"The first rule of Fight Club is: you do not talk about Fight Club"
E você, definitivamente, não sabe NADA sobre o Clube da Luta, até que o ápice lhe tenha sido motrado. Confesso que nunca tinha visto o filme, apesar ser um filme quase cultuado por uma geração inteira (não imaginava que o filme era de MIL NOVECENTOS E NOVENTA E NOVE) como um filme cult. Na mesma proporção, há os que odeiam e desprezam. É um filme de extremos. Sempre desconfio de filmes com essa pecha, achava que era apenas um filme sobre homens de meia idade cansados de suas vidas medíocres que se juntam para lutar boxe à moda antiga.
"The second rule of Fight Club is: You do not talk about Fight Club"
Bom, na verdade o filme é EXATAMENTE sobre isso, mas de uma forma diferente. Toda a película é centrada em duas personagens. Um narrador sem nome, um cara comum, vivido por Edwart Norton. O típico trabalhador padrão, com seu emprego vivido entre um cubículo e viagens para os quatro cantos do país, cansado de seu trabalho, seu estilo de vida consumista, e acometido de profunda crise de insônia, que ele tenta solucionar de uma forma inusitada: freqüentando grupos de apoio de todo o tipo de situação, dos alcoólicos anônimos aos acometidos de câncer testicular, forjando assim uma vida paralela.
"Third rule of Fight Club: someone yells stop, goes limp, taps out, the fight is over"
A outra personagem é igualmente fascinante. Tyler Durden, fabricante e vendedor de sabão, um cético, um filósofo de botequim em toda sua grandeza e explendor. Uma filosofia da dialética, da contra-cultura, algo subversivo, talvez até marxista. Como um Mestre, Mentor, parece ser dele toda a idéia por trás do Clube da Luta. Tudo principia quando ele pede para o narrador anônimo golpeá-lo o mais forte que puder.
"Fourth rule: only two guys to a fight"
A interação entre uma personagem aparentemente em processo de colapso, catarse, e outro, aparentemente em profundo estado de loucura e psicodelia tornam o filme uma história de compreensão aparentemente difícil. Mas cada seqüencia do Clube da Luta revelada por Tyler parece ter um embasamento filosófico e lógico na pior das hipóteses perspicaz. Tyler parece guiar a personagen de Norton para uma viagem planejada à esta catarse, à esta purificação. "Apenas depois que você perder tudo é que você esta livre para fazer qualquer coisa.", diz Tyler. O que nos leva à uma das melhores facetas do filme: seus diálogos entre estas duas personagens exóticas. Ricos, sempre pontuando o oposto, a divergência, o embate entre dois entendimentos diferentes. É este conjunto que torna o filme surrealista.
"Fifth rule: one fight at a time, fellas"
A película vai representar três atos distintos. No primeiro, uma crítica contundente e - sim, sou eu escrevendo - brilhante crítica ao consumismo (diferente de tantas outras críticas baratas e fajutas, vale dizer), ao atual estilo de vida, à reificação das coisas. É aqui que o pacato trabalhador padrão com insônia vai começar sua jornada. "As coisas que você possui, acabam possuindo você."
"Sixth rule: no shirts, no shoes."
No segundo ato, o sangue escorre pela tela. Novos seguidores aglomeram-se, sedentos por socos, pancadas, sangue, suor e pela sua própria catarse. Tudo é violência, talvez como um meio de libertação, purificação. Neste momento é que cria-se uma liderança quase magnética de Tyler pelos colegas de Clube. Aumenta o entendimento entre o narrador e Tyler. "Auto-aperfeiçoamento é masturbação. Agora, auto-destruição..."
"Seventh rule: fights will go on as long as they have to"
No terceiro ato, volta à tona a contradição. O carisma e a liderança de Tyler o levam à um novo projeto, muito maior do que o Clube da Luta, ao qual lhe seguirão seus súditos, como se à uma Seita pertencessem. Segue o embate final entre Criador e Criatura, talvez a mais comum das temáticas do cinema e da literatura. É aqui onde a mágica acontece. "Dane-se o que você sabe. Você tem que esquecer o que você sabe, esse é o seu problema. Esqueça o que você sabe sobre a vida, sobre amizade e especialmente sobre você e mim"
"And the eighth and final rule: if this is your first night at Fight Club, you have to fight"
Além dos diálogos, a construção e narrativa do filme chamam a atenção, claro. Mas o ponto alto é definitivamente é a atuação de Brad Pitt e Edward Norton. Norton tinha uma carreira raoavelmente incipiente, com destaque para As Duas Faces de um Crime e A Outra História Americana. A personagem de Brad Pitt, para mim, parece muito conectada à outra pela qual foi vencedor de um Globo de Ouro e indicado ao Oscar como Ator Coadjuvante, em Os Doze Macacos, onde interpretava um louco num hospício. Tua carreira já era mais consolidada, contando ainda com atuações importantes por Thelma e Louise, Seven, Inimigo Íntimo e Encontro Marcado.
Por tudo isso, o filme é excelente. Recomendo fortemente. E tu, já viu? O que achou?
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