Poucos povos podem se orgulhar de defender com a própria vida, e contra forças muito superiores em número e força, aquilo em que acreditavam.
Nas bandas ao sul do Mampituba, foi assim durante dez anos que um punhado de estancieiros e peões bateram-se com invejável denôdo as forças de um então Império Brazileiro, representado pela fina flor de seu então imperial Exército Brazileiro. E assim se fez o gaúcho. Nas agruras de uma campanha cortada de lado á outro pelo Minuano, e cravejada de guerras, escaramuças, revoluções, e que criaram e defenderam as fronteiras meridionais daquele que era então o Império Brazileiro transformado depois em uma ordinária República do Café com Leite, quando então tiveram os gaúchos novamente que intervir para que se restabelecesse alguma coisa que pudesse ser chamada decentemente "República". mas isto já é outra história. Voltamos para o fio da meada, e assim se fez o gaúcho. Longe das capitais, isolado e por vezes desdenhado pelos aristocratas cosmopolitas do centro do país. Éramos e somos vistos como "provincianos". Pois é bem isto que somos. Provincianos que ainda guardam o sentimento de liberdade, que devia ser inerente à todos, o sentimento de amor ao chão de onde veio e onde vive, o sentimento de orgulho das tradições, o sentimento de apego à honra, ao caráter, à todas essas coisas que são hoje uma coisa blasé e sem graça. Nos pagos meridionais deste país, a Lei de Gérson custa à "pegar". Aqui, vale a lei do esforço, a lei do mérito, a lei do caráter, a lei do valor. Sozinho, deixado a própria sorte pelo Império que o oprimia, rebelou-se um estado inteiro. E assim se fez o gaúcho, se forjou o gaúcho.
E assim também se fez, muito tempo depois, uma parte do Brasil. Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, principalmente, e outros estados que receberam hordas de migrandes vindos do Rio Grande para desbravar lugares nunca dantes desbravados naquela que já era, então, República Federativa do Brasil.
E é com essa deixa que postarei belíssima música, que conta a história dos muitos que deixaram para trás o chão que tanto amavam para construir, com a força do seu braço, com a astúcia da sua mente e a grandeza de seu espírito, um novo Brasil.
Brasil de Bombacha
Os Tiranos
Após muito tempo guardando
Os limites do Sul do Brasil
O gaúcho migrou para o Norte
E do Norte mudou o perfil
Deixou para traz a campanha
E a beleza dos campos dourados
E se foi a buscar nova vida
Numa terra de mato fechado
Este é o Brasil de bombacha
É a saga da raça guerreira
Nos fundões sesta pátria se acha
Um gaúcho abrindo fronteira
Só quem parte é quem sabe da dor
de deixar o seu pago e sua gente
As lembranças rebrotam ao redor
Só o forte consegue ir em frente
Nos pessuêlos vão laços de afeto
E a honra de ser o que são
Os centauros da banda do Sul
Povo guapo criado em galpão
Ao chegar no torrão de seu gosto
vão semeando alegria e respeito
O trabalho em seguida da fruto
E o fruto é um consolo pro peito
Mate quente ou mate gelado
Chimarrão ou então tererê
Os costumes vão sendo mesclados
Num País com sotaque de tchê
Quando bate a saudade Daninha
Nos gaudérios tão longe de casa
A cordeona resmunga num rancho
E o churrasco respinga na brasa
No alicerce de algum CTG
O Rio Grande campeiro floresce
Aos gaúchos de alma pioneira
Comovido o Brasil agradece
Os limites do Sul do Brasil
O gaúcho migrou para o Norte
E do Norte mudou o perfil
Deixou para traz a campanha
E a beleza dos campos dourados
E se foi a buscar nova vida
Numa terra de mato fechado
Este é o Brasil de bombacha
É a saga da raça guerreira
Nos fundões sesta pátria se acha
Um gaúcho abrindo fronteira
Só quem parte é quem sabe da dor
de deixar o seu pago e sua gente
As lembranças rebrotam ao redor
Só o forte consegue ir em frente
Nos pessuêlos vão laços de afeto
E a honra de ser o que são
Os centauros da banda do Sul
Povo guapo criado em galpão
Ao chegar no torrão de seu gosto
vão semeando alegria e respeito
O trabalho em seguida da fruto
E o fruto é um consolo pro peito
Mate quente ou mate gelado
Chimarrão ou então tererê
Os costumes vão sendo mesclados
Num País com sotaque de tchê
Quando bate a saudade Daninha
Nos gaudérios tão longe de casa
A cordeona resmunga num rancho
E o churrasco respinga na brasa
No alicerce de algum CTG
O Rio Grande campeiro floresce
Aos gaúchos de alma pioneira
Comovido o Brasil agradece
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