Existem certos tabus que parecem sempre predestinados à permanecerem indefinidamente.
E alguns, mesmo quebrados, permanecem. Não, caro leitor, não estou equivocado. Um destes tabus é precisasmente a escassez de vitórias do Grêmio contra o Santos como visitante. No Campeonato Brasileiro, fora apenas uma, em 1972, 0x1 com gol do argentino Oberti, porém o Santos não jogou na Vila Belmiro nesta data.
Como disse, porém, o tabu foi quebrado em 1999, durante a Seletiva para a Libertadores, quando o Grêmio treinado por Cláudio Roberto Pires Duarte (para o pavor de Pablo Rodriguez), e recheado de craques como Alex Xavier, Itaqui e Zé Alcino venceu o Santos de Paulo "Dr. Conseitush" Autuori, Zetti, Narciso, Gustavo Nery, Claudiomiro, Dodô, Deivid e Marques. Segue abaixo reportagem da época, conforme pesquisa de João Renato Alves:
"Zé Alcino é o nome do jogo na Vila Belmiro
O Grêmio venceu o Santos por 1 a 0, ontem à noite, e garantiu sua permanência na seletiva à Libertadores. Foi uma noite especial, histórica para os gremistas. O Grêmio terminou um jogo sem sofrer gols, algo inédito nos últimos tempos, e conseguiu a sua primeira vitória na Vila Belmiro.
Até a metade do segundo tempo, a impressão era de que o tabu seria mantido. A partida parecia fadada a um empate sem gols. O Grêmio montou uma barreira à frente da área. Ânderson novamente se destacou pela eficiência e precisão nos desarmes. Ao seu lado, Goiano encurtava os espaços e comandava o meio-campo. Ainda havia Gavião, vigoroso na marcação, e Itaqui, voluntarioso. Alex Xavier e Roger venciam os duelos com quem aparecesse nas laterais.
O Grêmio, com esse ferrolho, amarrou o Santos. Não deixou a bola chegar a Dodô. O Santos é um time modesto hoje, depende unicamente da inspiração de seu principal jogador para ameaçar os adversários. Por isso, não ameaçou. Rondou a defesa gremista o tempo inteiro, trocou passes na intermediária, mas não entrava na área. Foi improdutivo e, por isso, irritante. Em alguns instantes, a pequena torcida gaúcha foi mais barulhenta que os santistas.
A alegria dos gremistas só tinha uma explicação: a segurança da defesa, a mais vazada do Brasileirão. O ataque foi inoperante. Agnaldo e Cleison apareceram para o jogo somente quando deram carrinhos ou desarmaram algum adversário. Quem ameaçou para o Grêmio foi Goiano, aos 26 minutos. Driblou dois zagueiros e chutou da entrada da área, assustando Zetti. A produção do Santos foi pior, com conclusões de meia distãncia. O segundo tempo seguiu no mesmo ritmo preguiçoso. Um jogo decepcionante, que mudou somente aos 26 minutos. O técnico Paulo Autuori trocou o zagueiro Andrei pelo centroavante Rodrigão. Cláudio aproveitou e trocou o ataque, dois minutos depois. Colocou Zé Alcino e Magrão nos lugares de Cleison e Agnaldo. Ganhou o jogo
O Grêmio venceu o Santos por 1 a 0, ontem à noite, e garantiu sua permanência na seletiva à Libertadores. Foi uma noite especial, histórica para os gremistas. O Grêmio terminou um jogo sem sofrer gols, algo inédito nos últimos tempos, e conseguiu a sua primeira vitória na Vila Belmiro.
Até a metade do segundo tempo, a impressão era de que o tabu seria mantido. A partida parecia fadada a um empate sem gols. O Grêmio montou uma barreira à frente da área. Ânderson novamente se destacou pela eficiência e precisão nos desarmes. Ao seu lado, Goiano encurtava os espaços e comandava o meio-campo. Ainda havia Gavião, vigoroso na marcação, e Itaqui, voluntarioso. Alex Xavier e Roger venciam os duelos com quem aparecesse nas laterais.
O Grêmio, com esse ferrolho, amarrou o Santos. Não deixou a bola chegar a Dodô. O Santos é um time modesto hoje, depende unicamente da inspiração de seu principal jogador para ameaçar os adversários. Por isso, não ameaçou. Rondou a defesa gremista o tempo inteiro, trocou passes na intermediária, mas não entrava na área. Foi improdutivo e, por isso, irritante. Em alguns instantes, a pequena torcida gaúcha foi mais barulhenta que os santistas.
A alegria dos gremistas só tinha uma explicação: a segurança da defesa, a mais vazada do Brasileirão. O ataque foi inoperante. Agnaldo e Cleison apareceram para o jogo somente quando deram carrinhos ou desarmaram algum adversário. Quem ameaçou para o Grêmio foi Goiano, aos 26 minutos. Driblou dois zagueiros e chutou da entrada da área, assustando Zetti. A produção do Santos foi pior, com conclusões de meia distãncia. O segundo tempo seguiu no mesmo ritmo preguiçoso. Um jogo decepcionante, que mudou somente aos 26 minutos. O técnico Paulo Autuori trocou o zagueiro Andrei pelo centroavante Rodrigão. Cláudio aproveitou e trocou o ataque, dois minutos depois. Colocou Zé Alcino e Magrão nos lugares de Cleison e Agnaldo. Ganhou o jogo
No primeiro lance, aos 30, Zé Alcino quase marcou. Um minuto depois, Itaqui bateu falta e Zetti rebateu. Aos 32, o gol. Magrão recebeu na intermediária e lançou Zé Alcino. O cruzamento saiu perfeito para Itaqui fazer um golaço. O Grêmio tinha ataque e seguiu seguro na defesa. No final, 1 a 0 ainda saiu barato para o Santos.
Santos 0-1 Grêmio
17 de novembro de 1999
Santos: Zetti, Ceará (Marcos Basílio), Narciso, Andrei (Rodrigão) e Gustavo Nery; Claudiomiro, Élson, Eduardo Marques e Aílton (Lúcio); Deivid e Dodô. Técnico: Paulo Autuori
Grêmio: Danrlei, Alex Xavier, Rodrigo Costa, Scheidt e Roger; Anderson, Goiano, Gavião e Itaqui (Capitão); Cleison (Zé Alcino) e Agnaldo (Magrão). Técnico: Cláudio Duarte
Gol: Itaqui, aos 32 minutos do segundo tempo
Cartões Amarelos: Andrei, Itaqui e Rodrigo Costa
Arbitragem: Cláudio Vinicius Cerdeira, auxiliado por Manoel Couto Ferreira Pires e Wilton Alves Malaquias
Local: Vila Belmiro
Santos 0-1 Grêmio
17 de novembro de 1999
Santos: Zetti, Ceará (Marcos Basílio), Narciso, Andrei (Rodrigão) e Gustavo Nery; Claudiomiro, Élson, Eduardo Marques e Aílton (Lúcio); Deivid e Dodô. Técnico: Paulo Autuori
Grêmio: Danrlei, Alex Xavier, Rodrigo Costa, Scheidt e Roger; Anderson, Goiano, Gavião e Itaqui (Capitão); Cleison (Zé Alcino) e Agnaldo (Magrão). Técnico: Cláudio Duarte
Gol: Itaqui, aos 32 minutos do segundo tempo
Cartões Amarelos: Andrei, Itaqui e Rodrigo Costa
Arbitragem: Cláudio Vinicius Cerdeira, auxiliado por Manoel Couto Ferreira Pires e Wilton Alves Malaquias
Local: Vila Belmiro
Matéria de Zero Hora em 18 de Novembro de 1999"
Hoje, em 16 de Outubro, o Grêmio quebra novamente o Tabu da Vila Belmiro, porém em circunstâncias diferentes. Somente na 41ª edição do Campeonato Brasileiro é que o Grêmio consegue, finalmente, vencer o Santos, na Vila Belmiro. A curiosidade do fato é que os dois treinadores que conseguiram tal feito são gauchões e colorados.
Desta vez, num jogo marcado pela aplicação tática da equipe tricolor, e por um Santos desfalcado de seus três principais atletas, Neymar, Ganso e Elano, o Grêmio dominou as ações durante boa parte do jogo, com destaque para o trio de meias, Douglas, Marquinhos e - na opinião deste blogueiro, dos melhores em campo - Escudero. O Santos levava perigo nas bolas aéras, usando da fragilidade da zaga na boa aérea, e ganhou quase todas por cima com o anão Borges. Na segunda etapa, saíram Escudero e Marquinhos para as entradas de Clementino e Adílson, com o que o Grêmio esperava arrefecer o ímpeto do adversário que ameaçava, à todo ataque, marcar gol na bola aérea.
O gol gremista nasceu na primeira etapa, em lance que, numa sobra deixada pelo goleiro Rafael, André Lima dribla o goleiro, que comete pênalty. Coroando uma atuação fraca, mais uma, Douglas bate mal o pênalty, que Escudero completa para o gol no rebote.
De toda a sorte, o Grêmio soma três pontos valiosos na disputa que trava para chegar em lugar nenhum neste brasileiro. E bate um tabu que já duravam 41 verões.
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