quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Homens que devemos conhecer: Leonid Rogozov

Imagine-se, você, tendo de realizar uma cirurgia para remoção do apêndice num paciente qualquer. Exige de qualquer um confiança, temor, conhecimento, cautela, sangue frio. Pode ser feito. Agora, imagine que você tenha feito medicina, porém não completado a residência, por ter de partir numa longa viagem. Complica, mas ainda pode ser feito.

E agora tu te pergunta: porque raios esse cara está dizendo todas essas coisas? Por que um dos homens que devemos conhecer fez mais que isso. Tendo abortado sua residência, para uma longa viagem como o único cirurgião de uma expedição soviética ao Continente Antártico, teve de removerseu próprio apêndice, numa cirurgia que ele conduziu com apenas anestesia local, e com apoio de um meteorologista e de um engenheiro.

Sua expedição partiu da União Soviética para a Antártica, rumo à estação permanente de Novolazarevskaya em 1960. Durante o 4º mês de inverno, ele apresentou sintomas tensos para quem está há milhas e milhas de qualquer lugar: náuseas, dores abdominais, febre e fraqueza. Em 20 de abril de 1961, ele diagnosticou-se com apendicite aguda. Não sendo mais possível solicitar uma aeronave da União Soviética, e sendo o único médico dentre os 13 expedicionários, não restou alternativa senão realizar ele mesmo o procedimento cirúrgico.

A operação durou cerca de 1h40, na qual Leonid desmaiou por três vezes, e três vezes retomou a consciência e a cirurgia. Com o auxílio do tato e de um espelho, ele fez uma incisão de 12 centímetros próximo ao ilíaco, e removeu o apêndice.




Em sua homenagem, um Museu de São Petersburgo guarda os instrumentos cirúrgicos usados por ele. Gherman Titov, segundo homem à entrar em órbita e Herói Soviético, escreveu sobre Rogozov em seu livro "Meu Planeta Azul":
"Em nosso país uma exploração é a própria vida… temos inveja da coragem do médico soviético Leonid Rogozov que fez uma operação de remoção do apêndice em si mesmo nas condições difíceis da expedição da Antártica. Às vezes eu reflito sobre isso na solidão e me pergunto se eu poderia fazer o mesmo e apenas uma resposta vem à minha mente: 'Eu faria o meu melhor ...'"
Rogozov teve coragem e talento para fazer o improvável. Virou herói em seu país, e é dele o terceiro post da série.

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