Reza a lenda, que os soldados espanhóis ao chegarem à foz do Rio
Paraguay, em 1536, ficaram muito impressionados com a fertilidade da
terra às margens do rio, fundando assim a primeira cidade da América
Latina: Assunción de Paraguay. Devido às saudades de seus familiares, os
desbravadores eram famosos pelos seus porres. A fim de curar
suas bebedeiras, os soldados espanhóis começaram a tomar a erva-mate por
notar que ela aliviava a ressaca. Foi assim, que a erva-mate chegou ao
Rio Grande do Sul, transportada na garupa dos guerreiros daquela época.
Desde então, o chimarrão se tornou um dos principais símbolos do Rio
Grande do Sul, a ponto de merecer um dia dedicado a ele, comemorado em
24 de abril.
Em favor da data em que foi fundado o mais célebre de todos os CTG's, o 35 CTG, em Porto Alegre, que nascia neste dia em 1948.
Sendo assim, como uma das "pedras angulares" da cultura gaúcha, exerce forte influência sobre nosso estado.
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O chimarrão pode servir como "bebida comunitária", apesar de alguns
aficionados o tomarem durante todo o dia, mesmo a sós. Embora seja
cotidiano o seu consumo doméstico, principalmente quando a família
se reúne, é quase obrigatório quando chegam visitas ou hóspedes. O
chimarrão é símbolo da hospitalidade sulista: quem chega como visita em
uma casa dessa região, é recebido logo com uma cuia de chimarrão. Então
assume-se um ar mais cerimonial, embora sem os rigores de cerimônias
como a do chá japonês.
A água não pode estar em estado fervente, pois isso queima a erva e
modifica seu gosto. Deve apenas esquentar o suficiente para "chiar" na
chaleira. Enquanto a água esquenta, o dono (ou dona) da casa prepara o
chimarrão.
Há quem diga que isso acaba estabelecendo a hierarquia social
dos presentes, mas é unânime o entendimento de que tomar chimarrão é um
ato amistoso e agregador entre os que o fazem, comparado muitas vezes
com o costume do cachimbo da paz. Enquanto você passa o chimarrão para o
próximo bebê-lo, ele vai ficando melhor. Isso é interpretado
poeticamente como você desejar algo de bom para a pessoa ao lado e,
consequentemente, às outras que também irão beber o chimarrão.
Nesse cenário, o preparador é quem é visto mais altruisticamente. Além de prepará-lo para outras pessoas poderem apreciá-lo, é o primeiro a beber, em sinal de educação,
já que o primeiro chimarrão é o mais amargo. Também é de praxe o
preparador encher novamente a cuia com água morna (sobre a mesma
erva-mate) antes de passar cuia, para as mãos de outra pessoa (ou da
pessoa mais proeminente presente), que, depois de sugar toda a água,
deve também renovar a água antes de passar a cuia ao próximo presente.
Não se esqueça de tomar o chimarrão totalmente, fazendo a cuia "roncar".
Se considera uma situação desagradável quando o chimarrão é passado
adiante sem fazer roncá-lo.
Curiosidades
- A banda gaúcha Engenheiros do Hawaii compôs uma canção chamada "Ilex Paraguariensis", em homenagem ao chimarrão.
- A microcervejaria Dado Bier lançou uma cerveja de mate, a "Ilex".
- Em 2003, a história do chimarrão virou enredo da escola de samba Aliança, de Joaçaba, em Santa Catarina, no Brasil. Na ocasião, a escola conquistou o seu terceiro título.
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