Vencer um jogo cujo objetivo é chegar em lugar nenhum é realmente um desafio homérico, e digno das pobres linhas desta seção do Blog do Finken: quem aqui, amigo, nunca perdeu horas do dia jogando River Raid?
Neste jogo sem fim, você pilotava um avião, chamado de StratoWing, que tinha que abastecer em "postos de gasolina" avulsos,destruindo navios e helicópteros que queriam te derrubar mas não atiravam em ti, por "desfiladeiros" cada vez mais estreitos, e alvejado por "pombos" que voavam de um lado à outro da tela. Pelo visto, nosso bravo piloto de caça voava rasante, podendo ser albarroado pelo navio.
A esperança de nossos inimigos era profundamente assentada em nossa boca-abertisse: só éramos derrubados se acertássemos nos helicópterios, navios ou bordas do que eu chamo e imagino ser um "desfiladeiro", ou não conseguíssemos destruir as pontes que, volta e meia, surgiam de um lado à outro, indicando o fim de uma fase e o início de outra.
Como não tinha um "fim", River Raid apenas somava indefinidamente pontos e mais pontos, para ver quem fazia mais e mais...
A jogabilidade era o "ponto alto" do game. Use o botão vermelho para atirar seus infinitos mísseis, mova o manche para a direita ou esquerda para manobrar, e para trás para reduzir a velocidade (o que torna o abastecimento mais eficiente), e para a frente para acelerar. No seu gênero "Shooter" ele foi o pioneiro do que se chamou posteriormente "Scrolling Shooter", ou seja, quando atirador ou alvo se movem. Antes disso, os jogos do gênero eram bem menos dinâmicos. Neste, o avião cruza a tela verticalmente.
Ao contrário dos jogos da época, o desenho deste era bem menos "pixelado", e com cores sólidas tornava o jogo um dos mais "bonitos" da época. Distingüem-se com perfeição os Helicópteros, os Navios, as Pistas de Reabastecimento com um grande "FUEL" escrito, as Pontes e as "casas" que ficam ao longo do curso do rio, além do próprio rio, com um lindo tom de azul.
O jogo não possui música ou trilha sonora, apenas os sons das ações que ali ocorrem, percebendo-se o som do motor do avião (que aumenta quando se acelera ou diminui quando se desacelera o caça), dos tiros e explosões, dos reabastecimentos (com um som que nítidamente se altera conforme o tanque fica mais completo), e um alarme de alerta para quando o tanque esteja ficando vazio.
Para jogar este jogo, é preciso treino e habilidade para escolher o caminho certo, desviar de inimigos, gerenciar o combustível, mantendo sempre num nível elevado, e atirar em tudo quanto for possível para somar os pontos necessários para ganhar novas vidas e claro, fazer mais pontos do que o seu amigo chato que acha que é melhor em todos os jogos, rsrs...
A cada 10.000 pontos, ganha-se uma vida. Os pontos eram conseguidos da seguinte forma, em ordem crescente:
Navio: 30 pontos;
Helicóptero: 60 pontos;
Posto de Combustível: 80 pontos
Ponte: 500 pontos;
Caça de guerra: 100 pontos.
Helicóptero: 60 pontos;
Posto de Combustível: 80 pontos
Ponte: 500 pontos;
Caça de guerra: 100 pontos.
Curiosidades:
- Houve uma continuação do jogo, River Raid II, porém nunca obteve o sucesso do primeiro jogo;
- No início foi cogitado a idéia de controlar um barco ao invés de um avião;
- Foi o primeiro jogo a ser proibido na Alemanha, em 1984, pois eles alegavam que poderia desenvolver violência nas crianças, ficando proibido até 2002;
- Carol Shaw gostaria que o jogo acontecesse no espaço, o que foi rejeitado pela Activision, que achava que este tipo de idéia já estava bastante saturada devido a diversos jogos com essa idéia.
A graça deste jogo estava, rigorosamente, em continuar jogando. É o legítimo representante do "Video-Game Força", com seus gráficos quadrados e coperos. Quem nunca jogou jamais saberá a tensão e o desafio de escolher um dos lados em uma bifurcação, quando se está com pouco combustível.
Ficha Técnica:
Desenvolvedor: Activision
Distribuidor: Activision
Designer: Carol Shaw
Plataforma: Atari 2600
Lançamento: 1982
Gênero: Scrolling shooter
Modo: Single player
Mídia: Cartucho
E aí embaixo está o verdadeiro final, quando zera o placar, pois o jogo não conseguia contabilizar mais de 999.999 pontos. A lenda dizia que o fim do jogo era o Avião pousando num Aeroporto, ou ainda, encontrando um Paredão que não poderia ser destruído, chocando-se contra ele e explodindo.
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