Após mais de quatro anos arrastando um projeto de reformulação do seu Estádio, e em meio à um fatigante processo de negociação de um contrato para realização das obras, o Sport Club Internacional chegou ao auge das suas conquistas: excluiu Porto Alegre da Copa das Confederações.
O Inter descobriu da pior forma que reformar ou construir um estádio exige muito mais que empáfia, mania de grandeza e marketing. É preciso fazer melhor que apenas um vídeo. Todo o processo que envolve a reforma do Beira Rio parece evidenciar o total caos administrativo que levou à perda da Copa das Confederações. Concebido como um marco na consolidação internacional do Inter, enquanto clube e instituição, até agora trouxe mais dor de cabeça do que soluções.
Desde o primeiro momento, era sabido que o Beira Rio, mais de dez anos mais novo que o Olímpico, era mais adequado à receber uma Copa do Mundo, até por ter recebido nos últimos anos investimentos que não foram feitos no Olímpico, porque o Grêmio já planejava mudar-se de estádio e porque a Azenha já não comporta um estádio de futebol daquele porte. Mas desde então já mostrava as caras a empáfia dos colorados. "Não nos interessa o que ele disse sobre o Olímpico. Problema deles."
Gabavam-se, os colorados, que tratava-se de um projeto para ser tocado sozinho, sem apoio financeiro de parceiro algum, como escolhera fazer o Grêmio, eterno rival. A idéia era usar os valores da venda do Estádio dos Eucaliptos, mais os valores conseguidos da venda de 100 camarotes à R$ 1 Mi. Enquanto gabavam-se os colorados, o Grêmio trabalhava sério para erguer sua nova casa. Em Maio de 2007, o Internacional apresentava o projeto Gigante para Sempre. Passaram-se quatro anos e alguns meses, e até agora, de concreto, apenas a demolição de parte das arquibancadas do Beira-Rio.
Foi com grande pompa que os dirigentes do Inter e políticos e imprensa do RS receberam a notícia, em 31 de maio de 2009, de que o Beira-Rio havia sido escolhido como sede da Copa de 2014.
De lá para cá, a pressão da FIFA aumentou, e o Internacional passou à ser quase forçado à encontrar um parceiro para tocar o empreendimento, pois a entidade que controla o futebol mundial exigia garantias para a obra. O Inter insistia que a garantia dos 100 camarotes era suficiente, um acinte à inteligência alheia. De toda a sorte, o Internacional foi obrigado à aceitar uma parceria que tanto criticava ao rival. Porém, passados dois anos, o rival confirmou a parceria e já está erguendo seu novo estádio, enquanto o Internacional derrapa e não consegue concluir a assinatura de um contrato em seis meses.
Em virtude disto, Porto Alegre perdeu a oportunidade de sediar a Copa das Confederações. Então, os colorados que se gabavam de ter um estádio melhor, e depois gozavam que o Grêmio teria um estádio de maquete, ainda depois gabavam-se de ter um estádio com recursos próprios, chamavam o estádio do Grêmio de "estádio de aluguel", estão todos tendo que engolir a empáfia e a mania de grandeza do próprio clube, que até agora custou caro demais.
Por tudo isso, Parabéns, Sport Club Internacional.
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