gessinger, Carlos Maltz e Augusto Licks. Abaixo a versão acústica do álbum Acústico MTV.


A Revolta Dos Dândis I
Engenheiros do Hawaii

Entre um rosto e um retrato, o real e o abstrato
Entre a loucura e a lucidez,
Entre o uniforme e a nudez
Entre o fim do mundo e o fim do mês
Entre a verdade e o rock inglês
Entre os outros e vocês

Eu me sinto um estrangeiro
Passageiro de algum trem
Que não passa por aqui
Que não passa de ilusão

Entre gritos e gemidos, entre mortos e feridos
(a mentira e a verdade, a solidão e a cidade)
Entre um copo e outro da mesma bebida
Entre tantos corpos com a mesma ferida

Eu me sinto um estrangeiro
Passageiro de algum trem
Que não passa por aqui
Que não passa de ilusão

Entre americanos e soviéticos, gregos e troianos
Entra ano e sai ano, sempre os mesmos planos
Entre a minha boca e a tua, há tanto tempo, há tantos planos
Mas eu nunca sei pra onde vamos

Eu me sinto um estrangeiro
Passageiro de algum trem
Que não passa por aqui
Que não passa de ilusão

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