domingo, 26 de fevereiro de 2012

Novo Hamburgo na Final da Taça Piratini

Há um tempo eu não ia ao Estádio do Vale, prestigiar o Novo Hamburgo. Hoje surgiu a oportunidade, com a Semi-Final da Taça Piratini.

Esperei em casa, para assistir a outra Semi-Final, também com um caxiense, a SER Caxias, contra o Grêmio.

Já no Estádio do Vale, a fila para comprar o ingresso era grande, e ali viam-se entre muitas camisetas do Nóia, alguns fardados de Inter e de Grêmio. E ao lado, alguns torcedores do Juventude, já em elevado estádo alcoólico, hehe, açoitavam verbalmente estes torcedores, com gritos Anti-Grenal, e algumas vezes parabenizavam os torcedores fardados de Novo Hamburgo. Também gritavam "Eliminados, Eliminados", e eu rindo comentei com o cidadão ao lado: "Vamos gritar 'Eliminados, Eliminados' pra vocês depois do jogo".

Na entrada, ainda encontrei alguns colegas de Banrisul, com quem assisti parte da partida. Chamava a atenção que o estádio estava praticamente lotado. Na torcida adversária, logo alguns torcedores invadiram o teto da copa local, e alguns já foram mais cedo pro camburão, hehe...

Rola a bola, e o Novo Hamburgo é mais agressivo, mas logo quem marca é o Juventude, com um passe entre as pernas do zagueiro, que encontra Athos, para abrir o placar. O Novo Hamburgo permanece melhor na partida, e em bola aberta na direita, cruzada da intermediária, Mendes se antecipou ao goleiro e deixou tudo igual. Dai para adiante, o Novo Hamburgo se manteve instável, permanecendo na defensiva, sem conseguir tomar as ações no jogo. Isso mudaria aos 33 minutos, quando em cobrança de escanteio, uma casquinha de jogador do Nóia para trás, o zagueiro Rafael Pereira fez contra, dentro da pequena área.

Daí em diante, até o final do 1º Tempo, o Novo Hamburgo teve o total domínio da partida, levando perigo do terceiro gol, sem sofrer qualquer assalto do Juventude. Não houvesse o Intervalo quebrado o ritmo do jogo, esfriando o Novo Hamburgo, não haveria, possivelmente, chance alguma para o time esmeraldino.

No intervalo, ainda subi para as cabines de imprensa, para visitar o amigo e repórter da TV NH (http://www.tvnh.com.br/) Pablo Rodrigues. Aproveitei e sentei por lá, com uma visão pra lá de privilegiada.

Fonte: Zero Hora.


Na volta para o 2º Tempo, o jogo ficou mais franco. O Juventude tomava a iniciativa, mas a defesa anilada estava, em geral, bem postada e repelia com sucesso os lances ofensivos. E nos contra-ataques, o Novo Hamburgo cansou de empilhar e desperdiçar contra-ataques, talvez uns vinte. O camisa 10 errou, frouxo, uns 10 cruzamentos... Vale lembrar que mesmo a solidez defensiva não vou absoluta. Em três lances, ocorreram bate-rebates na Grande Área, perigosíssimos, salvos no último instante, pelo Martini ou pelo Chicão. Nessa etapa, o árbitro falhou em muitos pequenos lances, revertendo faltas, laterais, e até em um lance capital, marcando impedimento inexistente para Juba, que poderia consolidar a vitória ampliando para 3x1. Em mais um lance na área, por duas vezes os zagueiros anilados tentaram dar balão, com a bola rebatendo para dentro da área. Na segunda oportunidade, ela se ofereceu para Athos, que tocou inapelavelmente para as redes. Na altura dos 30 minutos da segunda etapa, parecia que mais uma decisão ficaria para as cobranças penais.

O Novo Hamburgo, que desperdiçara contra-ataques, ora por preciosismo, ora por erro no último passe, acabou desempatando já nos acréscimos. Num balão do goleiro Martini, aos 46 minutos, Juba ajeitou de cabeça para Paulo Macaíba, que recebeu entre dois zagueiros e encobriu o goleiro Jônatas, decretando a vitória. Para completar o nervosismo, mais um lance na pequena área do Nóia, em cobrança de falta, quase a bola sobra para o atacante esmeraldino. A zaga salvou em ato contínuo, apita o árbitro, encerrando a partida e encaminhando o Anilado para a final do Turno, que também será no Estádio do Vale, na Quarta-Feira, dia 29 de Fevereiro.


Na saída, tensão. Torcedores juventudinos aguardavam o embarque para os ônibus, justamente no caminho entre eu e meu carro. Tentei contornar, mas parte do trajeto necessáriamente teria de passar na frente de alguns torcedores visitantes. Assim que cheguei na rua onde tinha estacionado, presenciei alguma confusão. Do que entendi, um gurizão mexeu com umas gurias que passavam, e houve discussão com um guri que andava com as meninas. Ainda tomeu água na cara por conta disso, e provavelmente um dos líderes da torcida, mais velho, começou à xingar o guri que havia mexido com as transeuntes, e desferiu-lhe um soco no queixo. Outros torcedores, bem jovens, talvez nem 18 anos completos tivessem, me orientaram à aguardar um pouco. Ainda comentaram, com rara consciência (que supõe-se deveria vir dos mais velhos, como o líder da torcida que agrediu o colega), "nossa torcida é uma merda". Achei curioso, porque estes três garotos que ali estavam, foram extremamente cordiais comigo, e alinhavaram: "só te peço uma coisa, vamos ganhar do Caxias na Quarta, hein?!". Quando me deram o sinal verde, segui em frente novamente, e mais adiante, já estava preparado para correr com tudo e esquecer o carro ali. Uns alvi-verdes gritaram primeiro "time de merda" para mim, e outro sentenciou: "é muita coragem passar aqui na frente agora". Mais adiante, com tranquilidade, embarquei e voltei para casa.

Feliz, porque o Novo Hamburgo montou um bom time de futebol, contratou um técnico à altura da equipe, Itamar Schule, e parece que finalmente têm o apoio da sua comunidade, fato que não se via à muito tempo. Pude ver na torcida muitos conhecidos, e a arquibancada do Novo Hamburgo estava quase lotada. Além disso, várias empresas locais apoiando financeiramente o clube. É chegada a hora do Novo Hamburgo recobrar o Penta-Vice-Campeonato dos anos 40 e 50, ainda como Floriano, e quem sabe levanter, finalmente, seu Título do Campeonato Gaúcho? A cidade e o clube merecem.

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