Como uma das mais importantes e proeminentes bandas do rock nacional, Titãs influenciou a sua própria geração e as que a sucederam. Não passou incólume pelos seus 30 anos de estrada, mas não perdeu integrantes, e sim legou grandes músicos para as suas carreiras solo.
Da formação original, com Arnaldo Antunes, Branco Mello, Marcelo Fromer, Nando Reis, Paulo Miklos, Sérgio Britto, Tony Belloto, Ciro Pessoa e André Jung, restaram apenas Miklos, Britto, Belloto e Mello. Ciro Pessoa deixou a banda antes mesmo do lançamento do primeiro álbum. Em 1983, Jung é substituído por Charles Gavin, por causa da insatisfação do grupo com a forma como tocava. O episódio ainda deixou marcas no RPM, então banda de Gavin, já que Paulo Ricardo descobriu que ele havia deixado a banda pela TV. Em 1992, quem deixa a banda é Arnaldo Antunes, talvez vitimado pelo fracasso comercial do álbum "Tudo ao Mesmo Tempo Agora". Em 2001, o trágico acidente que vitimou Marcelo Fromer reduziu a banda à então seis integrantes. No ano seguinte, quem parte para carreira solo é Nando Reis. E finalmente encerra seu ciclo Charles Gavin, em 2010, deixando o grupo sem baterista, recorrendo à Mario Fabre como músico de apoio.
A carreira da banda foi sempre marcada pelo experimentalismo, por letras cruas e de contestação social, o que pode ser comprovado pela gama de estilos musicais dos membros fundidos num só. De Arnaldo Antunes, que flerta com a MPB e o Concretismo, passando por Nando Reis, que funde Folk, regionalismo, e até brega, e Charles Gavin, mais orientado para o Rock 'n Roll e chegando até a atual formação, Miklos, Belloto, Britto e Mello, que se identificam além de tudo com movimentos vanguardistas e "cults". Tudo isso temperado com algumas pegadas reggae (como na faixa "Querem meu Sangue" do Acústuco MTV, com Jimmy Cliff) e funk (como na faixa "Bichos Escrotos").
Um dos ápices da banda, em termos de experimentalismo, foi o álbum "Cabeça Dinossauro", que talvez possa até ser considerado um Álbum Conceitual, pois apesar de talvez não ser construído de tal forma, cada uma das faixas segue uma tendência claramente contestadora, de crítica social, com características anarquistas e punks, como em "Polícia", "Igreja", "Bichos Escrotos", e músicas conceituais como a faixa-tema "Cabeça Dinossauro", que repete apenas três versos, "Cabeça Dinossauro", "Pança de Mamute" e "Espírito de Porco". A estética do álbum também segue a crueza do punk rock, como a faia-tema sendo inspirada em batuques dos índios xingus.
A música de hoje é uma das mais famosas do grupo. Alternando imagens dos integrantes caminhando entre a multidão, de primatas e "homens das cavernas", e a banda tocando dentro de uma gaiola, o clipe de "Homem Primata" tornou-se um clássico, assim como a letra de contestação anti-capitalista, feita com espirituosidade... Vejam abaixo o clipe.
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