quinta-feira, 3 de maio de 2012

Gauchão e Futebol do Interior: Alternativas, Parte 1

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Eu já havia rascunhado algumas idéias gerais sobre a decadência, a agonia, do Futebol Gaúcho, ainda em janeiro. Na verdade, era um post sobre o Fim dos Estaduais, apregoado por alguns articulistas Brasil afora, mas adicionalmente, ficaram algumas teses soltas sobre possibilidades de futuro para o Futebol, especialmente do Interior do RS, que está em franca decadência. Para ler, clique aqui.

Embora o Futebol Gaúcho tenha se beneficiado dos reajustes consideráveis das Cotas de Televisão pela FGF, desde 2004, ano em que assumiu a presidência Francisco Noveletto, o Campeonato Gaúcho e os Clubes ainda se ressentem da inexistência total de um PLANO, um NORTE, um PLANEJAMENTO, por parte SUA (os próprios clubes, presos na própria incompetência e inércia) e por parte da FGF, quem na inaptidão e imobilidade dos Clubes teria que chamar para si tal responsabilidade. Os valores da Cota de Televisão hoje superam os R$ 700 mil por clube, conforme site de Hiltor Mombach, aqui, no dia 16 de Maio.

Análise do Futebol do Interior no Cenário Nacional

Usarei esse indicador, porque acho justo que comparemos o desempenho dos clubes gaúchos frente aos clubes de outras Federações. Pois bem, desde 2004, ano que assumiu o Noveletto, o desempenho dos clubes Gaúchos nas séries inferiores do Brasileirão é ridículo e errático.

O Caxias em 2004 não classificou entre os 8 primeiros da Série B. Em 2005, foi rebaixado para a Série C. Em 2006 e 2007, ficamos sem representante na Série B. Em 2008, surge o Juventude, rebaixado da Série A (o que deixou a FGF com apenas dois representantes na principal compecição nacional, igualado à SC e MG, e superado pela última quando o Ipatinga subiu para a Série A), começou bem o torneio, mas vacilou e ficou de fora dos classificados. Em 2009, foi a vez do Juventude cair. Em 2010, 2011 e 2012, permanecemos sem representantes.

Na série C, a situação também é desalentadora. Até 2008, a classificação se dava pelas Federações, mas à partir de 2010, com a criação da Série D, os clubes que não são rebaixados jogam a Série C do ano seguinte. Em 2004, Novo Hamburgo terminou o torneio em 18º, a Ulbra em 20º e o Esportivo em 51º. Em 2005, o Novo Hamburgo pode detalhe não chega à Série B, ficando em último no quadrangular final. Ao menos nesta edição, os três representantes gaúchos passaram de fase, terminando em 4º (Novo Hamburgo), 20º o Glória e em 29º o Gaúcho. Em 2006, foi a vez do Brasil enfrentar a Final, um octogonal, sem sucesso, ficando em penúltimo na chave, e terminando o torneio em 7º, com Ulbra em 27º, e Caxias e Novo Hamburgo não passando da 1ª fase, em 35º e 40º, respectivamente. Em 2007, a melhor posição gaúcha foi da Ulbra, 11º colocada, Esportivo em 16º, e Caxias em 60º. No ano seguinte, em 2008, foi a vez do Brasil fazer fiasco na fase final. Terminou em sexto num grupo de oito clubes, enquanto Caxias ficou com a 19ª posição, e Inter/SM na 34ª. No primeiro ano em que foi disputada com 20 clubes (e com sistema de Acesso e Decesso), a Série C contava com dois representantes gaúchos: Caxias e Brasil, e a participação começava alvisareira. Num grupo de 5 equipes, enfrentando Criciúma, Marcílio Dias e Marília, os dois times chegaram à segunda fase. Esta fase consistia em quatro chaves de dois clubes, sendo que cada vencedor chegaria às semifinais, e consequentemente tinha vaga garantida na Série B de 2010. O Brasil foi batido pelo América/MG, que se sagraria campeão, e o Caxias pelo Guaratinguetá. Ficaram com a 6ª e 5ª posição, respectivamente. No caso do Brasil, era de se considerar um time totalmente remontado após o trágico acidente que vitimou, entre outros, o ídolo Cláudio Milar. Em 2010, a Série C contaria com três gaúchos: o Juventude se juntava à Caxias e Brasil após ser rebaixado. Os três times ocuparam o mesmo grupo, de cinco, onde classificavam dois. Caxias e Brasil ficaram no limbo, e Juventude foi rebaixado, desta vez para a Série D. Em 2011, a várzea chega ao ápice, com o rebaixamento do Brasil, após perder seis pontos por escalação de um atleta irregularmente. Com isso, o Futebol Gaúcho chega à sua mais pobre representação nas Séries Nacionais do Futebol Brasileiro em anos, com Grêmio e Inter na Série A, e o Caxias na Série C, quase sempre tentando mais permanecer ali, do que efetivamente subir para a B.

O cenário pintado acima é desanimador porque comprova a pauperização da participação gaúcha nos torneios nacionais, e mostra a decadência do nosso futebol quando cotejado com outras praças, especialmente Santa Catarina e Paraná. Há que se ressaltar que a participação na recém criada Série D não ameniza a situação: a melhor colocação pertence ao Juventude, em 2011, que amarelou nas finais, diante do Mirasol, onde chegou com a melhor campanha da Primeira Fase.

Este ano, a situação parece crítica, com relação à participação gaúcha na Série D: a vaga originalmente pertencia ao Veranópolis, que alegou insuficiência financeira para a disputa da competição. Na seqüência, Novo Hamburgo, São José e Pelotas declinaram, e até agora ninguém sabe quem será o representante do Gauchão no torneio. O motivo alegado é que a FGF proibiu antecipação de cotas do Gauchão de 2012, porque os valores estão sendo usados na construção da nova Sede da FGF. Fonte, Central do Futebol Gaúcho, clique aqui.

Na Parte 2, vamos avaliar as problemáticas que levam o Futebol Gaúcho à este desempenho em nível nacional.

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Um comentário:

  1. Hola andre, soy el de cazas de combate, era para decirte que ya he puesto tu enlace, yo el de mis 2 paginas no lo veo, dime en que url, lo has puesto.
    Ponme un comentario en mi blog, diciendome la url, donde lo has puesto.
    Muchas gracias y un saludo

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